Essa é uma história... ou é uma estória?



Essa é uma história, ou será uma estória? Toda diferença esta na sensibilidade de quem escreve e de quem é o leitor. Hoje, o leitor é você, então é você um dos principais personagens, desse instante de passagem sobre uma minúscula parte dos registros do livro da humanidade...

 

          “... Em um pequeno lugar da Europa, conhecida hoje como Islândia, existia, como existe até os dias de hoje, um povo alegre, festivo, impulsivo, saudável, que não teme a nada, e que gosta imensamente de suas terras. São pessoas de traços firmes e que gostam das artes, embora sejam muito brutos acostumados com o trabalho braçal. Gente de tez clara, olhos claros, cabelos loiros, e estatura alta. Sua crença está na vida, Deus está presente no dia a dia, nas dádivas do dia, na comida, nos trabalhos, na música, no amor, no ar, enfim em tudo que se possa experienciar com muita alegria. É um povo especial.

           

Foi lá que você vivia, homem de muito trabalho, vou dar-te um nome, mas não é esse o necessariamente verdadeiro, Horácio, guerreiro por natureza, e conquistador de tudo aquilo que encantava os seus olhos. Você sempre foi assim sagaz, conquistador e forte... Características de um verdadeiro “viking”.

           

Morando em uma aldeia, a beira-mar, com um oceano azul imenso a sua porta, em uma casa bonita que construira com muita dedicação. Homem de muitas mulheres, não se apegou a nenhuma... O tempo passou, sua família não existia mais, passou dos quarenta anos de idade, e o amor finalmente parece ter atingido você. Nas montanhas morava uma família amiga sua. Você era o amigo e protetor deles, e eles tinham vários filhos. Mas uma jovenzinha, que entrara na flor da idade, Olga, despertava todo o seu encantamento quando você ia visitá-los. Menina mulher de 14 anos... Os pais dela, já preocupados com a filha, e como já viram os interesses de ambos, ofereceu a filha a você para ser sua companheira. E você aceitou!

           

Essa jovem amadureceu rapidamente ao lado de seu guerreiro, e vocês tiveram dois filhos homens. A felicidade tornou-se a estampa dessa família. Você viajava muito em conquistas, mas o seu porto seguro era o seu lar e sua família abençoada, estavam lá para sustentar o seu espírito. Era a consagração de um homem que sempre lutou pelo seu povo, pela sua terra e agora pela sua família.

           

Uma nação, oriunda do sul da Europa, tornou-se um grande império, e seus projetos de ampliação e conquistas chegaram até o norte. Invadindo as terras de toda a Europa, dominaram o seu povo e chegaram até sua casa. Depois de muita luta você foi vencido e morto em batalha honrosa, como era de se esperar de você. Não teve medo e morreu em combate. Seus filhos e esposa foram capturados como escravos, e levados para Roma.

           

Nossa bela jovem, Olga, agora com 24 anos, mostrava toda a sua beleza. Separada de seus filhos que nunca mais os viu, foi comprada por um jovem cidadão romano, que em pouco tempo, alcançou para ela a liberdade, a amizade e a oportunidade de unir-se a ele em casamento. Uma nova vida iniciava para essa jovem, e no seu coração, as lembranças de seu valoroso guerreiro eram indestrutíveis, mas eram suas, e a sua fidelidade a ele existia em sua alma.

            

Passaram-se alguns anos e Olga, agora cidadã romana, estudou, ampliou seus horizontes em Roma, e era uma das pessoas mais encantadoras de todo o império romano da época. O tempo passou, com 30 anos de idade engravidou de seu marido e deu a luz a uma menina, uma criança que despertou o seu coração novamente para a felicidade (Aqui abro um parêntese; essa criança é você, que era chamado de Horácio, voltava a renascer agora, prosseguindo com os laços de amor que os unira antes, esse amor nunca é rompido, e sim renovado; agora você nascia como uma menina, Juliana, no seio da família de quem amava).

          

A filha de Olga, menina encantadora cujo nome era Juliana era criava com todo o carinho e com os melhores instrutores de Roma. Juliana cantava, dançava e tocava alguns instrumentos desce a idade mais tenra. Já aos seis anos, era admirada por todos, pela sua arte. O amor que unia Olga a Juliana, era o mesmo que uniu Olga, a você, como Horácio, mas o que era antes, paixão, amizade e muito amor... Agora era afeição, amizade e amor.

 

O tempo não cessa e com a morte do esposo, Olga, com 40 anos, e você, Juliana, com 09 anos, estavam unidas, mas sem a proteção de um homem. E em alguns casos, isso é difícil para as mulheres naquela cidade próspera, mas cheia de maldades e vícios. Roma era um mixto de luxo, sabedoria, riqueza, ignorância, pobreza e muita devassidão.

 

A sociedade em que você estava acostumada a viver era a nobreza, mas os guerreiros ainda dominavam. Você tinha um passado anterior de guerras e sentia isso em seu espírito. Mesmo bonita, sua mãe Olga, não quis mais se casar, o amor que ela sentia por você era total, e não queria dividir com ninguém. O mesmo não estava acontecendo com você. Crescia em estatura e sabedoria. Quando você, Juliana completou 15 anos, um jovem do exército romano colocou os olhos em cima de você. E você não resistiu, e a ele se entregou. Ele, Cláudio, a tomou como esposa e vocês construíram uma família.

           

Sua mãe, Olga, faleceu de doença grave quatro anos após o seu casamento. Ela estava com 50 anos de idade e você 19 anos. Você já tinha um filho, Homero, e uma vida inteira pela frente... Seu marido, agora centurião do Império Romano, um conquistador, foi enviado a morar em uma região conquistada no norte da Europa e levou a família junto com ele. Juliana, você foi morar em uma região chamada Bretanha, com muitos guerreiros rebeldes, que mantinham uma resistência contra a hegemonia de Roma.

         

Juliana, jovem criada com todos os requintes de Roma, bela, culta nas artes da música, da poesia, da dança, estava em um lugar afastado, longe de tudo, longe do seu mundo, mas junto do marido que escolheu e com o seu filho. O tempo que não para! Já esta com 27 anos e novamente você engravida, e tem mais um lindo menino, que foi chamado de Augusto (esse rebento era Olga, que renasce agora, para se juntar a você novamente e aliviar as suas tristezas). Novamente juntos vocês, Juliana e Olga, agora como sendo esse menino, Augusto, que se tornou o centro de toda a sua vida. Ele iluminou os caminhos turvos que estavam a sua frente naquelas terras da Bretanha.

 

Quando Augusto completou cinco anos, aconteceu uma batalha onde vocês moravam e seu marido foi ferido em combate gravemente. Sendo assim, Roma resolve chamá-lo de volta. E você, Juliana, seu filho Augusto, seu marido Cláudio e o seu outro filho, Homero, que agora com 15 anos, voltam ao centro da civilização da época, a eterna Roma!

 

         Em pouco tempo seu filho Homero é incorporado ao exército, para seguir a carreira do pai, Cláudio que agora era senador em Roma. Novamente você, Juliana conquistava a cidade de Roma com sua vida...Voltara a se dedicar à música, e a poesia...

 

         Seu filho amado, Augusto (que era Olga... sua mãe e que também foi sua companheira uma vida antes) completara vinte anos, jovem influente da política de Roma, conquista um casamento com uma estrangeira, vinda do Egito, norte da África. E formam uma linda família.

            

Você parece distanciar-se de Augusto por causa de sua nova vida. Você que era Juliana, que era Horácio, morre com quarenta e oito anos, em Roma... E assim as tramas eternas da sua vida, que em um trocar de personagens fascina, continua...

 

Alguns séculos à frente você nasce na Inglaterra (Bretanha) para brilhar naquela nação que surge dominante em um novo mundo... E eu, como quem escreve, ouso me colocar como um dos personagens também, ao seu lado, aquele que participa da sua trajetória em muitos momentos...

         

Hoje o tempo é outro, mas ficaram lembranças que não saem de sua mente e de seu espírito... Sua casa, seu mar azul, a sua terra de viking...”.

 

 

Vito Fazzani


Autor: Vito Antonio Fazzani


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