O novo mercado fonográfico



Com a enorme facilidade que as novas tecnologias (principalmente as do mundo da informática) chegam até nós e, com o crescente uso da internet até mesmo para fins de lazer, (especialistas já afirmam que hoje a internet ocupa a segunda posição nos canais de mídia, perdendo somente para a televisão) a forma de se consumir música vem mudando e, se muda a forma de se consumir música, o mercado produtor deve também mudar a forma de produzi-la e de vendê-la para se adequar às exigências deste novo público de consumidores.

 

Com esta mudança de consumo houve a "evitável" queda de grandes gravadoras, muitos acreditam que este motivo tenha sido a pirataria, mas no meu ponto de vista a verdade é outra, não que a pirataria não tenha dado a sua contribuição, mas o grande fator que influenciou toda esta mudança foi a convergência de mídias. Mas o que é isto? A convergência de mídias nada mais é do que a mudança de hábitos dos consumidores de música, quantas pessoas principalmente nesta nova geração possuem um aparelho de som na sala de suas casas, ou nos seus quartos? A verdade é que os hábitos mudaram e hoje as pessoas ouvem música no celular, quando ouvem no carro em muitos casos não o fazem mais com CDs e sim com um pen drive. Está se perdendo a cultura do Vinil onde comprávamos um disco inteiro, muitas vezes por causa de uma única música.

 

Com esta nova e crescente demanda a antiga indústria fonográfica foi cobrada e teve que pagar o preço, mas está se recompondo e atuando de forma diferente do passado justamente por ter enxergado esta mudança que ocorre no mundo inteiro. Atualmente quando ouvimos o rádio nos deparamos com novos nomes na cena musical disparando hits que tem duração determinada pela mídia, afinal o mundo da música tem que girar, com isto surgem também novos produtores musicais e, cá entre nós, nunca se produziu tanta música em toda a história da produção fonográfica. Com tantas músicas sendo produzidas e com intervalos de tempo muito curtos há de se duvidar da qualidade técnica e musical tanto dos compositores, quanto dos produtores, isto quando não ouvimos "mais do mesmo", sim porque os novos estilos musicais que surgem pegam carona em blocos, ou seja, para que o negócio seja rentável deve haver uma coerência entre os artistas do gênero, afinal toda a ovelha negra morre solitária.

 

Ficou claro que o mercado fonográfico mudou e também o motivo desta mudança, fica agora uma dica para os novos produtores musicais que desejam se firmarem nesta área, vocês devem saber enxergar através dos olhos dos consumidores, mas ao mesmo tempo devem dar uma cara nova às suas produções para que haja uma renovação no cenário musical, quem sabe você até mesmo não cria um novo estilo musical, ou pelo menos uma nova vertente ao estilo que está produzindo.   

 

Um grande abraço e até a próxima.

 

Matheus Barros é músico, produtor musical e CEO do Estúdio Bravia Produções Musicais.

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