Mestre em Coaching



Um homem trabalhador tinha uma pequena loja de verduras e hortaliças, mas se queixava sempre de seu trabalho. Desejava que o seu filho fosse uma pessoa mais feliz e realizada do que ele. Pensava sobre a profissão do seu filho no futuro, em algo que lhe proporcionasse mais respeito, riqueza e felicidade.

Na sua vizinhança morava um professor muito respeitado. Decidiu conversar com ele sobre o futuro do filho. Um dia se encontrou com o professor e disse:

— As pessoas consideram o senhor como uma pessoa de boas intenções e o respeitam bastante. Por isso, gostaria que o senhor me orientasse sobre a profissão que meu filho deve seguir. Eu não queria que ele adotasse o ramo que eu escolhi para sobreviver.

— Meu amigo, toda profissão pode ser boa, qual é o problema com o seu trabalho? — questionou o professor.

— Eu sou um simples vendedor de verduras; queria que ele escolhesse um caminho que o levasse à prosperidade e prestígio.

O professor apontou para uma fábrica de cerâmica bem sucedida, existente nas proximidades e perguntou:

— Sabe quem é o dono desse empreendimento?

— Não — respondeu o feirante.

— Pois, o dono desta fábrica é um profissional formado em cerâmica e especialista em qualidades de argila de uma escola de renome — o professor continuou. — O pai dele era um oleiro, vendedor de potes feitos de barro. Vender potes é um trabalho humilde como o seu; mas o filho estudou e aprendeu tudo que o pai sabia, somou com novos conhecimentos, e o resultado é tudo isso que pode ver.

— É possível que o meu filho também se torne um homem de valor e respeito, seguindo meu trabalho? 

— Primeiro, seu filho tem que estudar e aprender os segredos das ervas, conhecer as qualidades e particularidades das hortaliças, além de descobrir todos os segredos de seu trabalho. Depois, tem de entender da administração de um negócio e as técnicas de venda.

— Assim, o meu filho pode ser como o do oleiro.

— Fazendo tudo isso, somado a uma educação para uma conduta correta, terá oportunidades de negócios inimagináveis.

O feirante ficou animado, chamou o filho e disse:

— Você me obedeça por alguns anos e depois siga a sua vocação.

O filho obedeceu e seguiu as suas orientações; tentou aproveitar a experiência do pai; compreendeu as regras de conduta que ele mostrava e estudou tudo o que poderia na sua pequena cidade. Depois, viajou para uma cidade próxima para continuar o estudo. Residiu num lugar muito humilde e dedicou todo o seu esforço e energia na aquisição de ciências.

Um dia, para testar o valor do seu conhecimento, passou numa quitanda e disse ao dono:

— Posso levar algumas verduras? Em troca te dou orientação sobre teu negócio.

— Só pagando pode levar as verduras — disse o lojista.

Desapontado, o rapaz desistiu dos estudos, voltou para sua cidade e disse ao pai:

— Não vou estudar mais, vou ficar aqui, trabalhando com o senhor na loja. Assim, talvez eu seja mais útil.

O pai ficou desesperado, procurou o professor e lhe contou a história. O professor pediu que aguardasse para tentar resolver o problema.

No dia seguinte, um senhor chegou à loja do feirante, disse que queria verduras, e como pagamento deu um pedaço de pedra escura. O pai e seu filho falaram:

— Esta pedra para nós não vale nada; apenas com dinheiro podemos vender as verduras.

O homem foi embora. Mais tarde chegou o professor, mostrou o mesmo pedaço de pedra e perguntou:

— Conhecem esta pedra?

— Sim — e lhe contaram do homem e da pedra.

O professor pediu aos dois que o acompanhassem até uma joalharia. Todos foram juntos e lá a pedra foi avaliada por um valor muito alto.

O professor disse para o pai e o filho:

— Meus amigos, o valor de um jovem que está adquirindo conhecimentos e se estruturando é muito elevado, mas, não é qualquer pessoa que vai descobrir o seu grau, como o valor desta pedra que vocês não puderam avaliar. Ela, lapidada, vale muito mais ainda; da mesma forma o seu filho — o professor assegurou. — Depois de completar seus estudos e praticar o seu conhecimento será inestimável o seu valor. 

— Entendi tudo; vou continuar estudando, e aprendendo todas as qualidades e virtudes necessárias para ser um grande homem — disse o filho.

Anos depois, ele se formou num curso de ciências das ervas e especializou-se em particularidades das plantas. Pouco a pouco modificou a loja do pai e, com seu conhecimento, valorizou o trabalho e qualificou os produtos. Começou a criar uma horta de plantas específicas para uso fitoterápico. Cultivou plantas medicinais e criou laboratórios para extrair essências de folhas e flores para uso farmacêutico.

Seu comportamento, adornado por qualidades dignas, seu desejo de servir e a sua humildade atraíam as pessoas ao seu redor. Ele sentia que as suas realizações não eram motivadas pelo dinheiro ganho, mas, sim pelo trabalho feito em benefício do povo.

Assim, conseguiu revelar a excelência que o pai sempre pedira a Deus. Ele se tornou um homem honrado, respeitado e próspero; conseguiu criar uma família com os mesmos valores e qualificações.

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Freqüentemente se observa que famílias planejam, com boa intenção, a educação e instrução para o seu filho e, mais tarde, ficam frustradas pelo pouco resultado e  muitas vezes culpando até a criança injustamente pelo seu fracasso.

O processo completo de educação deve conduzir, paralelamente, o desenvolvimento das capacidades física, intelectual e espiritual do ser humano. Cada uma das três espécies de educação é indispensável para a plena realização do homem. Caso contrário, é impossível promover a expansão de todas as suas potencialidades.

 As potencialidades do homem somente se manifestam, quando o ambiente e as condições forem adequados e favoráveis ao seu surgimento. A condição mais importante é, exatamente, o desenvolvimento de todas as qualidades espirituais.   

 O feirante da história, segundo as orientações do professor, conseguiu educar o seu filho na base destes três pilares: Cuidou das necessidades básicas do jovem, persistiu na sua formação acadêmica, e ainda, através do exemplo da sua pessoa induziu nele as regras de conduta correta. O resultado foi excelente e inimaginável; o jovem se tornou alguém estimado por todos, devido ao seu conhecimento e sua conduta.

Do livro “Trabalho e o Reencontro de Interesses” da autoria de Felora Daliri Sherafat

 


Autor: Felora Daliri Sherafat


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