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Ser assistente social é mais que ser um profissional, é um sacerdócio

Sou assistente social, tenho 42 anos, solteira, 2 filhos, moro numa cidade do interior a 140km de São Paulo. De segunda à sexta, acordo às 3:30, pego o fretado às 4:55 para realizar visitas à pessoas doentes que residem em São Paulo ou grande São Paulo ou Baixada Santista. O trajeto é realizado de trem, metro,ônibus e muitas vezes à pé.  Sim, em média caminho 1 h e 30min / dia para aliviar a tensão do dia-a-dia. Cheguei a caminhar durante 2hs porque estava na periferia e o acesso de transporte público era escasso. Visito pessoas de todas as classes sociais, pessoas com alzheimer, parknson, câncer, neurodegenerativas... enfim, situações limitadoras e tristes que atingem o paciente e toda a família. Meu papel profissional, engloba além do papel institucional o meu ganho pessoal. Nestas visitas,  tento levar carinho, alegria, conforto e escuta. As pessoas estão carentes de alguém para escutá-las. Minhas visitas são de uma hora, 2 horas e às vezes, 3 horas cada. Os assuntos são diversos :política, economia, história de vida deles, suas dificuldades atuais. Não há um roteiro fechado nestas visitas, porque cada ser humano é único e o trabalho será feito por eles, eu serei apenas a diretora da cena. Antes deles serem portadores de doença, eles são pessoas com histórias de vida. E é isto que tento ressaltar na visita. Quero que compartilhem suas experiências de vida, seus medos, angústias e alegrias. Talvez, isto seja a maior motivação para continuar neste trabalho. Ser assistente social é muito mais que ser um profissional, é um sacerdócio. Chego em casa, às 20hs. Tempo só para tomar um banho, ler a lição dos meus filhos e me preparar para o dia seguinte que será igualmente cansativo mas com a certeza que o meu trabalho faz a diferença para estas pessoas.

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