A administração no Brasil e seus desafios



No cenário econômico global - pautado pelo capitalismo como poder hegemônico - temos milhares de organizações, distribuídas entre os países e vendendo produtos e serviços, fazendo a economia girar.

Porém, cada país tem sua cultura e isso se reflete automaticamente na forma como essas empresas atuam e são administradas, criando uma espécie de “identidade administrativa”, para compreendermos melhor.

No Brasil não é diferente: as empresas nacionais têm seu próprio estilo de Administração, aliado à nossa cultura e valores corporativos. Ou seja, nossos administradores conduzem as empresas brasileiras de forma distinta da qual os estrangeiros administram as suas.

Um certo estudo nos revelou alguns subsistemas presentes no estilo de Administração dos brasileiros. Podemos destacar uma forte tendência para a centralização de poder dentro das organizações, resultando num maior distanciamento entre os níveis hierárquicos e numa divisão acentuada entre os níveis institucional, intermediário e operacional.

Contudo, nota-se um forte Personalismo dentro das empresas, caracterizado por importantes laços de amizade advindos da relação de confiança e afeto entre os colaboradores, inibindo de certa forma a autoridade formal e a centralização encontradas na hierarquia.

Temos também uma postura de conformismo nos colaboradores brasileiros, que aceitam as ordens dadas por seus líderes e não se contrapõem ao sistema de trabalho. Nota-se que os liderados não questionam seus chefes e aceitam a realidade “imposta” de maneira passiva. Esse traço brasileiro de personalidade corporativa põe em risco a iniciativa e a pró-atividade que muitos colaboradores poderiam ter, comprometendo até mesmo seu desenvolvimento pessoal na vida profissional.

Isso fica ainda mais reforçado quando temos conhecimento da lealdade que os colaboradores brasileiros têm com seus colegas de trabalho e no paternalismo que apresentam para com seus líderes, evidenciando as relações pessoais e conferindo confiança na hora de nomeações ou promoções de cargo.

Contudo, uma característica em especial parece promissora e é única dos brasileiros: a alta flexibilidade. Essa característica permite aos administradores e colaboradores em geral uma grande facilidade de adaptação à mudanças e uma busca maior por soluções inovadoras de resolução de problemas organizacionais. A flexibilidade brasileira traz decisões rápidas e sintéticas, canalizadas para um ambiente em constante mudança, e faz com que as organizações inovem em algumas situações.

E como nada é perfeito temos algumas barreiras encontradas pelas empresas brasileiras, das quais destacamos: a elevada carga tributária vigente no Brasil (a maior do mundo); os altos índices de juros que impedem muitas empresas de investirem em si próprias pela incapacidade de financiamento e a excessiva burocracia praticada pelo país, inundando os administradores brasileiros de formalidades e procedimentos legais que consomem muito tempo para serem resolvidos.

Desta forma, a competitividade das organizações brasileiras diminui e a “atividade informal” cresce de tempos em tempos, levando a Administração no Brasil a sérios desafios que precisam ser vencidos para que haja o sucesso e o crescimento organizacional.


Autor: Saulo Bueno


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