Cabra macho sim senhora



Cabra macho sim senhora

A leitura feminista das Escrituras deve-se ao fato de que por muito tempo a mulher tem sido tratada como um ser de segunda categoria devido à má interpretação do Novo Testamento.

Jesus mudou a face da teologia patriarcal do Antigo Testamento em uma nova visão agora no Novo Testamento.

O papel da mulher, mesmo no mundo judaico, nem sempre foi de caráter machista ou de submissão incondicional, e disto temos muitos relatos no A.T., como o de Rute que tomou as iniciativas com relação à Boaz; como Sara quando propôs à Abraão que se deitasse com sua serva ou quando riu ao ser informada de uma possível gravidez, e que coragem teve ao dizer ao anjo que não havia rido; e o que falar da Juíza Débora a quem cabia julgar toda uma nação. Enfim os exemplos são muitos. Podemos até ver a fragilidade de um rei, Acabe diante de sua rainha Jezabel que era uma tremenda casca grossa e não soube aproveitar sua inteligência e força. A força de uma mãe ao colocar seu filho sobre as águas de um rio para que fosse pego e adotado pela filha de faraó, imagina o coração dessa mãe.

A mulher consegue abrir mão com muito mais facilidade do que o homem mesmo indo contra seus piores sentimentos e temores, ela vai e enfrenta a situação. O dar à luz uma criança faria qualquer homem desmaiar e gritar e espernear, mas a mulher, com sua força única, olha não à dor, mas ao fruto que virá, o amor e a fidelidade aos seus propósitos de mãe.

Sobre o adultério, Jesus, trouxe o homem para dentro da conversa sobre a questão. Questionado que foi sobre o que se faria àquela mulher pega em adultério, com uma platéia provavelmente só de homens listou seus pecados e chamou-os a assumirem cada um o seu próprio pecado, e se não tivessem pecado algum, então estariam autorizados a atirar as pedras. Envergonhados se retiraram sem machucar aquela mulher.

Depois, ao ensinar seus discípulos sobre o adultério, Ele disse: Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que qualquer HOMEM que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. Jesus trouxe o homem para dentro da questão do adultério, pois aquela mulher havia sido apanhada em adultério, mas, onde estava o homem?

A leitura popular e feminista da Bíblia é uma perspectiva plausível e deve ser considerada e adotada nos círculos cristãos, pois até hoje não se acata aquilo que o Mestre tentou nos ensinar: “o respeito e o amor ao próximo”. Mais próximo do que a mulher só nossa própria alma. Qual ser humano vivente que não nasceu de uma mulher? Pensar no feminino com respeito e amor é ter em mente a própria mãe que nos gerou.

Em toda a Escritura podemos encontrar traços da feminilidade e do feminismo em atividade nas entrelinhas, pois não há nascimento sem a mulher, e nem alegria e festa sem a presença da mulher. Aliás, são elas que promovem e idealizam  tais festas. Não é dito, mas será que aquelas festas no A.T. eram idealizadas e realizadas apenas pelos homens? Sabemos que o homem não tem esse tipo de sensibilidade, pois isso é uma característica marcante do feminino.

Assim, é sim possível ler nas linhas e entrelinhas da Bíblia a presença marcante ou mesmo dissimulada da mulher.

O que mais me leva a meditar sobre esse proceder feminino, esse feminismo inconformado, porém, sem confronto, é o livro de Paulo aos Gálatas 3.28, onde é dito que “não há nem macho, nem fêmea em Cristo Jesus, todos somos um".

O confronto não é salutar. O equilíbrio é que deve ser mantido e buscado. O homem precisa da mulher e a mulher do homem. Diminuir o homem para que a mulher cresça também não é salutar. O ideal é que ambos cresçam juntos em e com Cristo.

Porém, no cristianismo atual, herdeiro do machismo patriarcal, a compreensão só virá com muita insistência, determinação e ensinamento. Barreiras devem ser rompidas.

Ademir Goulart


Autor: Ademir Goulart


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