A comunicação entre equipe obstétrica e parturiente



A COMUNICAÇÃO ENTRE EQUIPE OBSTÉTRICA E PARTURIENTE

COMMUNICATION BETWEEN STAFF AND OBSTETRICAL PARTURIENT

 

Vanessa Alves Patricio¹
                        Gláucia Margarida Bezerra Bispo²

RESUMO

A comunicação é a transmissão e o recebimento de mensagens, verbais ou não verbais. Esse processo permite um maior envolvimento entre o paciente e o enfermeiro. Gerar na mulher um poder de confiança na equipe que lhe observa, diante de informações vindas dos mesmos, principalmente aquelas primíparas, é de total importância para um resultado positivo do parto. Dentre as informações recebidas, as mais frequentes são em relação ao trabalho de parto, a indicação do parto cesáreo, e os procedimentos de rotina. Este trabalho tem como objetivo generalizar a partir das referências, o levantamento bibliográfico de publicações científicas nacionais com relação à comunicação entre a equipe obstétrica e a parturiente, baseado em um estudo que se trata de uma pesquisa através de análise de conteúdos bibliográficos, e de natureza qualitativa, sendo o tipo da análise a temática, a qual enfatiza as visões dos autores acerca do tema, sem intervir nas mesmas. Concluímos em geral com os autores que a dominação e a relação de posse que se estabelece sobre o corpo da mulher, mediante o profissional, por uma permissão subentendida, não expõem atenção ao valor sentimental da mulher, que vive um momento único em sua vida. Descobrindo a precisão de qualificação dos profissionais para realizar um atendimento adequado ás parturientes.

 

 

Palavras chaves: comunicação, assistência ao parto, saúde da mulher, enfermagem.

 

¹Acadêmica de Enfermagem do 2º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri–URCA/Campus Avançado de Iguatu-CAI.
²Profª.Esp.Graduada pela Universidade de Fortaleza–UNIFOR. Especialista em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde–URCA.

ABSTRACT                                                    

Communication is the transmission and receiving messages, verbal or nonverbal. This process allows for a greater involvement between patient and nurse. Generate a woman in the power of trust in the team that sees you in the face of information coming from them, especially those primiparous, is all important for a positive result of childbirth. Among the reports, the most common are relative to labor, the indication of cesarean section, and routine procedures. This paper aims to generalize from the references, the bibliography of scientific publications regarding the communication between the mother and the obstetric team, based on a study that it is a search through bibliographic content analysis and qualitative , being the kind of thematic analysis, which emphasizes the views of the authors on the subject, without intervening in them. Generally conclude with the authors that the relationship of possession and domination that is established on the woman's body by the trader, for an implied permission, do not expose attention to women's sentimental value, living a unique moment in your life. Discovering the accuracy of the qualified professional to perform an adequate care of patients.


Keywords: communication, delivery care, women's health nursing.

1. INTRODUÇÃO

A comunicação é a transmissão e o recebimento de mensagens, verbais ou não verbais. Esse processo permite um maior envolvimento entre o paciente e o enfermeiro. Permitindo também uma maior explanação do diagnóstico, com o paciente explicitando o que lhe ocorre. Ocasionando uma maior confiabilidade, gerando segurança e uma satisfação pessoal do enfermo, resultando em positividade no resultado do mesmo. Cada parto tem o seu significado único. Por isso deve-se haver respeito à mulher que vivencia essa pratica, com valorização desde o pré-parto, parto e nascimento, levando em conta os valores de suas escolhas que os satisfazem, tendo como principio o processo de nascer com responsabilidade.

‘’Essa prática assistencial tem provocado crescente angústia nas mulheres, para quem o parto é simbolizado como um evento de riscos e dor física. Atualmente, além do temor inerente ao parto, a mulher sente medo de quem a atenderá, uma vez que suas experiências próprias ou de outras mulheres de seu convívio estão repletas de atendimento impessoal e distante, por parte dos profissionais. ’’ (Caron O.A.F., Silva I.A., 2002)

A obstetrícia transformou o processo de parturição em algo baseado na técnica, na racionalidade, o que causa certo temor nas mulheres. Ela fica submetida ao medo de quem irá atendê-la, decorrente de experiências próprias ou de conhecidas, já atendidas com certa frieza e distancia por parte dos profissionais. Estudos mostram que a dificuldade em existir uma maior relação de afeto com os seus pacientes, vem da indisponibilidade do profissional ao mesmo. Inclui-se a isso o fato deles não terem em sua formação acadêmica um conhecimento a esse tema, logo se sentirem despreparados para este tipo de interação. A partir de todo o modelo formatado pelos profissionais, eles generalizam o processo de parturição, o que deveria ter uma importância individualizada a cada parturiente.

’’A partir dessa visão, a atitude materna esperada pelos profissionais, deve corresponder às suas expectativas, uma vez que eles julgam as parturientes de forma generalizada, exigindo que se “comportem” dentro de um padrão modelado por eles.’’ (Caron O.A.F., Silva I.A., 2002)

Falta o explicitar do interesse a paciente, o que a deixa com mais anseio e medo, sendo reprimida pelos padrões criados por eles mesmos, que seria bem mais simples com frases de atenção, como: ‘’estou aqui pra te ajudar’’, ou ‘’calma, vai dar tudo certo’’.

Dentre os partos ocorridos em 2004 nos hospitais brasileiros, 42,72% foram cesáreos (Ministério da Saúde, 2006). É importante considerar que o nível máximo tecnicamente recomendado pela Organização Mundial da Saúde ([OMS], 1985) é de 15%. Além disso, na realidade brasileira, situações de desrespeito e violência para com a mulher durante a assistência tem sido um tema recorrente nos resultados dos estudos aqui realizados (Alves, 2002; Caron & Silva, 2002; Domingues, Santos, & Leal, 2004; Fernandes, 2000; Hotimsky, Rattner, Venancio, Bógus, & Miranda 2002), o que vem a reforçar a necessidade urgente de repensar a forma de tratamento das parturientes.

 ‘’A atitude da enfermeira, em estabelecer uma comunicação efetiva com sua cliente, constrói uma relação terapêutica, estabelecendo uma condução de trabalho de parto resolutiva e não intervencionista.’’ (Caron O.A.F., Silva I.A., 2002)

A enfermeira mantém uma comunicação mais humana, com mais afeto entre as pacientes, o que as tranquilizam e qualificam o parto. A assistência da enfermagem diferencia-se por interferir e muito na relação e no crescente apoio com a parturiente, estabelecendo um elo maior de confiança com o profissional.

A total atenção da enfermeira é essencial, não se deve deixar a mãe sozinha em nenhum momento, se a mesma não puder, deve deixá-la com algum familiar ou outro empregado. Ainda que o parto não seja imediato, deve ter sempre alguém ao seu lado para que possa auxiliá-la no que for necessário. A vinda de um novo membro na família mexe emocionalmente com todos os familiares, de diferentes reações são percebidas a emoção de cada um. A enfermeira exerce praticas de constante esforço para se adaptar as mais variadas situações existentes para poder auxiliar no que for necessário, explanando a importância da assistência familiar no momento de parturição, qualificando muito no emocional da parturiente. Não devendo ser levado o momento do parto como uma situação rotineira, tendo que prevalecer a importância individual de que cada caso é único.

 

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

  • Analisar a partir das referências, o levantamento bibliográfico de publicações científicas nacionais, com relação à temática da comunicação existente entre equipe obstétrica e parturiente.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Observar a relação existente entre a mulher que vivencia o parto junto ao olhar de seus acompanhantes, e a equipe profissional que a acompanha;
  • Averiguar as informações que são passadas a parturiente no trabalho de parto e no parto;
  • Investigar a importância da assistência familiar no momento de parturição, qualificando muito no emocional da parturiente;
  • Analisar uso de métodos não-invasivos e não-farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto;
  • Conhecer a importância do contato precoce pele a pele entre mãe e filho em sala de parto;
  • Conhecer a importância da enfermagem no aspecto de atenção à parturiente;

 

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo elaborado através de pesquisa bibliográfica, com abordagem metodológica do tipo qualitativo. O tipo de análise utilizada foi a temática, enfatizando as visões dos autores acerca do tema, sem intervir nas mesmas. Tendo como instrumentos da pesquisa revistas e artigos de temática à enfermagem, encontrados nas bibliotecas virtuais Medline, Scielo e BVS, em que os autores realizaram um estudo sobre a temática.

O objeto de estudo foram os conteúdos bibliográficos científicos enfatizando as questões de comunicação entre os profissionais que assistem ao parto e a parturiente.

 

4. ANÁLISE E DISCUSSÕES

 

‘’O Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento (MHPN) surgiu diante de evidências de que o uso irracional de tecnologia vem causando mais danos à mulher e ao bebê do que benefícios e tem uma preocupação que abrange, além de aspectos relativos à saúde pública, como a redução da taxa de cesáreas e mortalidade materna, também o bem-estar da mulher e do bebê. Defende-se a participação da parturiente nas decisões sobre sua saúde, a melhoria na relação profissional de saúde-paciente, a inclusão do pai no parto, a presença de doulas (mulheres que acompanham outras mulheres durante o trabalho de parto), e alguma negociação nos procedimentos de rotina. Porém, conforme analisa Diniz (2001), no Brasil, essas e outras recomendações vêm sendo desconsideradas, quando muito são conhecidas.’’ (Silveira, S. C., Camargo, B. V. & Crepaldi, M. A., 2010)

‘’A OMS recomenda amplamente o uso dos métodos não-farmacológicos de alívio da dor pela possibilidade de produzir muitos benefícios para a maior parte das mulheres, que não são obtidos com o uso de qualquer outro método farmacológico de alívio da dor 24. Além disso, a não utilização da analgesia farmacológica permite à mulher mais controle sobre o processo parturitivo.’’ (Nagahama E. E. I., Santiago S. M., 2008)

O não uso de métodos farmacológicos, para alívio de dores seria muito vantajoso á maioria das mulheres, o que não é adquirido com uso de método farmacológico. Além da possibilidade da mulher ter certo controle no momento de parturição. Tais métodos são banhos mornos, o exercício da caminhada massagem relaxante, exercícios respiratórios, exercícios com bola de Pilates, utilizados mais por profissionais da enfermagem, facilitando no andamento do trabalho de parto.

‘’Para as mulheres, receber informação suficiente e adequada é sinônimo de humanização, representa o cuidado na atenção e constitui característica desejável de um profissional competente. ’’ (Nagahama E. E. I., Santiago S. M., 2008).

Gerar na mulher um poder de confiança na equipe que lhe observa, diante de informações vindas dos mesmos, principalmente aquelas primíparas, é de total importância para um resultado positivo do parto. Dentre as informações recebidas, as mais frequentes são em relação ao trabalho de parto, a indicação do parto cesáreo, e os procedimentos de rotina. E entre as menos frequentes, estão o uso de métodos não-farmacológicos para alivio da dor, liberdade de posição e de movimentação, a escolha de parto vaginal ou cesáreo.

Um tipo de violência institucional que geralmente ocorre entre profissionais da saúde, é o de negar informações à parturiente, esse ato é considerado um tipo de agressão. Uma provável explicação seria a existência de vínculos de poder desigual, em que médicos julgam as mulheres com menor escolaridade como se fossem impossibilitadas de compreender as informações, e uma persistência, segundo os mesmos, seria uma perca de tempo.

O estimulo em se iniciar o momento de amamentação logo na sala de parto, aumenta o vinculo entre a mãe e o filho, respeitando em todos os momentos os desejos e a saúde das parturientes e dos bebês, isso durante a internação, visando à alta hospitalar.

‘’O início do aleitamento materno deve ocorrer na primeira meia hora após o nascimento, e que os bebês devem permanecer por pelo menos trinta minutos junto à sua pele.’’ (Nagahama E. E. I., Santiago S. M., 2008).

‘’Esforços conjuntos da Rede de Humanização do Nascimento, Rede Nacional Feminista de Saúde e da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstétricas, contribuíram para que a Lei n.11.108, de 7 de Abril de 2005, fosse aprovada e sancionada. Esta lei obriga os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde a permitirem a presença de um acompanhante escolhido pela parturiente, durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.’’(Nakano, A.M.S., Silva, L.A., Beleza, A.C.S., Stefanello, J., Gomes, S.A., 2007).

Um direito constituído, mas que se tornou desrespeitoso pela maioria dos profissionais de saúde, é o de incentivo a participação do pai, ou acompanhante de escolha da parturiente durante o processo do parto.

‘’Vários motivos foram alegados pelos profissionais de saúde para impedir a presença do acompanhante: “são regras do hospital; a lei do acompanhante não vigora; o acompanhante é desnecessário; a internação é pelo SUS; as mulheres da enfermaria ficam sem roupa; não é permitido acompanhante do sexo masculino; muita gente atrapalha; é maior de idade, não precisa; acompanhante só pode ficar se for cesárea”. (Nagahama E. E. I., Santiago S. M., 2008).

‘’A Organização Mundial de Saúde recomenda práticas reconhecidamente benéficas para assistência ao parto de baixo risco. O Projeto Maternidade Segura, criada em 1995, preconiza um modelo de atenção ao parto e ao nascimento menos intervencionista e mais humanizado. Dentre os princípios para a assistência humanizada, é incluída a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto que pode ser o companheiro ou alguém da família. O Ministério da Saúde estabelece um protocolo assistencial, indicando a necessidade de que a parturiente disponha de um acompanhante de sua escolha. Esse acompanhamento visa a prestação de apoio e encorajamento constantes á mulher, o que proporciona maior segurança e conforto durante o trabalho de parto e parto. ’’ (Nakano, A.M.S., Silva, L.A., Beleza, A.C.S., Stefanello, J., Gomes, S.A., 2007).

O apoio sucessivo no momento do parto pode cooperar na diminuição de partos cesarianos, no tempo do parto, no incentivo ao aleitamento desenvolvendo na mulher uma concepção positiva destas ações. No ponto de visto das mulheres, elas viam o acompanhante inserido nos cuidados, fazendo-as sentir carinho, segurança, bem-estar e conforto. Mostrar-se preocupado, disposto a escutar e a cuidar da parturiente é importante, pois cria laços de confiança e segurança, além de fazer do parto um momento de cuidado e que seja único a cada família. Em algumas situações um simples olhar representa muito mais que ações, um olhar de conforto e de carinho, deixando-lhe segura e confiante.

 Essa prática de acompanhamento da parturiente, não é bem vista por parte dos profissionais da saúde, devendo haver uma revisão desses conceitos de assistência.

‘’Enfermeiras usualmente identificam e eliminam uma fonte de desconforto, antes que esta afete o paciente. Mas o conforto pode existir sem que haja um estado de desconforto. Quando o desconforto não pode ser evitado, ele é frequentemente neutralizado ou combatido com adicionais confortos. Isso ocorre frequentemente durante o trabalho de parto e parto, e a enfermagem pode verificar a possibilidade de a parturiente utilizar os métodos para o alívio da dor, respeitando a sua vontade, conhecendo-a e buscando criar um ambiente de trocas entre a equipe, a mulher e seu acompanhante, o que lhe proporcionará conforto.’’ (Frello A.T., Carraro T.E., 2010).

A comunicação constitui-se como ferramenta da enfermagem para orientação e, quando bem utilizada, proporciona também conforto, havendo uma maior atenção entre o profissional da enfermagem e a parturiente. A sensibilidade presente nos enfermeiros ao cuidar do paciente, está contida em uma percepção dos mesmos em proporcionar um maior conforto, em respeito à necessidade de cada um. O controle dos seus sinais vitais e do bebê, além de acompanhar a evolução do parto, essa proximidade são sentidos, pelas mulheres, como conforto.

‘’Percebemos que a realização dos exames é indispensável durante o trabalho de parto porém, se feitos com cuidado, com interação entre o profissional e a parturiente, evitando excessos e exposição desnecessária do corpo, esses procedimentos podem ser vistos como conforto, por tranquilizarem-na acerca de sua saúde e a do bebê. Do contrário, podem ser vistos como um incômodo, um descuidado levando ao desconforto.’’ (Frello A.T., Carraro T.E., 2010).

Informações sobre a saúde do bebê e a saúde da mãe proporcionam a mesma uma maior segurança e tranquilidade. Exames feitos durante o trabalho de parto é indispensável, criando um elo maior entre o profissional e a parturiente, possibilitando uma menor exposição do corpo. A forma como são realizados esses exames faz diferença no trabalho de parto, podendo interferir no que a mesma irá sentir durante esse processo.

‘’Na obstetrícia moderna, configura-se como um dos maiores desafios incluir medidas de conforto no cuidado prestado à parturiente, para promover “um parto mais fisiológico e prazeroso possível para a mãe e família”. De uma forma geral, os recursos materiais para prover conforto às mulheres em trabalho de parto são acessíveis, dependendo muitas vezes de iniciativas por parte das instituições e, principalmente, dos profissionais que as acompanham. ’’ (Frello A.T., Carraro T.E., 2010).

Os recursos materiais auxiliam bastante na qualificação do parto, a maioria desses recursos é acessível. A sensibilidade ainda é o primórdio do conforto, o simples fato de tocar o paciente, a aproximação permite ao profissional se sensibilizar e criar um espaço de conforto e atenção que intensifica a força fundamental a parturiente.

‘’É rotina estabelecida para as Unidades Básicas de Saúde que a Enfermeira deve realizar a primeira consulta pré-natal, fazendo a matrícula da mulher no serviço e solicitando os exames laboratoriais preconizados. As consultas seguintes são agendadas, alternadamente, para o médico e para a enfermeira, mesmo tratando-se de uma gravidez de baixo risco.’’ (Gardenal C.L.C., Parreira I., Almeida J.M., Pereira V.M., 2002).

É notável o fato de que as enfermeiras atuam muito pouco e de forma intermitente na assistência pré-natal. Uma das razões que dificulta a atuação sistemática da enfermeira no pré-natal é o acúmulo de funções. A enfermeira tem sempre, sob seu encargo, vários programas, tais como o da Criança, da Imunização, do Hipertenso, de Diabéticos, entre outros.

É necessário o preparo psico-físico da gestante para o trabalho de parto, competência que a enfermeira está pronta a realizar com eficácia, aumentado a possibilidade de um parto eutócico.

‘’O Ministério da Saúde, exercendo seu papel normatizador, implantou um conjunto de ações por meio de Portarias Ministeriais com o objetivo de estimular a melhoria da assistência obstétrica e de regulamentar a atuação do enfermeiro obstetra na realização do parto normal sem distocia, aplicando práticas baseadas em evidências.’’ (Machado N.X.S., Praça N.S., 2006).

É importante que as primeiras consultas do pré-natal, sejam realizadas ao inicio do primeiro trimestre, possibilitando o diagnóstico precoce de gestações de alto risco. O inicio precoce no acompanhamento, permite identificar e intervir em causas como, morte da mãe e da criança, parto prematuro, detecção de doenças sexualmente transmissíveis, que se adequadamente monitorada durante gestação, diminui a probabilidade de transmissão do vírus à criança, retardo de crescimento intra-uterino.

 

5. CONCLUSÃO

É de total importância que a enfermeira proporcione a parturiente a sua participação no trabalho de parto, eliminando as impressões de medo, angústia, dor, tão vivenciadas por parturientes, que através de uma comunicação permanente, resulta não somente no seu comportamento, como também levará a uma experiência menos assustadora, originando um sentimento de segurança.

Com isso valorizando a importância da participação da parturiente e estabelecendo práticas que facilitem ás suas necessidades, tendo uma visão do parto como sendo um processo fisiológico, em que as emoções da parturiente têm grande importância.

Alguns dos obstáculos para uma adequada implantação do cuidado humanizado estão no desconhecimento das mulheres e de seus acompanhantes sobre os direitos reprodutivos na atenção ao parto e nascimento; a atitude de renúncia das mulheres e de seus familiares; a ausência de orientação e preparo do acompanhante; a insuficiência e negação da informação; as más condições estruturais; o despreparo da equipe para acolher o acompanhante.

Uma das táticas para melhorar a assistência obstétrica no Brasil, é a congregação crescente de enfermeiros, uma vez que o processo de parturição é realizado, sobretudo por obstetras e em hospitais públicos. É necessário também um olhar maior á mulher que vive esse processo de parto, conhecendo como ela se sente, sendo então possível inserir os planos de cuidados da enfermagem.

Infere-se que a dominação e a relação de posse que se estabelece sobre o corpo da mulher, mediante o profissional, por uma permissão subentendida, não expõem atenção ao valor sentimental da mulher, que vive um momento único em sua vida. Descobrindo a precisão de qualificação dos profissionais para realizar um atendimento adequado ás parturientes.

A equipe tem em suas mãos a tarefa de despertar medidas de controle da situação, ajudando á mantê-la segura, confiante, participante do parto. A equipe, o acompanhante e a parturiente, todos esses juntos, podem alcançar o meio de conforto que dê bom resultado a mulher.

6. REFERÊNCIAS

 

Caron OAF, Silva IA. Parturiente e equipe obstétrica: a difícil arte da comunicação. Rev Latino-am Enfermagem, 2002 julhoagosto; 10(4):485-92.

 

Nagahama E. E. I., Santiago S. M. Práticas de atenção ao parto e os desafios para humanização do cuidado em dois hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde em município da Região Sul do Brasil, 2008.

 

Silveira, S. C., Camargo, B. V. & Crepaldi, M. A. (2010). Assistência ao Parto na Maternidade: Representações Sociais de Mulheres Assistidas e Profissionais de Saúde.

 

 Nakano, A.M.S., Silva, L.A., Beleza, A.C.S., Stefanello, J., Gomes, S.A., O suporte durante o processo de parturição: a visão do acompanhante. Acta Paul Enfermagem 2007.

Alves MTSSB, Silva AAM, organizadores. Avaliação da qualidade de maternidades: assistência à mulher e ao seu recém-nascido no Sistema Único de Saúde. São Luís: Gráfica Universitária da Universidade Federal do Maranhão; 2000.

 

Gardenal C.L.C., Parreira I., Almeida J.M., Pereira V.M. Perfil das enfermeiras que atuam na assistência à gestante, parturiente e puérpera, em instituições de Sorocaba/SP (1999). Rev Latino-am Enfermagem 2002 julho-agosto; 10(4):478-84.

 

Frello A.T., Carraro T.E. Conforto no processo de parto sob a perspectiva das puérperas. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010 jul/set; 18(3):441-5

 

Machado N.X.S., Praça N.S. Centro de parto normal e a assistência obstétrica centrada nas necessidades da parturiente. Rev. Esc. Enferm. USP 2006; 40(2):274-9.

 

Leite E.P.R.C., Clápis M.J. A participação dos profissionais de enfermagem na assistência às parturientes no município de alfenas, minas gerais. Cogitare enferm. 2010 out/dez; 15(4):757-8

 

 

 

 

 

 



Autor: Vanessa Alves Patricio


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