Causas e efeitos da surdez



I O que é  Surdez O percurso do som captado pelo pavilhão auditivo (orelha) passa pelo conduto auditivo externo, vibra o tímpano, desencadeando o movimento do 3 ossículos ((martelo, bigorna e estribo).Este ultimo ( estribo) faz o movimento de pistão para dentro da cóclea, fazendo com que as células recebam as informações e envie para o cérebro através do nervo auditivo. Qualquer alteração ou interrupção desse percurso gera a surdez, e pode ocorrer em locais diferentes e em grau diferente.Após o nascimento do bebê se faz o teste da Orelhinha, outro teste é o Bera, mais conhecido como audiometria.Diagnosticado a perca auditiva, são propostas atividades para o desenvolvimento da percepção auditiva na forma de treinamento. O trabalho com surdos são baseado numa abordagem até um tempo atrás  oralista, visando a aquisição de um vocábulo básico e integração na comunidade de ouvintes. De acordo com a definição da Secretaria de Educação Especial – SEESP, do Ministério da Educação e do Desporto - MEC (Brasil, 1997 e 2003), o termo surdez ou deficiência auditiva se refere a uma diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, que gera algumas conseqüências no desenvolvimento do indivíduo, principalmente em relação a linguagem oral. Desta forma considera-se como surda a pessoa cuja audição não é funcional na vida comum e parcialmente surda aquela cuja audição, mesmo deficiente, é funcional com ou sem a prótese auditiva  segundo os dados da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS (2005) e com base no decreto nº. 3.298 de 20 de dezembro de 1999 e no Artigo 4º é considerada pessoa portadora de deficiência aquela que enquadrar nas seguintes categorias:Parágrafo II – deficiência auditiva - perda parcial ou total das possibilidades Auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte:

a) de 25 a 40 debicéis (db) – surdez leve;

b) de 41 a 55 db – surdez moderada;

c) de 56 a 70 db – surdez acentuada;

d) de 71 a 90 db - surdez severa;

e) acima de 91db - surdez profunda; e

f) anacusia.

Para Marchesi (1995), o momento da perda auditiva tem uma grande repercussão sobre o desenvolvimento infantil, pois a idade, a experiência com o som e com a linguagem oral serão aspectos facilitadores para a posterior evolução lingüística. A partir da idade em que houve a perda auditiva, explica o autor, os surdos podem ser classificados em três grupos que seguem diferentes programas educacionais:

1. Congênita: crianças surdas pré-locutivas que, por não terem tido uma experiência com o som, precisam aprender uma linguagem que lhes é totalmente nova;

2. Do nascimento aos três anos: crianças que perderam a audição ao longo do segundo e terceiro ano e puderam obter uma maior competência lingüística. Mas devido a sua estruturação precária ainda requer a aquisição de um sistema lingüístico organizado;

3. Após os três anos: pessoas surdas pós-locutivas que têm que manter a linguagem já adquirida e enriquecê-la a partir das experiências acumuladas.

Baseando-se na assistência (médica, fonoaudiológica, psicológica e outras),nos estudos e nas pesquisas científicas, a SEESP (Brasil, 1997) classifica a etiologia da surdez em:

- Pré-natais, ocorrem no período da gestação devido às desordens genéticas; relativas à consangüinidade, ao fator Rh, a doenças infectocontagiosas (ex.: rubéola); sífilis, herpes, toxicoplasmose, citomegalovírus; remédios ototóxicos, drogas, alcoolismo materno; desnutrição/subnutrição/carências alimentares; pressão alta, diabetes; xposição à radiação e outras; Peri-natais, surgem com problemas no parto devido a pré-maturidade pós-maturidade, anóxia, fórceps; infecção hospitalar e outras;Pós-natais, aparecem com problemas após o nascimento devido a meningite; remédios ototóxicos em excesso, ou sem orientação médica;sífilis adquirida; sarampo, caxumba; exposição contínua a ruídos ou sons muito altos; traumatismos cranianos e outros.Em uma pesquisa sobre perda auditiva e fatores sócio-econômicos, Béria e Raymann (2004) explicam que pelos dados da Organização Mundial de Saúde – OMS, cerca de 250 milhões de pessoas apresentam perdas auditivas incapacitantes, ou seja, 4,2% da população mundial e que a incidência maior está em países em desenvolvimento. No Brasil, o número de pessoas que apresentam algum tipo de problema auditivo, com graus de perda que variam do parcial ao total é de 15 milhões, onde do total, 80% dos casos de surdez ocorrem devido aos fatores ambientais. A surdez, em 2000, ocupava o 15º lugar entre as doenças em maior impacto na saúde da população mundial.Como estatística sobre a surdez, a SEESP (Brasil, 1997) relata que em cada mil crianças que nascem, pelo menos uma é surda profunda e que ao longo da vida muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos em decorrência de acidentes ou doenças. Esses são dados estatísticos significativos que juntos com o estudo da etiologia reforçam a importância da prevenção primária na área da saúde. De uma forma geral, no manejo das causas e conseqüências da surdez, o trabalho preventivo dessa deficiência se divide em três momentos (Brasil, 1997)  Prevenção primária, referem-se às ações que antecedem ou evitam o problema da surdez, tais como: campanhas de vacinação contra rubéola,sarampo, meningite, caxumba, etc; exames pré-nupciais, acompanhamento pré-natal e palestras e orientações às mães Prevenção secundária ,tratam-se de ações que atenuam as conseqüências da surdez e que são realizadas na área da saúde, diagnóstico, protetização da criança e atendimento fonoaudiológico, e na área da educação, atendimento na educação infantil através do programa de estimulação precoce, para crianças de zero a três anosPrevenção terciária implica em ações que limitam as conseqüências do problema da surdez e melhoram o nível de desempenho da pessoa. Alguns acreditam ainda que o método oral possa ser minorado, a estimulação e os aparelhos auditivos são recursos a serem usados para levar a crianças surda para a normalidade. A educação oral requer um esforço total da pessoa com deficiência auditiva, da família e da escola.Respaldados pelos novos paradigmas inclusivos, as pessoas com surdez têm conquistado atualmente direitos fundamentais que promovem a sua inclusão social.  O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras, em abril de 2002, e sua recente regulamentação, conforme o decreto nª 5.626, de 22 de dezembro de 2005, legitimam a atuação e a formação profissional de tradutores e intérpretes de Libras e Língua Portuguesa. Garante ainda a obrigatoriedade do ensino de Libras na educação básica e no ensino superior - cursos de licenciatura e de Fonoaudiologia e regulamenta a formação de professores da Libras, o que abre um amplo espaço, nunca antes alcançado, para a discussão sobre a educação das pessoas com surdez, suas formas de ocorrência e socializaçãtanto do sujeito surdo .Ao decorrer de meus estudos pude conhecer, entender e  ter noções do verdadeiro papel  dos surdos.  e sua  trajetória  Surda  ,seus  preconceitos, estereótipos , avanços e  conquistas, ainda  se tem muito a pesquisar.  Discussões  recentes e investigações relativas à interação entre elementos lingüísticos e gestuais nas línguas sinalizadas, que vai desde a constituição de seu léxico até a organização de seu discurso, em especial da teoria de integração de espaços mentais, a análise ressalta algumas estratégias da língua de sinais brasileira, observadas na língua usada em narrativa, em que se verifica intensa parceria entre gesto e língua, na construção da significação e das relações gramaticais, na coesão discursiva e na estruturação da narrativa, sugerindo que essa parceria é a base de sustentação da gramática das línguas sinalizadas, fazendo com que ao sujieito surdo pssa  se comunicar e ter embasamento, estrutura quanto qualquer outra língua materna , visto que qualquer pessoa  ouvinte ou surda faz primeiramente uma  leitura visual, observamos que  esta  é a primeira linguagem de qualquer ser humano.

 


Autor: Vanda Goes


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