O problema do lixo eletrônico
O Problema do Lixo Eletrônico
O Livro de Eli (no original The Book of Eli) é um filme de ficção científica que foi lançado em 2010 com direção de Albert Hughes e Allen Hughes, tendo como personagem
principal o ator Denzel Washington. Dois fatos me impressionaram muito neste filme: o primeiro foi o cenário desolador em que se encontrava o planeta terra, com as cidades completamente destruídas e apenas alguns sobreviventes. E o segundo, a escassez completa de água. Nestas condições, pensar em tomar um banho seria quase que um pecado mortal. Um atentado contra a humanidade (ou, o que restou dela). Lembro de uma cena em que o personagem principal apenas podia se dar ao luxo de derramar algumas gotas de água em seu rosto.
Citei este filme somente para ilustrar que, caso não tenhamos o cuidado de dar a devida atenção ao problema do lixo eletrônico, provavelmente, estaremos caminhando para o cenário catastrófico apresentado pelo filme.
Poderíamos classificar como lixo eletrônico, ou, e-waste, (cuidado para não confundir com spam - aqueles e-mails indesejados que recebemos em nossas caixas postais) qualquer equipamento eletro-eletrônico (como por exemplo: geladeiras, televisores, micro-ondas, computadores e aparelhos celular) que tenham atingido a sua obsolescência.
Aqui chegamos ao nosso primeiro ponto chave: quais são os critérios utilizados para determinar se um aparelho eletrônico está obsoleto?
Numa sociedade de consumo desenfreado como a que vivemos atualmente, onde a corrida por avanços tecnológicos atinge patamares extraordinários de evolução, a ponto de, há cada seis meses termos lançamentos no mercado de novos modelos de celulares, computadores, i-pads, tablets, smartphones, etc..., como conseguir manter o bom senso? Somos bombardeados dioturnamente com propagandas sobre as novas funcionalidades
dos mais novos modelos lançados no mercado.
Raramente paramos para nos perguntar por que temos que trocar o nosso aparelho celular pelo modelo mais novo que saiu somente porque este traz novas funcionalidades (ou será que não seriam apenas novas futilidades)? Tenho realmente que trocar o meu
notebook com Processador Core”2 Duo, 4Gb de RAM, HD de 250Gb que estou utilizando há mais de dois anos? Será que este computador não atenderia às minhas necessidades por mais um ou dois anos?
A ditadura do mercado, utilizando-se de todas as ferramentas sedutoras disponíveis nas mídias, acaba por obnubilar nossos pontos de vista, impedindo-nos de utilizar o bom senso no momento de decidir quando realmente os nossos aparelhos eletrônicos estariam obsoletos. Ou seja, atualmente quem decide o tempo de vida útil dos equipamentos eletrônicos que utilizamos são as grandes empresas de tecnologia juntamente com o
poder da mídia. Nós, consumidores finais, fascinados com as inovações tecnológicas, delegamos ao mercado este poder. E nos comportamos como crianças correndo atrás dos novos brinquedinhos eletrônicos que são lançados a cada seis meses.
Como consequência desta delegação de poder ao mundo do mercado de consumo desenfreado, chegamos ao nosso segundo e último ponto crucial: o que fazer com toneladas e mais toneladas de equipamentos eletrônicos que tornam-se obsoletos à cada
ano?
Pesquisas estatísticas apontam para a probabilidade de, no final de 2013 chegarmos a quantidade astronômica de dois aparelhos celulares por cada habitante do planeta. Somente por este simples dado estatístico já podemos ter uma dimensão exata do
tamanho do problema. E o mais agravante é que os países mais ricos (e, portanto, os maiores produtores de lixo eletrônico) não tem a sensibilidade para tratar o problema de forma responsável, chegando ao cúmulo de enviar toneladas de lixo eletrônico para
alguns países sub-desenvolvidos (como por exemplo na África).
Precisamos acordar urgentemente para este tema, pois, caso contrário, estaremos fadados há, nos próximos 50 ou 100 anos termos a sobrevivência do planeta completamente comprometida.
