Problemas Energéticos E Meio Ambiente!



Será que teremos novamente problemas com energia elétrica?

        Algumas previsões indicam ainda a possibilidades de déficit de energia elétrica alguns anos à frente. Alguns? Quando será,  realmente acontecerá?
       Voltaram com o planejamento em longo prazo, os chamados "Planos Decenais", importantes no setor. Energia tem que sempre preceder o crescimento econômico e normalmente precisamos de acréscimo de 2% de energia para cada 1% de crescimento econômico. Em tese e nas lousas de planejamento estaríamos seguros até 2011 com as projeções atuais de entrada das usinas geradoras em processo, mas a realidade não parece ser bem esta.
       As estimativas mundiais e nacionais são de progresso ainda por algum tempo, mesmo com o arrefecimento econômico e a sinalização das crises atuais. Podemos frear o ciclo virtuoso do crescimento nos próximos anos se não olharmos com cuidado esta questão. A energia é o combustível do crescimento.
       Bem fazendo uma análise macro no setor, sabemos de vários problemas existentes na questão ambiental. Todo esforço dos agentes não tem sido suficiente para colocar no mercado a energia projetada. Outros problemas existem, mas são menos relevantes e ainda que o regime de águas é ótimo no sudeste, o sul já dá sinais de percalços.
        Fizemos uma análise do Plano Decenal e cruzamento de dados para saber a real situação projetada, programada, e o pressentimento não é nada bom para o Brasil.
         O melhor modelo é o que funciona, temos que esquecer o viés político e ideológico no setor elétrico, o estado é diferente de governo sendo esta a premissa básica que deveria ser levada em conta.
       Olhando dados da Aneel, podemos perceber que existem descasamentos de dados, pois a oferta da energia com restrição ambiental comparada com as de média restrição chega a quase 15%. A rigor, mesmo as usinas com médias restrições ambientais ainda podem não entrar no sistema. A sinalização é no mínimo de quebra em 15% da oferta projetada. Mínimo, pois usinas com média restrição fatalmente engordarão este dado para nossa tristeza.
       Fazendo uma análise nas curvas de consumo projetadas no Plano Decenal e a previsão da oferta o sinal amarelo ainda está acesso e podemos ter problemas futuros com grande certeza. 
      O assunto é complexo, pois demanda soluções emergenciais. Se a crise vai ocorrer ou não deve ser a preocupação, fato grave, pois vem sendo quase consenso para todos atores envolvidos.
       Quando explode o problema de escassez ou a crise, o custo da falta de energia é penoso e socialmente imensurável, pois vai frear a fonte de geração de emprego e renda, parar produção e dar prejuízos ao setor produtivo.
        Vários alertas foram feitos em 1999 e 2000 e finalmente ocorreu o desastre de 2001 com o racionamento. Menos trágico porque o Brasil não apresentava indicadores de crescimento econômico como vêm ocorrendo agora.
        Não podemos ser alarmistas, mas o radicalismo ambiental e político devem ser revistos.Segmentos regulados e envolvendo concessões públicas demandam uma ação essencial e competente do governo e suas autoridades, principalmente nos períodos de incerteza e desajustes, mas sempre o estado deve ser levado em consideração, as medidas são de longo prazo, sempre. 
       Levantamentos recentes mostram que de 1988 até 2005 foram desflorestados 330 mil km² no norte do Brasil enquanto foram inundados por usinas hidrelétricas 6,9 mil km² das matas, ou seja, existe muita preocupação com as usinas de Belo Monte e do Complexo Madeira. Hipocrisia pura quando olhada a devastação da mata. Estas usinas são cruciais no planejamento energético nacional com a entrada de 18 mil MW. Temos que ter as opções de Angra II e III, mesmo em confronto com ambientalistas.
       A palavra é sustentabilidade, o mote é responsabilidade social, o resto é conversa e ideologia predatória.
      O crescimento vegetativo do consumo de energia é histórico e continua na ordem de 4% ao ano, na prosperidade a coisa se agrava. O aumento de consumo de bens e serviços também ocorre naturalmente e isso só corrobora nossa assertiva: O Brasil vai continuar a crescer na economia, o setor vai ter que expandir sua oferta, o custo da energia é cada vez maior e os investimentos mais cuidadosos e escassos. Os problemas são nítidos. O que fazer então?
        Falar das fontes alternativas agora não é redundante. A exemplo do passado recente programas institucionais precisam entrar na pauta. O mundo inteiro busca isso, porque seremos diferentes? O futuro da humanidade está no aproveitamento destas fontes, a matriz energética convencional está esgotada e com custos proibitivos tornando viáveis as fontes verdes e renováveis. É inexorável e algo precisa ser feito urgentemente.
       As chances de pontualidade nos cronogramas do complexo do Rio Madeira e mesmo Angra II e III são mínimas. Se não faltar a energia por defasagem e atraso nas obras e licenciamentos, algo vai penalizar o Brasil, como o aumento de tarifas ou taxas e impostos setoriais.
      Não adianta ficar torcendo, ou esperando que as chuvas de São Pedro amenizem o problema, mas ação, isso que todos devemos cobrar das autoridades competentes.

Murilo Prado Badaró – Empresário-Economista-Ambientalista


Autor: Murilo Prado Badaró


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