A paisagem e a percepção do mundo na atuação do geógrafo



O mundo físico e perceptivo é resultado de um conjunto de entes materiais e visíveis aos olhos denominados paisagem que consiste basicamente na síntese de todos os elementos presentes em um determinado local. É a extensão dos olhos e sua limitação está até onde o olhar pode alcançar, é o domínio do visível e é composta por imagens e cores, em virtude da luz, que reflete no objeto e se projeta na retina. Em outras palavras, segundo George Berkeley, não existe a paisagem propriamente dita, mas ela é fruto da consciência, ou seja, sobre da mente dos seres humanos.

Israel Pedrosa, em sua obra “Da cor a cor inexistente”, define que as cores da paisagem é algo utópico, que não possuem uma verdade metafísica e que são produzidas na retina, graças à velocidade da luz que chega a trezentos mil quilômetros por segundo.

Portanto, as cores se constituem na essência da paisagem e por isso se reduz a sistema complexo e dinâmico, onde diferentes fatores naturais interagem e evoluem em conjunto.

A análise da paisagem configura o modo de como enxergamos o mundo, é por meio desta vasta gama de fenômenos que o homem, observador, visualiza os processos de mudanças naturais. Direcionando-se pelos ramos da Antropologia, a paisagem constitui-se no palco da nossa existência, é por meio dela que temos consciência absoluta do mundo, em que agem fenômenos essências para a percepção: movimentos, odores e sons. A paisagem delimita a nossa situação da realidade, que somos o centro do mundo e temos noção de mundo, mas o mundo, constituído de infinitas paisagens não sabe que existe o homem.

É favorável a análise critica e perceptiva da paisagem como meio de estar inserido no mundo e avaliar as condições fenomenológicas que a realidade apresenta.

O geógrafo, como profissional, deve em uma instância estar associado a percepção paisagista para conceber intelectualmente um senso critico sobre o mundo e esta percepção deve romper os limites da visão ao qual a paisagem se limita.

É importante, sem dúvida, a noção de mundo, para assim criar vínculos com a natureza, estar na busca de novos conhecimentos, pois a realidade paisagística revela aos profissionais verdades incomensuráveis, definidas e também reflexivas.

O geógrafo deve ir muito além do que prediz a explanação Geográfica; e sim estar envolvido com a realidade que o circunda e extravasar com suas íntimas indagações e plainar no terreno metafísico, romper com as barreiras da visão e essencialmente abstrair da natureza-paisagem a condição de que o profissional se faz a partir da concepção de abstração dos fenômenos naturais e seus processos dinâmicos, e enxergar na realidade meios para sua atuação plena.


Autor: Guilherme Campelo


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