De mulheres policiadas a mulheres policiais
Pretendo nesta breve trajetória espacial, política e sentimental da mulher discutir a problemática das relações de gênero, pelo viés das diversidades, mas sempre movida pela sede pessoal e profissional. A sede pessoal de expor “conflitos” de adolescente e agora adulta diante dos papéis impostos socialmente. E a curiosidade de compreender as relações de poder entre homens e mulheres. Em foco o efetivo feminino da Polícia Militar da Paraíba, em especial da cidade de João Pessoa. Trajetória feminina e por “algumas” vezes autobiográfica, possível no campo da História com a expansão dos estudos culturais que vem reconhecendo a subjetividade da escrita do historiador. Foi inspirada em novas abordagens da historiografia, que depende do “olhar” e das fontes utilizadas pelo historiador, analisando seu sujeito/objeto de estudo, que me motivaram a assumir a minha identidade de historiadora, contribuindo para desnaturalizar conceitos da história da mulher. Acredito na importância da sensibilidade e da subjetividade como objetos de estudo e de fontes para o historiador ou historiadora. Sob o signo desse novo tempo, tentarei trilhar esse caminho de descobertas, lutas, reafirmação e emoções, que possibilita novas metodologias, dando maior visibilidade às relações cotidianas. A metodologia utilizada na pesquisa, foi a História oral; nas entrevistas com as mulheres policias, minhas memórias e experiência de vida que é um grande campo de pesquisa informal. Pretendo dialogar com teóricos, como Judith Butler, que teve como principal tarefa repensar a teoria da “identidade definida” das mulheres como categoria; Michele Perrot, Alônia Abrantes, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, Keila Queiroz e Silva.
Conceitos: poder, gênero, identidade