''Olha lá quantos passarinhos cantando na Mangueira!''



 “OLHA LÁ QUANTOS PASSARINHOS CANTANDO NA MANGUEIRA! SABE O QUE ISTO QUER DIZER? QUE O MEU FILHO VAI SER MUITO, MUITO FELIZ!” Dona Ide, mãe de Chico Anysio.

 

            Na data 04/12/2011, noite de domingo, assistindo ao fantástico, acompanhei em determinada altura do programa, a matéria especial preparada em homenagem a um dos grandes e pioneiros humoristas do Brasil: CHICO ANYSIO!...

            O tópico apresentado por Patrícia Poeta e Tadeu Schmidt, deixou-me surpreso; Já que muitas vezes nos acomodamos e não buscamos informações extras a respeito dos grandes professores vistos na mídia; Ficamos a saber, em fragmentos, os tantos feitos dessas personalidades... Justamente por isso, foi bom ter desfrutado com mais detalhes, alguns dos fatos que compuseram a trajetória desse mestre! Acontecimentos essências a ele, em sua memória tudo guardado e que ali naquela data  foram transmitidos:

 

            A matéria inicia-se contando sobre a importância de seus “Anjos da guarda”, nos momentos que Chico esteve em coma desenganado. Um deles, sua atual mulher Malga, que soprava no seu ouvido:

            - Fique vivo Chico, fique vivo...”.

            Depois, de belíssima forma, adentramos em sua história de infância. Deparamos que esta fase dividiu-se em duas etapas: A primeira, como caçula tendo tudo o que queria; Época de suas primeiras manias em relação a imitar as pessoas... A outra, de como o pai dormiu rico e acordou pobre; Nesta parte, Chico confessa de maneira comovente, que a partir dali passou a apanhar quase todos os dias do ano...

            Logo após descobrimos seu gosto por cinema, futebol de campo e de botão... Sobre sua paixão por livro de detetives, daí o fato de querer ser advogado criminalista... De quando sua irmã Lupi o leva para fazer um teste na radio para locutor. Saindo muitíssimo bem, atrás apenas de um certo: “Silvio Santos”!..

            - Deixei de ser advogado pra sempre, e ai fiquei artista! C.A

Seu olhar sincero ao dizer que no seu primeiro cachê, comprou uma bicicleta ao irmão, porque ele não tinha tido uma...

            -Mas acho que foi a ultima vez que apanhei, porque daí em diante, eu ganhei todos os programas! C.A

            De quando estreou na radio como Professor Raimundo. Em seguida sua entrada na rede globo... Chico conta também, um pouco sobre as inspirações para os seus primeiros personagens e participações no programa fantástico em plena época de ditadura e após ela...

            Logo mais, a matéria volta a falar de quando o humorista recebeu alta, depois de mais de três meses internado:

            -Eu to levando o Chico pra casa, eu to levando o Chico pra casa! - Esposa de Chico...

            Já no finalzinho da matéria, Patrícia expõe-nos que Chico com dezenas de letras escritas também era compositor! Com isto faz uma surpresa ao artista com uma de suas composições “Rio Novo”:

 

O rio é o sol no arpoador

É um sabor de uma feijoada

Ele é um circo voador,

É uma nova e boa piada!

 

O rio é o som do show do Rappa,

È a pelada lá do aterro,

È um pagode lá na lapa,

È um acerto e também um erro!

 

O rio angra, é a maré,

O rio é o baixo Leblon,

È a casseta, é a case,

É Tom-Vinicius, Vinicius-Tom!

 

Rio do balanço do repique,

Do batuque do pandeiro,

Berço do samba, Rio de Janeiro!

 

O rio é um toque de uma viola,

Ele é um chope sem colarinho,

É o samba-enredo de uma escola,

É o som choroso do cavaquinho!

 

O rio é o show do carnaval,

A malvadeza de um fuzil,

Maravilhosa e principal,

Porta de entrada do Brasil!

 

Rio do balanço do repique,

Do batuque do pandeiro,

Berço do samba, Rio de Janeiro!

 

 

            Bem, tive a oportunidade de assistir a esta “pequena grande” homenagem, prestada a Chico Anysio, na data 04/12/2011. Até o momento, não havia adentrado em sua historia, além dos pequenos dados vistos na mídia. Pela importância considerada, uma síntese foi digna de ser anotada em meu caderno de notas televisivas...

            Hoje, após saber de sua partida em corpo, lembrei-me desde episodio. Recorri à data, na qual já não lembrava com exatidão, li a súmula passada para o papel e com data em mãos, usei-a para buscar o vídeo na NET. O final do resumo no caderno terminou assim:

            -Hoje a expectativa de vida é de 85 anos, 82 anos, eu estou pertinho dela, mais eu vou passar por ela, e passando por ela a nova expectativa de vida, vai ser 100. -Chico Anysio.

            Juntando os fatos, escrevi recentemente uma pequena nota quando Whitney Houston também se foi. Que diz:

 

Aos que partem...

 

Será que partem...?

Ficam!

E a causa? Aprendizados!

Para que? À volta...

Ao encontro de novas musicas...

 

Encerro dizendo que esta breve apresentação cativou-me. Chico vinha passando por períodos difíceis, com isto, outras mídias encontravam-se também contando sua história, o que previsivelmente deixou-me contente. Já que nem sempre precisamos esperar que um artista parta para lhe fazermos homenagens, para falar sobre seus grandes feitos, suas trajetórias impares e das somáticas lições por eles compartilhadas:

            -Sei que vou morrer, e não tenho medo de morrer! Tenho pena... Tenho pena de morrer. Porque morrendo eu não vou ver meus netos cresceram meus bisnetos e tal. E isto me dá pena de morrer... Mas medo de morrer não tenho! Somos todos insubstituíveis, nunca mais vai existir um Oscarito, um Grande Otelo, um Mussum, um Rogério Cardoso, Um Zacarias, Um Francisco Milani... Nunca mais! Por que... Somos todos... Insubstituíveis!... Eu sou isto ai, eu sou um teimoso tenho 80 anos e estou querendo renovar meu contrato, se possível por mais vinte, porque até uns cem eu vou. Devo ir. Talvez eu vá!... CHICO ANYSIO

 

Bem Chico, usando as palavras de dona Malga:

 

-Fique vivo Chico, fique vivo...

 

Pois nós outros sabemos que tu partiste, mais morto tu não esta... E como Chico também não morrerá!...

 

                                        Por Cristian Maidl em 23/03/2012

 

 

 

Link do video Citado na Cronica:

http://www.youtube.com/watch?v=UtbV4S31a5I

 

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Autor: Cristian Maidl


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