Perfeccionismo- na visão do autogerenciamento vivencial
PERFECCIONISMO- NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL
Discorrer sobre perfeccionismo é muito interessante, pois é um assunto que envolve vários pontos de vista.
Na visão do autogerenciamento vivencial, o perfeccionista vive no mundo da pretensão, da ilusão, na busca da auto-afirmação, tornando-se prisioneiro dessa força. Acredita que precisa ser perfeito para demonstrar a sua competência não só para si mesmo como para o outro.Associa ao ato de perfeição uma característica de valor, de competência, de capacidade, de responsabilidade, de conhecimento, de inteligência, de superioridade, etc.
É natural buscarmos o reconhecimento e a satisfação em uma tarefa bem sucedida. O problema começa a existir no momento em que buscamos padrões de perfeição impossíveis de serem realizados.Quando a nossa autoestima fica refém dessa ilusão e passamos a buscar na perfeição o nosso valor, perdendo a noção entre o que somos e o que pensamos ser.
Ao colocarmos na perfeição o nosso único referencial de realização, limitamos o nosso mundo de satisfação. Começa aí o calvário daqueles que buscam, na perfeição, valores vivenciais.
Exigir de si o que não se pode dar, é impor sofrimento, dor, culpa a si mesmo. Ao comportar assim, perde-se o bom senso, o respeito, o limite daquilo que se é, na realidade.
A ambição da perfeição transforma qualquer um de nós em escravo dos êxitos e nos fragiliza diante das frustrações. Não é necessário atingir o ponto máximo de perfeição de uma tarefa para demonstrar a todos o quanto se é competente.
O perfeccionista vive a ilusão de que controla a própria vida de maneira perfeita. Vive a pretensão de ser sempre certo, não confia em ninguém.Se não for do seu jeito, não serve.Quando fracassa ou se sente impotente diante de um desafio, surge logo nele uma profunda decepção, sentimento que o faz vivenciar momentos de autopunição,de agressividade e de culpa. Geralmente é implacável em sua autocrítica.
Em contrapartida, mesmo quando termina uma tarefa bem sucedida, tem dificuldade em ficar plenamente satisfeito com o que fez. Sempre fica em sua alma a sensação de que poderia ter feito a coisa de um modo melhor ainda. Na verdade, o seu maior opositor é ele mesmo.
Para o autogerenciamento vivencial,o perfeccionista não sabe a diferença entre fazer com gosto (capricho) e fazer com obrigação (perfeição). Exige de si uma perfeição que não pode alcançar. Para complicar ainda mais a sua dinâmica vivencial, o perfeccionista apresenta uma lógica vivencial inflexível que dificulta a sua adaptação a diferentes situações que surgem em seu dia a dia, quando sente que não as controla.
O perfeccionista, por viver no mundo da ilusão, busca nas outras pessoas o que exige de si mesmo e , quando não encontra o que deseja, culpa a vida , o destino, a ele mesmo. Passa a se julgar um ser humano não merecedor. Por não ter o entendimento claro de que cada um de nós tem seus limites, opta em se tornar um solitário, já que nada acontece do jeito que ele quer.
O perfeccionista espera que todos ao seu redor sejam perfeitos (claro, de acordo com o seu modelo particular de perfeição) e se incomoda quando não consegue mudar os outros com suas regras e disciplinas.
O perfeccionista tem horror em ser avaliado e faz de tudo para escapar de tal situação, porque tem medo da verdade, que diz que ele é imperfeito e limitado. A modéstia para o perfeccionista é sinal de fraqueza, de inferioridade. Quanta alienação!
Não há nada de errado em procurar fazer o melhor, só que os exageros nos provocam dor e o sofrimento. Precisamos ter bom senso.
Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo
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Autor: Cláudio De Oliveira Lima
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