O Olhar Como Primeira Estrutura De Disputa Entre Consciências Livres



       O pensamento filosófico desde modernidade valora a razão como aquilo que define todo o tipo de conhecimento, dando ao racionalismo poder absoluto para afirmar uma epistemologia pela qual o conhecimento racional é total e o sujeito deste conhecimento pensa o mundo em sua completude. Mas há na modernidade uma questão: é certo que o homem pensa, mas também é por estar no mundo e se relacionar não de forma isolada, mas pertencente a este mundo em relação com outros homens, que ele passa a ser pensado.

       Partindo desta análise de que o sujeito pode ser pensado é que Sartre irá descrever a relação do homem não só no mundo, mas com o mundo. Compondo uma opinião inovadora desta relação, afirmando que nossa relação com o Outro é conflitante, angustiante e o pior de tudo: necessária.

       Agora nos constatamos em uma situação em que estamos passivos a interpretações e modificações proporcionadas por aquele(s) que pode nos perceber. É desta posição que Sartre delineia minuciosamente a relação do Para-si com o Para-outro, engendrando a idéia de existência em conflito.

        Ao traçar a existência do Outro, Sartre inicia com o exemplo da vergonha, que é um sentimento original dado no terreno da cogitação que tenho comigo. É uma denuncia íntima de minha incompletude, fazendo uma reflexão de si a si. Não sendo um fenômeno isolado do Para-si, é necessário um delator que aponte para mim e eu me apreendo como uma estrutura falha e passiva ao sentido que pode me ser lançado. A partir de então começo a me perceber como algo que é receptivo à luz de um pensamento estranho alçado sobre mim e aflorando o sentimento de vergonha. Não sinto vergonha de mim para mim, mas de si frente a alguém. Este alguém é justamente uma outra existência que me abarcou com a sua intencionalidade e que eu não posso negar o fato deste outro aparecer diante de mim. Então, estou de maneira passiva para que uma outra existência me constitua a sua forma, e sinto vergonha justamente porque necessito deste delator e desta constituição já que apresento a mim como falta, sendo o que não sou e não sendo o que sou; estando no mundo passivo ao sentido alheio. Este sentido irá constituir na intra-estrutura de sua consciência um ser que “sou” e será de sua forma livre que irá interpretar a maneira que me faço ser visto por ele. E toda esta relação de apontamento de minha incompletude se dá a partir da questão do olhar, esta que merece ser melhor elucidada.

       Em primeira instancia a minha relação com o Outro não se dá em uma conjetura e muito menos em uma idealização proporcionada pelo cogito, mas uma relação de presença objetiva e concreta da qual não posso negar. É um fato. Ele surge presente a mim sem que possa haver um indeferimento de que está a minha frente um outro objeto que se apresenta pela facticidade e na contingência do mundo, entretanto antes de tudo este outro é aquele que não sou. É através desta negação que se estabelece a diferença entre mim e o outro. Nego-o quando afirmo que ele é aquilo que eu não sou, sendo esta relação proporcionada pelas estruturas do Para-si. Há neste caso uma dupla negação.

       Quando me proponho a negar que o vejo a minha frente é uma outra estrutura diferente da minha, estou posicionado no mundo e em meio a ele intenciono os objetos que me cerceiam. Neste caso deparo-me em uma situação em que não sou as coisas do mundo e nem o outro, que me é dado também em uma relação de objetividade. O Para-si tem uma relação consigo diversamente como se relaciona com as coisas que estão no mundo, havendo uma diferenciação entre mim e os objetos. Estes que por sinal são compostos em meio a eles mesmos e representados na minha consciência. Conseqüentemente, o outro me é apresentado pela relação intra-mundana e em situação, afirmando uma negação de que não o sou. Uma vez que não posso ser, enquanto Para-si, se não a falta de si mesmo. O outro que não se figura como um Em-si distinto de mim, já que ele é aquilo que eu não sou, será sempre nesta relação de negação que irá estabelecer uma diferença entre mim e o outro. É negando que eu não sou que afirmo quem é o outro, logo, “a negação é interna porque o outro se constituiu como outro si-mesmo pela negação de mim-mesmo: o outro não ‘é’ eu” (SILVA, 2003, p.187).

       Foi denotado que não estou sozinho no mundo, há também uma outra existência, que não é a minha, efetivando-se pela facticidade. Já não sou somente uma rés-cógnita a esta outra existência do modo que eu a percebo e a vejo, também me percebe e “me vê”.  Este fenômeno é dado pela relação que tenho com o mundo através do olhar sendo este olhar repleto de sentidos atribuídos pelo Para-si ao objeto de sua intencionalidade. Mas o olhar não é apenas o fato de ver aleatoriamente o que está ao seu campo. Como afirma Franklin L e Silva “o olhar é mais do que uma metáfora para exprimir um modo singular de relação: ele é o que constitui a modalidade especifica da relação eu/outro. Porque ver, nesse caso, não significa apenas ver, mas sobretudo ver como” (SILVA, 2003, p.187).

      Desta forma, Sartre desconstrói toda a relação de alteridade que fora descrita antes dele, pois agora o eu não é apenas sujeito, será também visto, intencionado e constituído passando a ser também outro. Partindo da questão do olhar, esta que é o ponto inicial da relação concreta com o outro, desde a primeira constatação feita do Para-si do mundo até o relacionamento deste com uma outra consciência.

       Quando estou em uma praça há um sentido derivado da minha consciência em relação às coisas. Os objetos estão em si e sua objetividade não me escapa por não haver algo que mude o sentido em que eles estão para mim. A grama, o banco, tudo que é caracterizado como um Em-si não se revela, são intencionados por uma estrutura pela qual nomeia e significa estes. Embora se de repente aparecer uma outra estrutura que também viabiliza sentido aos mesmos objetos intencionados por mim, este espaço não será o mesmo. Outras significações serão atribuídas aos objetos. Logo, o que irá acontecer é que uma outra consciência fará o mesmo papel que antes era protagonizado por mim.

       Deve-se ressaltar que inicialmente a relação que tenho com este outro é de objetividade, pois aquilo que nele vejo é, outrossim, um objeto, o percebo no mesmo espaço que é habitado pelos objetos e o organizo com a mesma capacidade posicional da consciência. Se existe uma relação entre mim e os objetos – Em-si(s) -, sendo eu o propiciador desta relação e se existe uma relação entre os objetos e eles mesmos, esta é pensada por mim.

       Haja visto que o outro aparece a mim em primeiro plano como os objetos, o percebo sendo mais um deles. Contudo vejo que não é somente um mero objeto que está a minha frente. Há uma diferença entre ele e aquela planta. Ele é uma estrutura que, assim como eu proporciona por meio de seu ser, sentido aos objetos e esta relação entre o outro e as coisas me escapa. Isto porque há uma obscuridade no tocante a sua forma de intencionalidade do mundo. A partir de então o mundo irá ter outro sentido, ou seja, será em outro mundo que estarei, uma vez que não é apenas o sentido em que nele eu empreguei e sim um outro sentido que me foi obscurecido e passa a existir oculto ao meu conhecimento. Por isso Sartre textualiza que “A aparição do outro no mundo corresponde, portanto, a um deslizamento do mundo que solapa por baixo a centralização que simultaneamente efetuo”. (SARTRE, 2003, p. 330)

       De certo que até agora percebo o outro como um objeto e ele se define como os outros objetos que vejo. Mas há aqui uma diferença: o outro é um objeto que eu vejo, por isso é dada por mim esta qualificação. Ele é visto por mim e é objeto para mim, porém a relação não se finaliza aqui. Esta percepção que foi descrita de mim com o mundo é adotada também pelo outro. Na mesma possibilidade que eu tenho de vê-lo ele também me vê, ocorrendo, assim, uma inversão ao que diz respeito à posição objetiva. E esta posição não se concretiza de mim para mim, então a relação de objetividade não é implicação do cogito.

        Está aqui uma proposição de que não se é objeto para si mesmo, só existe uma relação de objetividade perante a um sujeito, sendo que este não sou eu. O que é descrito quando preservo a minha intencionalidade subjetiva é uma relação de que tudo que está fora do Para-si é objeto. Agora quando se dá a percepção de que sou “percebido”, me posto em lugar daquele que antes eu somente via e que desde já me vê. Da mesma forma que o outro era objeto para meu ser-sujeito, eu sou objeto para seu ser-sujeito.

       O que irá definir esta inversão de posturas será o olhar. Não sendo somente o fato de ver, mas o sentido de ser visto, escapando do âmago do meu ser para ser definido pelo outro a partir do seu olhar. Ao passo que se segue este olhar eu não tenho mais uma percepção ativa do mundo, pois quando é lançado este olhar sobre mim fico estático e apenas tomo nota de que estou vulnerável a um olhar. É pela constatação que tenho de ser visto que reconheço a possibilidade de desestruturação de minha subjetividade ativa, percebendo toda a fragilidade que possuo quando se consuma a presença de um outro.

Este olhar faz-me objeto ao outro que me vê, e “pelo simples fato de que o outro me vê como exterior a si, o que eu sou como Para-si se degrada e cai na objetividade” (SILVA, 2003, p.187). Sendo esta condição necessária para que eu me apreenda em minha incompletude. Somente o outro pelo seu olhar objetiva-me e mostra que a posição de sujeito que antes eu desfrutava é mutável e bane-me do meu Para-si. Por isso que “o olhar, é antes de tudo, um intermediário que remete de mim a mim mesmo” (SARTRE, 2003, p.334). Podemos aqui reformular a passagem quando é relatada na vergonha de que “reconheço que sou como o outro me vê” (SARTRE, 2003, p.290). De fato, transbordando para o conceito de que reconheço que sou a partir de quando e como o outro me vê, pois é pelo olhar do outro que irei me reconhecer como tal.

       A relação que tenho com uma outra consciência não será apenas uma estrutura de congonscibilidade e sim de vivência, porque quando experimento a sensação de ser visto não me estranho só a titulo de conhecimento desta sensação, mas de experiência vivida. Eu vivo e sinto a vergonha da minha liberdade e absorvendo esta sensação ponho-me como um objeto que é dado a uma outra liberdade que me cerca. Avisto ao longo o escape de meu ser e repousando em um outro ser pelo qual aproveita-se da minha existência para me tornar existente, só que ao seu modo.

       Neste caso minha existência não pertence a mim, será degustada pelo o outro como um vampiro que se delicia com o sangue de um hemorrágico. Aquele que está sempre esvaindo sangue propicia ao vampiro uma tomada de seu ser, sem poder jamais recuperar o sangue que lhe foi libado. Deste modo se dá a minha relação perante o outro. Este se apodera da minha existência pelo simples fato de estarmos na facticidade, e não devolve a mim o conteúdo de meu ser que foi roubado por ele. Sou constituído e cristalizado dentro de uma outra consciência e mesmo querendo de todas as formas recuperar o que me foi tomado, jamais poderei. Já que existe um isolamento ontológico da consciência e o que nelas funda somente ela tem a possibilidade de dar cabo. Perco constantemente meu ser e me torno objeto a um sujeito que mesmo se quisesse não poderia apresentar a imagem que constituiu ao meu respeito e me devolver. O outro é o ser pelo qual livremente irá me constituir dentro de seu ser, e será nele o “repouso” do meu Para-si.

        Pela aparente finitude do meu ser é que o outro me constitui. O outro através de sua liberdade limita a minha liberdade e me forma dentro de si tomando-me como um “objeto acabado”, relevando a minha condição de também ser projeto. Uma vez que ele me cristaliza em uma essência que ele arquitetou, só posso ser para ele um objeto finito. Aquilo que sou é definido pelo outro, é certo que sou para ele aquilo que ele apreendeu de mim. Estou formado em uma arquitetura que não me pertence e o projetor desta obra não me entrega o resultado do seu trabalho. Enquanto imagem à sua consciência eu estou aprisionado, é fato, mas também é fato que não me dou apenas enquanto instante último ao parecer do outro.

       É frustrante viver em um mundo pelo qual o olhar do outro me define e formula o sentido da minha existência. E se pretendo um modo de fundamentar a minha existência é no outro que buscarei, mesmo sabendo que este embasamento não me concerne. Faço esta passagem através da ponte do olhar, indo às cegas por desconhecer o princípio deste olhar. Sinto, deveras, a incômoda sensação do que é ser olhado, não sabendo definir a nascente deste olhar que pertence somente ao ser do outro. O máximo que posso saber do olhar que me aflige é o que deste sinto em mim. Não é uma sensação de olho no olho, mas a dor fria na espinha de ser olhado pelas costas e não saber de onde vem este olhar, sem poder de forma alguma me defender e isto porque existe o outro que me olha, e existirei ao crivo desta existência.

       Também é frustrante para ele saber que não sou apenas o sentido pelo qual por ele me foi dado. Pois antes de tudo há em mim uma liberdade provida do nada e que serve de possibilidades as possibilidades, garantindo, assim, uma não-estatização destas possibilidades e esfarela qualquer essência que fora cristalizada pelo outro dentro de si, já que não sou este fundamento mas uma constante busca deste. Apenas busca.

       O outro é livre para me constituir a partir da leitura que é feita das minhas representações, e eu sou livre, enquanto possibilidades, para representar de qualquer forma. Sendo ele livre, imanentemente é responsável pela constituição que faz de mim e isso o incomoda, já que carregará sempre o fardo da minha existência dentro de si. Assim, o outro é responsável não só por ele, mas por mim e pelo mundo. É responsável porque é livre e qualquer exercício de sua liberdade é um acompanhamento de sua responsabilidade. Logo não se torna de “bom grado” ser sujeito, pois assim adotará dentro de si o meu ser que entranha em sua consciência desde o primeiro instante em que se declarou o conflito. Serei o motivo de angústia do outro pelo simples fato deste ser livre e tentar abarcar, com sua liberdade, a minha liberdade e doravante carregá-la em si.

       Até então foi visto uma descrição da presença inevitável do outro a mim e o reconhecimento de minha objetividade frente ao outro como sujeito. Esta condição não pode ser perene, porque se assim fosse, não estaria o Para-si sendo uma busca constante de fundamento e se cristalizaria em um Em-si.

       É imediata esta posição que assumo de objeto a partir da apreensão vergonhosa que admito. A reação que tenho para superar este incômodo sentimento de vergonha é o orgulho, sendo esta uma tentativa relutante à condição de objeto. No orgulho há um reconhecimento à subjetividade do outro e uma ênfase da minha responsabilidade de ser objeto (SARTRE, 2003, p.370), e com o orgulho tento uma contraposição à vergonha. Entretanto o que me frustra é que sei antes de tudo que quando postulo como sendo algo que é que primeiramente resignei-me a não ser mais que isto (SARTRE, 2003, p.370). Isso recai em uma tentativa primitiva de fuga da minha objetidade tentando afetar o outro com a mesma objetidade.

       Não conseguindo, pois o orgulho é fundado em uma fuga, sendo isto um projeto falho. É impossível validar tal exercício como uma transposição de minha objetidade, sendo isto uma tentativa de saída da minha objetidade por meio de uma objetidade. Se me mostro orgulhoso ou vaidoso ao outro, tento fazer com que ele apreenda aquela aparência e que este sentimento o arrebate para uma admiração de mim ao meu modo. Inviável. O que realmente necessito é da liberdade do outro para que ele apreenda-me de tal forma. Então há uma contradição, já que esta disposição de movimentar-me de objeto para sujeito é reconhecendo e afirmando o outro como ser-livre. Sendo uma carência minha que este seja um ser livre.

       O reconhecimento de mim como ser-no-mundo é uma afirmação da facticidade e da contingência, onde o fluxo da consciência não se estatiza e sempre é transcendente. Vejo-me como o ser de minhas possibilidades e o outro é o ser pelo qual estou limitado, pois ao apreender os objetos ele apreende a mim. Eu não o apreendo apenas como um ser cuja liberdade é constante, não sendo uma transcendência transcendida que está aos meus possíveis. Da mesma forma que o outro me constitui como um ser no mundo, também o faço. Eu o organizo no mundo como organizo os objetos. Então sua objetidade não me escapa e sou responsável por esta constituição. Compreendo o outro-objeto a partir de seu fim, uma vez que se o encarasse como uma transcendência transcendente jamais poderia perceber sua objetidade.

      É o fato de o outro estar fora de mim que o compreendo como finitude, organizando-o no meio-do-mundo estando eu fundamentado na minha liberdade. O outro-objeto não se faz perdido de si no mundo, eu o perco tracejando este aos meus possíveis, o limitando a objetividade ao percebê-lo a partir de seu fim. O que não é cabível numa relação com o outro-sujeito, já que este não pode ser conhecido no seu cerne. Tal apreensão só pode ter como valia enquanto o outro se mostrar como ser-no-mundo, já que não é um ser hipotético o qual posso travar uma relação objetiva. Se o outro não me for dado como presença não há a atuação do olhar, somente uma intencionalidade de sentidos a uma presença abstrata. O outro não pode ser levado como garantia apenas a atuação do cogito, já que é pela facticidade que ele tem de ser constituído. Porque antes de tudo não é evitada a sua presença, sendo doravante ao fato de existir como ser-ai é mais do que isso; um ser-com.

     Este ser encontrar-se com-migo pelo fato de estarmos no mundo e a minha objetidade não será estática em um sujeito absoluto. O que ocorre é que a partir dela irei fazer com que o outro me apareça como objeto. Ele será, a partir de então, definido como um ser que é isso que o vejo. É notório que só posso me perceber como objeto a um sujeito. Este sujeito é sujeito para mim, e se sou objeto sou para o outro. Logo o outro irá definir-se como um ser finito, pois a “informação” que dele tenho é com o seu fim. Sendo ele um fim posso afirmá-lo como isto, aparecendo a mim como ele é, porém remetendo a si. Mas é sabido que este que está adiante é antes de tudo uma outra subjetividade e basta que ele se arme com o olhar, atingindo-me, para que esta relação se desforme e eu me ponha frente a um ser sujeito. 

       É justamente a existência do outro no mundo e o fato que existe uma relação de ver e ser visto, que este conflito não se estatiza. O que há é um desmoronamento da objetividade do outro quando ele me olha, e uma luta constante para que eu o edifique novamente como objeto. Somente na morte a possibilidade de ser sujeito se encerra, já que por meio de meu ser não mais me encaro enquanto possibilidade. É daí que vem a ratificação de que a essência é posterior a existência.

       Enquanto existência sou meus possíveis e o Para-si como falta e busca de seu si movimenta-se ao futuro e nada há que o engesse de fato. Pode ser construída uma essência minha no âmago do outro, mas o que confirma que não haja um coagulamento do meu Para-si é que o outro me constitui a partir de um fim que é hipotético dado por ele e eu não sou derivado do seu Para-si. Sou um ser no mundo e que não permito que um outro Para-si adentre em meu ser. Então com o advento da morte não mais poderei reclamar uma condição de sujeito, já que desde então minha existência está nas mãos daqueles que por ela se debruça a seu modo particular. Sem poder relutar a intencionalidade do outro, sou um eterno objeto, ou seja, me petrifico como um Em-si. Encerrando na morte toda a relação conflituosa ente eu e o outro.

 

 

Referências Bibliográficas:

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MATOS, Leandro Lelis; SILVA, Marcílo Medeiros. O Problema da Vergonha na Perspectiva do Olhar do Outro na Obra O Ser e o Nada de J-P. Sartre. Texto publicado nos anais do Colóquio Internacional J-P Sartre 100 Anos UERJ/BRASIL. ISBN 85-86392-16-2. 2005.

OLSON, Robert G. Introdução ao Existencialismo. S.L: Brasiliense, 1970.

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SILVA, Franklin Leopoldo &. Ética e Literatura em Sartre – Ensaios Introdutórios. São Paulo: Editora Unesp, 2003.


Autor: Leandro Lelis Matos


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