Liderança informal na escola: uma força que não pode ser ignorada



Liderança Informal na escola: uma força que não pode ser ignorada 

 

Há diversas definições para liderança. Entre elas: “Liderança é um processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas” (Maximiano, 2008, p. 194). “O líder é a pessoa que mais de perto atende às normas e aos valores do grupo; essa conformidade dá a ela a mais alta posição, que atrai as pessoas e implica o direito de assumir o controle do grupo” (Homans, 1950, apud Bergamini, 1982, p. 96). “Liderança é uma habilidade de persuadir ou dirigir as pessoas sem o uso do prestígio ou da força de uma autoridade formal, ou de circunstâncias externas” (Reuter, 1941, apud Bergamini, 1982, p. 96). Além destas, existem outras dezenas de definições de liderança bastante interessantes.

Existe a liderança formal, que é àquela constituída oficialmente para estar a frente de um grupo de liderados. Gerentes, supervisores, coordenadores, diretores, professores, padres, pastores, ou mesmo aquele que não tem cargo, mas é instituído de poder por uma autoridade maior que a sua para ser líder de um grupo, são considerados líderes formais. Um exemplo deste tipo de líder formal temporário seria o de coordenador de um grupo de pessoas que fizessem exercícios práticos de sobrevivência na mata amazônica, cujo líder fosse escolhido pelo responsável do treinamento.

Já o líder informal é aquele que o grupo elege como alguém que vale a pena seguir, ouvir ou consultar em diversas situações antes de agir. São pessoas com forte proximidade do grupo e que são admirados pelos seus integrantes.  

Constantemente elegemos e recorremos aos nossos líderes informais para sermos apoiados em algo. Às vezes é um amigo, um parente, um vizinho, um professor (fora da aula), um colega de trabalho ou um colega de classe. Este último nem sempre sabe que é um líder, desconhece ou ignora seu potencial em influenciar o presente e o futuro dos seus seguidores.

A minha experiência mostra que, entre 10% e 20% de alunos de uma classe, são líderes informais. Destes que arrastam a turma para tomar cerveja num boteco em plena segunda-feira, consegue liderar e organizar faltas coletivas, ou consegue compromissos máximos num trabalho feito fora da classe, ou então convence os colegas a participar de um evento importante em outra cidade. Ou seja, tem o poder de motivar o grupo a produzir bons ou maus resultados.

Estes líderes são muito importantes porque dão forma à cultura da classe ao longo do tempo, ou seja, serão responsáveis por definir as características do grupo, se será mais ou menos comprometido, mais ou menos agressivo, mais ou menos exigente ou crítico, mais ou menos alegre, mais ou menos unido, ou então, mais ou menos produtor de resultados práticos. Apesar de toda influência da organização formal (a entidade de ensino com todo seu aparato), ainda assim, a influência do líder informal não pode ser subestimada. Não se pode ignorar que os líderes informais existem, estão inseridos no meio dos grupos e a sua influência sobre o comportamento dos seus seguidores, é muito alta. 

Para os que se encaixam no perfil de líder informal, aconselho que reconheçam esta grande capacidade e a use para o bem. A facilidade em ser líder poderá ser muito útil na construção de uma carreira sólida, pois há em empresas muitos chefes, mas, poucos líderes. E no presente, faça uma leitura correta da situação que se apresenta antes de se posicionar, e seja ético em suas manifestações tendo em vista o poder de sua influência sobre o grupo. Jamais motive a violência.

 Para os meus colegas professores alerto:

- Reconheçam a existência dos líderes informais;

- Tentem descobrir quem são eles e quais são seus grupos;

- Aproximem-se deles e faça deles seus aliados;

- Jamais os enfrente sem um bom motivo. Se forem agressivos demais, discuta a situação com a coordenação e direção e faça uma ação conjunta, pois senão, poderá correr riscos. O segredo é compreendê-los e propor um trabalho em conjunto para uma boa e produtiva convivência. Daí a necessidade de negociar concessões tanto de um lado como de outro.  

A boa notícia é que a grande maioria dos líderes informais quer participar, quer ajudar, quer realizar boas coisas e quer ser reconhecido por isso. Então, cabe aos mais experientes compreender esta força e tentar direcioná-la para a construção de algo bom para todos, seja na sala de aula, seja em qualquer ambiente.

Um abraço e até a próxima se Deus quiser!

 

Adolfo Plínio Pereira é professor universitário de graduação e pós-graduação, palestrante e instrutor de cursos. Especializado em Gestão de Pessoas e Liderança. [email protected] / [email protected]

 

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Autor: Adolfo Plinio Pereira


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