A relação entre corpo e alma segundo Fédon



                             

             A RELAÇÃO ENTRE CORPO E ALMA SEGUNDO O FÉDON                          

                                  Defensor do diálogo como método de educação Sócrates considerava muito importante o     contato direto com os interlocutores – o que é uma das possíveis razões para o fato de não ter deixado nenhum texto escrito.

         Suas ideias foram recolhidas principalmente por Platão que as sistematizou, e por outros filósofos que conviveram com ele.

         A preocupação de Sócrates era levar as pessoas por meio dos conhecimentos, á sabedoria e a pratica do bem.

         O caminho que leva á virtude, portanto o bem, é quando ‘’não podem ser trocadas voluptuosidades, tristezas por tristezas, temores por temores e fazer como os que trocam uma moeda em outros de menor valor’’ (Platão ; Vida e Obra).  (Coleção – Os pensadores) Fédon; São Paulo Nova Cultural; 2004 pg. 130). Mas o verdadeiro caminho dos filósofos (aqueles que ‘’trabalham com o objetivo de se preparar para a morte’’) é a libertação da alma que, através desta morte tem a oportunidade de se encontrar, ‘’mesmo que no Hades” com a pureza da sabedoria. Neste momento Sócrates fala de sua própria condição de condenado á morte e vê naquela ocasião o verdadeiro momento de encontrar-se com a sabedoria (a razão) pela qual passou a vida toda buscando.

         Se nos atrevêssemos a contextualizar o pensamento socrático, talvez correndo o risco de sermos inconsistentes, porém permitindo-nos uma reflexão, pudéssemos chegar a conclusão de que o grande pensador estaria exortando seus contemporâneos a permitir uma ‘’morte dos prazeres’’ em busca do conhecimento.

         E a grande verdade é que se buscarmos a sabedoria e o conhecimento temos, em muitas ocasiões, que dizer não aos nossos desejos pelos prazeres de festas, passeios e comida e bebida.

         A filosofia procura explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo e esse grego conseguiu trazer a Filosofia do ‘’Céu para a Terra’’ e concentra-la no homem e sua alma, a psique.

         Neste passo de colocar a filosofia a serviço da formação do homem, Sócrates não estava sozinho. Pensadores sofistas, os educadores profissionais da época, igualmente se voltava para o homem, mas com o objetivo mais imediato: formar as elites dirigentes. Isso significa, transmitir aos jovens um saber enciclopédico e desenvolver sua eloquência, que era sua principal habilidade esperada de um político.

         Sócrates diz que os vivos nascem dos mortos, com estes daqueles, prova incontestável de que as almas dos mortos existem em algum lugar que retornam á vida. Renascer seria a palavra usada por ele ao contrário de morte, se existe um regresso da morte á vida é Renascer. Para ele o corpo era mutável e a alma imutável.

          De seu pensamento surgiram duas vertentes da filosofia que, em linhas gerais, podem ser, consideradas como as grandes tendências do pensamento ocidental. Uma é a idealista que partiu de Platão, seguidor de Sócrates. Ao distinguir o mundo concreto do mundo das ideias deu a estas, status de realidade, e a outra é a relista partindo de Aristóteles, discípulo de Platão que submeteu as ideias, as quais se chega pelo Espírito ao mundo real.

          Segundo Sócrates, só a troca de ideia da liberdade ao pensamento e a sua expressão, condições imprescindíveis para o aperfeiçoamento do ser humano.

          E o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimento, mas alguém que desperta os espíritos. Ele fazia uma comparação entre sua função e a profissão de sua mãe, parteira, que não dá luz a criança, apenas auxilia a parturiente.

          O diálogo socrático tinha dois momentos; o primeiro corresponderia as ‘’dores do parto’’, momento em que o filosofo, partindo da premissa que nada sabia, levava ao interlocutor a apresentar suas opiniões. O segundo ‘’o parto de ideias’’, momento de reconstrução do conceito em que o próprio interlocutor ia chegar ao conceito verdadeiro por aproximações sucessivas.

   Ângela Cristina Da Silva Duarte                                                          

        

                                                                  BIBLIOFRAFIA

__Platão - Vida e Obra – Fédon ( Coleção Os Pensadores) ; São Paulo ; Nova Cultural; 2004.

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Autor: Angela Cristina Da Silva Duarte


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