Dérbi “mais” que centenário tem trilha



Quiseram os “deuses do futebol” (apenas 36 dias após o “Dérbi Campineiro” que, em 24 março, marcou os 100 anos da disputa entre Guarani e Ponte Preta) que volte acontecer a disputa entre as duas equipes e dessa vez, a partida mais importante de ambas agremiações futebolística, pois é uma semifinal da Primeira Divisão do Campeonato Paulista.

Nos áureos tempos do futebol campineiro, em 80 e 81, quando em 77 a Ponte Preta foi o segundo time do interior do estado (o primeiro foi o XV de Piracicaba, em 76) a chegar na final do Paulistão, ambos ficando nas segundas colocações, e no ano seguinte (78), o Guarani sendo o primeiro time do interior do país a ser campeão brasileiro da primeira divisão, aconteceram dois “dérbis” semelhantes ao que teremos neste dia 29. Mas não foram disputas chamadas “mata-mata”, na qual o empate leva a disputar a vaga nos pênaltis.

Os jogos da década de 80 foram “semifinais”, mas com duas partidas, sendo que o primeiro deles, em 30 de janeiro de 1980, uma noite de quarta-feira, no estádio do Guarani, era a segunda partida equivalente a semifinal do Paulista de 79. A vitória foi pontepretana por 1x0 e, com exceção da ausência do magnífico centroavante Careca, o Guarani tinha a equipe campeã brasileira de 78, comr Zenon, Zé Carlos, Renato e companhia.

Na partida de 5 de agosto de 1981, também uma quarta-feira, desta vez no campo da Ponte, outro jogo histórico, valia o primeiro turno do Paulistão e conseqüente vaga na final da competição. Deu Ponte por 3x2 e a jogada mais lembrada são as falhas dos atletas bugrinos: o lateral Chiquinho, que recuou a bola ao goleiro Birigui, que ao tentar impedir o escanteio “presenteou” o lateral pontepretano Odirlei, deixando a bola nos pés do jogador, que sem dificuldade fez o terceiro gol. Ainda houve tempo para Careca ser expulso no fim do segundo tempo.

Para quem gosta de coincidências: os gols bugrinos foram anotados por Ângelo e Jorge Mendonça, ambos falecidos. Ah, e as duas partidas foram apitadas pelo também falecido José de Assis Aragão, mesmo árbitro que apitaria, em fevereiro de 1987, em Campinas, a segunda final que o Guarani disputava num Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, contra o São Paulo. O jogo teve prorrogação, o Guarani vencia por 3x2 e podia liquidar a partida, se Aragão marcasse pênalti claro no atacante João Paulo. Careca, então jogando pelo São Paulo, empatou nos acréscimos, o jogo foi para pênaltis e deu São Paulo, encerrando o sonho do bicampeonato do Guarani.

Passado à parte, em 2012, uma coisa é certa: o futebol de Campinas voltou mostrar força e está na grande final do Paulista. O “Dérbi Campineiro” é decisão particular para as equipes e as torcidas e empresto a trilha do Milton Nascimento para definir poeticamente o que acontecerá quando trilhar o apito final da partida entre Guarani e Ponte e só uma das equipes prosseguir na competição: “... qualquer dia amigo eu volto a de encontrar...”

E o próximo duelo esportivo será marcado para o Paulista da primeira divisão de 2013, ficando a esperança de que as equipes mantenham a ascensão e voltem a se enfrentar na principal divisão do Brasileiro, da Copa do Brasil e porque não na Libertadores e Sulamericana? Pena que no Mundial não tenha jeito!


Autor: Edson Terto Da Silva


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