Poema sem fim



Queria somente escrever.

Escrever até que somente restasse apenas ler,

E o sonho fosse permissão da leitura,

Como uma viagem longa e relaxante.

 

E quando parecesse que findasse a poesia,

Visse-se que esta voltava e voltava e voltava,

Como um poema sem fim.

Daqueles que somente parecem ter começo,

Mas não têm,

Tampouco fim,

Pois este se apresenta prelúdio do reinício.

 

E em letras símplices e languidas

Retomar-se-ia o começo como renovação,

Re-respiração,

Fôlego novo,

Como de um bebê de batimentos e respiração

Escandalosamente acelerados.

 

Importante mesmo seria ver, cheirar e sentir

A eternidade do poema.

Daquele que, como em um rolo giratório,

Vai-se lendo à medida do giro,

E continua-se como uma nova e surpreendente leitura

De um poema sem fim.

 

É eu queria.

Queria somente escrever.

Escrever até que somente restasse apenas ler,

E o sonho fosse permissão da leitura,

Até que reiniciasse tudo outra vez,

E fosse surpreendentemente relaxante como é um sonho bom.

 

 

Ailton França

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Autor: Ailton Araújo De França


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