A Fé e as Eleições Americanas



Há quem diga não importar quem vai ganhar as eleições nos EUA, uma vez que as coisas vão continuar as mesmas. Talvez essa tese tenha lá algum fundamento num plano de dominação meticulosamente desenhado, com a democracia sendo nada menos que uma arma de engodo popular imperialista. Mas, se olharmos pelo lado prático e real da coisa, talvez nunca na história uma escolha tenha representado tanta diferença.

Por um lado Obama vende o tom conciliador, do diálogo. Disse que vai conversar com os vilões do cenário internacional, proteger a economia do país, cortar impostos, cuidar do Estado. É constantemente acusado pelos opositores de se vender como o novo messias, o salvador da pátria, um ponto purificado de luz, uma religião da fé-política moderna.

Já Mccain, velho de guerra, segue o estilo "salve-se quem puder" que os Republicano implantaram no mundo nos últimos oito anos. Neoliberal, partidário de fendas econômica, servo de interesses corporativos e, acima de tudo: bélico!

Ambos não devem ser seres humanos normais. E não só porque um acha que é o duro de matar das guerra e o outro tem certeza de que é o The One do Matrix, não. Deixando o marketing de lado, é difícil entender como um ser-humano normal gostaria de ser presidente dos EUA nesse momento. Guerra no Iraque, economia cambaleante, depressão moral da população, Hugo Chavez, Coréia do Norte, Meio Ambiente e agora, como se não bastasse, uma nova pendenga com um antigo inimigo revanchista: A Rússia. Bush sujou tanto o mundo, que só mesmo um Messias pra limpar a merda toda. No fundo o povo de deve saber disso. Talvez Obama também sabe que o povo sabe disso e por isso só faz o que se espera.

Diálogo é o que todo mundo quer! Ninguém tem mais saco pra guerras. Ainda mais num mundo com silicone, internet, sexo, drogas sintéticas e tecnologias a mil. Mas na prática, e os americanos são conhecidos pela sua praticidade, todo mundo sabe que a probabilidade maior é mesmo do planeta explodir, e dar merda no final. Afinal, é só olhar para os fatos.

E então tudo se resume a um simples problema de fé. Tudo bem que os dois políticos vão tentar fazer de tudo para não fuderem com país, não há dúvida disso. Mas votar em Obama ou Mccain é mais uma questão de: vale a pena acreditar na humanidade ou é melhor sair quebrando tudo e salvar our fucking asses?

E se o Taleban apertar no Oriente Médio, e se a Rússia der uma banana para os organismos internacionais, e se a economia piorar, e se a China restabelecer o comunismo, e se o Brasil decidir usar todos recursos naturais sozinho e começar a cobrar uma fábula pelo rango que planta, fazendo os africanos decidirem cobrar séculos de exploração pegando em armas e realizando atentados terroristas junto com a Al Qaeda? Ai meu amigo... bem, ai eles vão se fuck and screw.

Eu particularmente voto pela fé. Acho que a gente chegou a tal estágio nessa evolução vertiginosa, que não existe análise científica segura pra dizer aonde vamos. O melhor mesmo é ajoelhar na frente de qualquer coisa (seja Alá, Deus, Shiva, Buda, Padre Marcelo, um livrinho da Cientologia ou do Obama) e fazer uma fezinha. Afinal, tem que ter alguém pra nos salvar, ou botar a culpa.

Mas, olhando por outro ângulo, há sempre a possibilidade das eleições serem apenas um joguete de cartas marcadas. E, por isso, estaríamos nos preocupando a toa. Né não?

É, acho que sim. Se pensar bem seria tolice demais deixar a nação mais poderosa do mundo nas mãos dessa coisa absurda chamada democracia...


Autor: Thiago Foresti


Artigos Relacionados


O Chão

Para AlguÉm Que EstÁ SÓ

Obama é Rei

Ser Cristão é Ser Político

O Drama Da Perdição

Sobre Homossexualismo, Você Sabia?

Pasma Imaginação