Quimera



Quimera

Observo meus pensamentos e percebo o quanto são livres, Pégaso, o cavalo da mitologia, animal de instintos puros, selvagem, sem uma direção constante. O que eu diria dos sonhos então?! Alusões de pensamentos contidos, desejos reprimidos, medos?! Bateu até uma vontadezinha de ler Freud, mas não, vou preferir divagar sobre minha visão empírica, desprendida e inocente sobre minha Quimera.
Sim minha querida! É você o gatilho desse emaranhado de linhas e palavras que tentarão expressar pensamentos e desejos fantasiados em um sonho meu. Dizem que ao sonhar colorido e ter consciência desse sonho, diz um dito popular que escutei um tempo atrás, pode ser algo que se torne realidade, que coisa isso não é?!
Quando abri os olhos nessa manhã ainda estava embebecido de um sentimento que gostaria muito de lhe detalhar, por isso tento escrever, externar esse bem estar para que pelo menos tenha ideia do que estou sentindo. É um misto de alegria e tristeza, agro e doce, saudade e desejo. É um misto de minha mente que às vezes mente, mas que nunca desmente o que sinto. Acredito que ainda sejam os resquícios se suas marcas em mim, sua postura, suas palavras, seu olhar, seu sorriso, seu cheiro bom, seu corpo. (risos).
É claro que essa Quimera teve seus momentos de fénix algumas vezes, deliciosos turbilhões quentes e molhados, mas não entrarei no mérito dessa questão. O que me fez escrever para você, minha musa, foi outra coisa, uma ação que aconteceu nessa fantasia do meu cerebelo. É muito complicado pra mim, difícil até, escrever novamente assim, platonicamente. Até parece que gosto de ficar sofrendo por gostar de alguém né? Mas não é isso meu anjo. Se eu não escrever sobre o que sinto meu coração parece que vai sair pela boca. Sabe aquele friozinho na barriga que sentimos quando sentimos algo especial por alguma pessoa?! Então...
Sem lhe enrolar mais divagarei agora o que me fez escrever essas linhas para você. No sonho dormimos juntos e pela manhã, depois de beijar seu rosto e seus lábios de sabor de maçã, fui para a cozinha e comecei a lhe preparar uma omelete. Sim! Seu dejejum, ovos, presunto, tomate, alface e outros. Todos os ingredientes foram misturados e postos em uma frigideira média, cozidos em fogo baixo, digo cozidos porque a intenção é essa, é a ação da água do tomate nessa minha receita (risos). Voltando a realidade do sonho... Você chega convidada pelo aroma dessa iguaria preparada com muito carinho, carinho desse um homem simples. Seu sorriso veio seguido de um beijo molhado e se no sonho se tem fome, lhe digo, você estava literalmente com água na boca, que boca meu Deus, que boca! Mas, continuando, lhe convido para sentar, a mesa já arrumada, lhe servi e aguardei sua resposta... Um olhar malicioso e um sorriso, seguidos de uma piadinha sua (risos), “já está pronto pra casar em meu poeta”... Perdi-me nos seus olhos naquele momento... Acordei, mas eu queria voltar para o sonho, até tentei, mas em vão.
Na minha mente uma vontade enorme de dominar essa Quimera e transforma-la em ação. Então lhe escrevo. Literalmente o tempo é relativo, ele é relativo a quem o tem. Ainda mais para quem escreve sobre o tempo vivido, ou poderia lhe dizer o tempo que é sentido.
Relativo

Escrevo sobre o tempo
Vivido no meu tempo
Tempo de viver.
Escrevo o que sinto
Sentindo no meu tempo
Tempo de sentir.
O que sinto escrevo
O que vivo escrevo.
Sem medo de sentir, vivo.
Sou relativo ao meu tempo.

Mário Sérgio dos Santos.

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Autor: Mário Sérgio Dos Santos


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