O capitalismo global - celso furtado



INTRODUÇÃOResenha referente ao livro de Celso Furtado – O Capitalismo Global, descrevendo oito capítulos constante do livro, em referência, abordando informações sobre a evolução da formação econômica do Brasil para a globalização capitalista, suas consequências, riscos e vantagens. PRIMEIRO CAPÍTULONo primeiro capítulo, denominado A Longa Marcha da Utopia, Celso Furtado fala sobre suas influências intelectuais, citando Karl Mannhein e Gilberto Freyre, do valor do trabalho de pesquisa, da Economia Brasileira desde os primórdios, abrangendo a produção agropecuária e o período pós-guerra que dominaram o Brasil, dos interesses na produção rural brasileira, por ser o Brasil, um grande produtor agrário. Comenta sobre seus trabalhos realizados no período de exílio nos Estados Unidos de pesquisador e dos tempos que trabalhou na CEPAL, a empresa que iniciou o crescimento da industrialização do Brasil. DO SEGUNDO AO TERCEIRO CAPÍTULONo segundo capítulo, são abordadas as questões intituladas de “Novo Capitalismo”, ou seja, uma reflexão sobre o que nos deixou a CEPAL - Comissão Econômica para América Latina e Caribe e, as influências de Keynes sobre Prebisch e de Marx sobre alguns dos cepalinos de maior valor, uma análise de transformações econômicas numa visão histórica dos trabalhos dessa empresa, o processo histórico da formação econômica mundial. Os reflexos sobre a revolução industrial reforçando o mercado externo e grandes críticas sobre a globalização. No terceiro capítulo, Globalização e Identidade Nacional, cita-se os ajustamentos do fim do século, as mudanças econômicas, a preocupação dos reflexos sobre a realidade mundial emergente e as tensões manifestadas desde os anos 80, o desequilíbrio estrutural dos Estados Unidos, a integração dos países da Europa Ocidental, e citando o autor... no Brasil... durante três séculos a economia brasileira baseava-se na exploração extensiva de recursos em grande parte não-renováveis: da exploração florestal dos seus primórdios até a grande mineração de ferro, passando pelo uso destrutivo dos solos nos vários “ciclos” agrícolas. (p. 39). DO QUARTO CAPÍTULOA superação do subdesenvolvimento, traduzindo da consciência limitada do mundo, onde todos os países subdesenvolvidos e os em desenvolvimento, tem políticas menos agressivas, a dependência tecnológica e os processos de aculturação da elite. Furtado sintetiza os problemas do subdesenvolvimento em três ordens: Organização Social, Sistema Incitante e Inserção da economia internacional. Acredita-se que a educação seja a mola mestre do desenvolvimento social. DO QUINTO AO OITAVO CAPÍTULOPensar no Brasil. “.. ao refletir, nos 40 anos, sobre essa experiência histórica, percebi que o desenvolvimento de uma economia reflexa, periférica, ou semicolonial, conforme os rótulos usados na época, depende de medidas voluntaristas tomadas quase sempre em desacordo com as forças do mercado” (p.57). Defendeu o trabalho humano, e o papel do MST como força social, e em sua visão global a superação do subdesenvolvimento não se dá pela força do mercado, mas sim, pela mobilização dos recursos naturais. “Não podemos escapar à evidencia de que a civilização iniciada pela Revolução Industrial aponta  de forma inexorável para grandes calamidades”. (p.63). Faz reflexão sobre a democracia e dimensão cultural de desenvolvimento, bem como, das causas de ingovernabilidade, e programas de descentralização. As causas diretas e imediatas da magnitude do Governo são os bens públicos fornecidos à sociedade, principalmente educação, saúde e segurança social. O autor explica que a globalização está longe de conduzir à adoção de políticas de uniformes. Mas a verdade foi que, desde o século passado, as forças sociais contestadoras foram extremamente aguerridas na Europa e interferiram nas estruturas de poder político, abrindo espaço para reformas estruturais importantes como a redução da jornada de trabalho. Durante o longo período em que o Brasil seguiu uma política de proteção de seu mercado interno as empresas transacionais investiram fortemente no país, como explica a instalação de uma grande industria automobilística a partir dos anos 60. A competitividade de internacional seria medida em termos de extinção de empregos, e esta, em termos de fome imposta à setores da população. O autor abri a visão para uma realidade ocultada da globalização que elevou os níveis econômicos do Brasil, mas a um elevado custo.  CONCLUSÃOCelso Furtado, mostra em seu livro de pouco mais que 80 páginas, o preço de uma globalização capitalista, a evolução de nossa economia, as crises e vitórias, as experiências vividas na CEPAL, e uma visão clara da realidade de uma nação subdesenvolvida que superou crises para ser considerada o país que é hoje. Apesar de ser um livro pequeno, é embasado nas experiências vividas por um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX, no que se refere a economia. Trata-se de uma obra de valiosa informação econômica-intelectual, que deve ser apreciada pelas diversas classes, pois trata-se de agregação de valor e cultura sobre a evolução economica de nosso Brasil. BIBLIOGRAFIAFURTADO, Celso, 1920 – O capitalismo global / Celso Furtado. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
Autor: Michele Almeida Da Silva


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