Proposta de curso de formação de professores



PROFESSOR, ESCOLA E NOVAS TECNOLOGIAS

Profa. Dra. Glaucia da Silva Brito

Mestranda: Elizabete Aparecida Sola Franco

07 de Maio de 2012

 

  • Texto apresentado em aula do PPGE; Professor, Escola e Novas Tecnologias.

 Assista ao vídeo Metodologia ou Tecnologia, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=xLRt0mvvpBk

 

A professora do vídeo é a professora Sabrina (nome fictício), pergunto:

 

  • Ela teve alguma disciplina sobre tecnologias durante a sua graduação? Baseado em que você chega a essa constatação?

 

R: Não é possível dizer com certeza (somente através da análise do vídeo) que a professora Sabrina não tenha tido nenhuma disciplina sobre tecnologias em sua graduação.

O vídeo demonstra que o uso e a aplicação daquela tecnologia foi determinada pelo governo, ou seja, foi algo imposto por uma cultura dominante, e nada me impede em crer que a professora Sabrina saiba utilizar outras tecnologias de forma mais consciente e “antenada” ao cotidiano de seus alunos. Entendo que ela não soube utilizar adequadamente aquele instrumento específico, pois muito provavelmente esses instrumentos tecnológicos foram entregues à escola, sem primeiramente realizarem com os professores um curso de formação específico.

 

 

 

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

 

 

            Pensei em um Curso de Formação de Professores semipresencial (a princípio com uma duração de 3 meses, sendo 2 vezes por semana – 2 horas por dia).

            O Curso de Formação de Professores em questão foi planejado para a Escola Municipal Professora Amélia Sabrina Open (nome fictício), localizada no Bairro Moderno na Cidade de Curitiba, composta por 30 professores sendo, 17 formados em Pedagogia, 2 formados em Educação Física, 3 formados em História da Arte, 2 formados em Letras e 6 cursando o Magistério Normal Superior.

            A clientela absorvida pela Escola é de classe média e alta sendo que muitos desses alunos residem em casa própria, e chegam à escola em veículos próprios ou conduções escolares. A renda familiar da maioria é alta, uma grande porcentagem dos alunos possui computador ou tem acesso às novas tecnologias. O número de aluno de baixa renda ou carente é reduzido. O grau de instrução dos pais dessa comunidade é de ensino médio, havendo um índice muito baixo de analfabetos e um número considerável com curso superior.

 

 

INTRODUÇÃO

 

“A escola vem buscando ao longo do tempo uma transformação metodológica baseado nas teorias e práticas em sala de aula, mesmo porque o referencial teórico é necessário para o professor na transformação da prática metodológica. Apesar desta busca de mudanças, ainda hoje temos muito presente nas escolas a metodologia expositiva (tradicional) às vezes isto ocorre pelo fato de não se saber como efetivar uma prática diferente”.

Com o uso das novas tecnologias na escola, o professor que em muitos casos não teve em sua graduação uma disciplina específica sobre tecnologias, fica no “meio” dessa modernidade sem saber exatamente como agir frente a essas tecnologias, sem saber como utilizá-las, pra que utilizá-las e em que momento utilizá-las.

“Com o advento da informática, as investigações sobre as possíveis aplicações dos computadores na educação tornaram-se objeto de muitas pesquisas, principalmente em ambientes acadêmicos. Entendemos não se tratar apenas de um simples modismo ou de uma mera apropriação do desenvolvimento tecnológico, pois a partir da inserção das chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na educação, uma nova visão de mundo está sendo criada”. (ROCHA; BRITO, 2008, p. 285).

           

E sendo assim, a escola deve capacitar seus professores para que possam utilizar as novas tecnologias sem medo ou insegurança; para que assim façam uso dessas tecnologias como uma possibilidade para propiciar uma aula mais dinâmica, motivadora e inovadora; mas sem utilizá-las simplesmente como algo mecânico ou automático.

O professor deve compreender que o homem sempre construirá novas tecnologias, esse é um caminho sem volta, de progressos e modernidades constantes e presentes em nosso cotidiano.

 

“Faz-se necessário que o professor saia de uma atitude de distanciamento alienado em que barreiras de ordem psicológica, epistemológica e material o impedem de perceber as potencialidades da internet na educação, ultrapasse assim, a atitude de descrença pedagógica para chegar numa atitude de abertura em que ele, professor, se predisponha a buscar e interrogar as possibilidades deste recurso na sua ação pedagógica. Isso levará a recorrer a uma nova forma de integrar essa ferramenta na sua ação pedagógica e com ela interagir num processo de comunicação com seu aluno, buscando a formação de um sujeito para um mundo em transformação e que exige uma atitude de engajamento. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2005, p. 10).

 

Cabe à escola orientar seus professores de que o uso de uma nova tecnologia não desabona tecnologias mais antigas, ou seja, é possível utilizar em alguns momentos o computador, tablete, ipod, internet, sem deixar de lado a lousa, o giz, o mural, o rádio, a televisão. Posso utilizá-los alternadamente ou em conjunto, dependendo do conteúdo que será trabalhado ou para qual público que será aplicado. “O professor precisa saber que pode romper barreiras mesmo dentro da sala de aula, criando possibilidades de encontros presenciais e virtuais que levem o aluno a acessar informações disponibilizadas do conhecimento”.

 

 

DESENVOLVIMENTO DO CURSO

 

DIAGNÓSTICO

  • Quais professores tiveram alguma disciplina sobre tecnologias na graduação?
  • Quais tiverem algum curso de capacitação/formação sobre tecnologias?
  • Quais as dúvidas que os professores apresentam quanto ao uso das tecnologias disponíveis na escola? Todos sabem utilizar?
  • Investigar junto aos professores como eles fazem uso das tecnologias na escola. Em que momento utilizam? Pra que utilizam? Como utilizam? Quais os aspectos observados nessas utilizações que foram benéficos ou não.

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O CAMINHAR

  • Após o levantamento dessas primeiras questões junto aos professores, propiciar momentos de conversas, sugestões, argumentações e troca de informações e vivências sobre o uso das tecnologias. Discussão como posso utilizar as tecnologias de forma multidisciplinar, envolvendo não apenas os professores regentes, mas todos da escola sejam professores de educação física, ensino religioso, artes, língua estrangeira, pedagogos ou diretores.
  • Caso o levantamento tenha apontado professores que não sabem como usar as tecnologias (não sabem “mexer”, por exemplo, com o computador, não sabe como utilizar word, excel, powerpoint, ou não conhece um tablete, ipod, e outros), o curso de formação deve oportunizar momentos para que esses professores possam sanar as suas dúvidas, sem constrange-los.
  • Rever o PPP da escola e os planejamentos de cada ciclo, analisando os conteúdos e verificando a necessidade e a possibilidade de se utilizar as tecnologias em determinados conteúdos.
  • Criar um Blog com os professores para que além das trocas de informações que farão pessoalmente na escola, possam também tirar dúvidas, dar sugestões e trocar vivências sobre o que cada um tem feito em sala de aula com o uso das tecnologias, e observarem o que vem apontando como algo enriquecedor.
  •  Caso o uso do Blog com os professores tenha sido apontado como algo enriquecedor, os professores poderão também criar um blog coletivo (após reunião e ciência dos pais), os alunos e os pais também poderão trocar ideais, dúvidas, e informações sobre as aulas, deixando registrado nesse espaço os seus comentários e sugestões.

 

CONCLUSÃO DO CURSO

 

 

 

      Como nos diz Paulo Freire, o professor é “antes de tudo um ser humano”, e fundamental em qualquer processo de ensino aprendizagem; mesmo com as novas tecnologias, com os computadores presentes nas escolas, o professor têm uma importância fundamental nesse processo.

 

“O uso do computador na educação tem um potencial enorme, que não está diretamente relacionado à presença da máquina, mas sim do profissional professor que firmou um compromisso com a pesquisa, com a elaboração própria, com o desenvolvimento da crítica e da criatividade, superando a cópia, o mero ensino e a mera aprendizagem. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2006, p. 98).

 

            Desta forma, o uso das tecnologias na escola, deve ser apresentado com clareza através de metodologias que sejam condizentes ao cotidiano dos envolvidos nesse processo. Segundo Horn, “o saber aprendido resulta, principalmente, de uma seleção prévia de conteúdos considerados significativos para o sujeito da aprendizagem”. E especificamente, falando de tecnologia, o professor deverá ser flexível em seu planejamento, pois em certos momentos ele alcançará sucesso/qualidade em sua aula utilizando e alternando as tecnologias, já em outros momentos, o uso do quadro de giz já será o suficiente.

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

SCHMIDT, M.A; GARCIA, T. M. B. ; HORN, G (org). Diálogos e perspectivas de investigação. Ijuí: UNIJUÍ, 2008. (coleção Cultura, Escola e Ensino; volume 1).

 

BRITO, G, S.; PURIFICAÇÃO, I.. Educação, professor e novas tecnologias: em busca de uma conexão real. Curitiba: Protexto, 2003.

 

ROCHA, L. R.; BRITO, G, S. Professor e internet: a concepção de pesquisa escolar em ambientes informatizados. Texto apresentado no “IV Seminário Internacional As Redes de conhecimentos e a tecnologia: práticas educativas, cotidiano e cultura”. Realizado na UERJ de 11 a 14 de junho de 2007.

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Autor: Elizabete Aparecida Sola Franco


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