Cabeça de turco “nosce te ipsum”



Existem estigmas sociais, encarregados e carregados de preconceitos, proliferados pela ingrata e falida massa social, reclusa a sua insignificância midiática e seus dogmas religiosos. Que ingratamente, ignoram os feitos filosóficos e enaltecem a ignorância representativa de homens idólatras do abstrato, guiados pelo ceticismo da fé ou pelo idealismo do senso comum.

Para surpresa ou espanto, a sociedade estigmatizou o filósofo, como um ser que vive literalmente com a cabeça no mundo da lua. Precipitadamente e jocosamente, esquecem que é do espaço que vêem grandes inspirações filosóficas, ou seja, podemos dizer que, os filósofos olhavam para o céu (Cosmo) em busca de respostas para a origem das coisas do mundo, do conhecimento ou compreensão dos astros.

Assim, como podemos olhar para cima buscando a compreensão dos astros, também podemos olhar para o horizonte em busca deste mesmo astro, basta termos a percepção de que os astros em si são a ênfase ou materialização de uma verdade estritamente humana.

Em busca desta compreensão, como uma obsessão quase que metódica, na busca da verdade, esquecemos, de buscarmos a verdade a partir do “nosce te ipsum” – (traduzido do Latim como “conhece-te a ti mesmo)”.

Muitas vezes, buscamos respostas mirabolantes em teorias conspiratórias, como forma de justificarmos a nossa própria fraqueza, mas, negligenciamos aos outros a tarefa e responsabilidade de nossas escolhas e esquecemos de que o fim de todas as buscas por verdades e conhecimentos está recluso em nós mesmos a partir do “nosce te ipsum”.

Mal sabiam os gregos, que a partir do templo de Apolo, cuja frese “nosce te ipsum” estava escrita logo na entrada do principal salão, onde também residia o Oráculo de Delfos, estavam inaugurando um grande período na história das ciências humanas, pois, inclinaram o homem para o seu próprio conhecimento, surgindo assim, a Antropologia enquanto instrumento de estudo cientifico do homem e sua cultura. Foi no período socrático, que o sentimento inquietante de descobertas sobre nós mesmos afloraram-se, e o homem partiu em busca de sua identidade. Quem somos? De onde viemos? E, para onde iremos?

Talvez, deveríamos aprender um pouco com os gregos, e também nos laçarmos co nossa Nau de perguntas no mar de incertezas filosóficas, em busca de nossas verdades.

Não importa, se nossa Nau não encontre um porto seguro, para atracar todas nossas ilusões ou se só reste uma ilha deserta, mas e daí? Estaríamos no lucro mesmo assim, devido a mais uma vez, nos ser liberado mais uma chance, mais um recomeço.


Autor: Leonildo Dutras De Oliveira


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