Ideologia, eu quero uma para viver!



 

Ideologia, eu quero uma para viver! É por meio desta pequena passagem poética de Cazuza, que começo esta postagem, falando de ideais, sonhos e realidade política nos dias atuais, meu foco principal é despertar ou chamar a atenção para a inércia (comodismo, pois, não existem mais ideais de revolucionar o mundo) política que toma conta das pessoas, principalmente dos jovens, o nosso futuro.

Quero destacar que todos os ideais de revolução, de luta, onde sonhávamos em mudar o mundo foram substituídos pela fé exagerada na prosperidade através da predestinação divina ou através da compra de bênçãos. As pessoas abandonaram a luta por dias melhores, no combate aos devaneios políticos e insanidade dos próprios políticos, passando a eximir os gestores de culpa por condições sociais ou éticas na administração publica e passaram a culpar o diabo, como este sendo o grande mento de toda maldade na terra e também por sua condição econômica, desta forma, escravizaram Deus conforme a sua vontade e passaram a obrigá-lo a resolver problemas relacionados à sua condição social. Abandonaram e abdicaram do direito de sonhar e de lutarem politicamente, em forma de movimentos, reivindicações por dias melhores, por luxuosos templos e por pregações exageradas sobre uma possível melhora na condição de vida.

Estamos deixando de sonhar por dias melhores, e passamos a procurar a cura para os males sociais e econômicos nos braços e mãos de tutores e dignos representantes de Deus aqui na terra Sim, as ideologias políticas, foram substituídas pela alienação religiosa. Hoje, a fé exagerada no pastor, que vende bênçãos em boletos bancários (em suaves prestações), substituiu e destruiu tudo aquilo que alcançamos ideologicamente em função da democracia e de uma transparência ética na política da época da ditadura até início de 1990.

Que juventude é essa? No lugar de pintar a cara, fazer manifestações e lê Marx, está completamente alienada, dentro dos templos religiosos e dizendo amém, conformada com sua situação intelectual e vivendo na inércia. Não sonha mais com dias melhores. Não acredita na força que a sua determinação democrática. Não luta, apenas sofre calada? Homens, em frente da TV, assistem a uma propaganda, estarrecidos, corrompidos pela falta de capacidade de locomoção intelectual, de suas próprias mentes ofuscadas pela corrosão da alienação ideológica.

Divinamente, as imposições são lançadas aos montes, no bojo e no alicerce dos templos, nefastos homens da política são abençoados. Pastores praticam o curandeirismo, charlatões do conhecimento, pregam o medo, como forma de alienação e, alienam suas ovelhas, pastantes da ignorância, fruto fiel do pensamento dogmático, estabelecido na contemporaneidade.

Socialmente, as pessoas se mantêm alienadas, pelo modismo, estabelecido por ditames, que são imposições do ritmo de vida do consumo, e a propaganda e mídias da informação e comunicações, têm uma participação ativa neste processo.

Outro fator que nos leva à alienação é, a imposição econômica. O fato de existirem milhares de pessoas vivendo em repleto estado de miserabilidade, vem influenciando fortemente nas decisões e rumos dos pleitos eleitoreiros. Desta forma, as pessoas, no mundo das super estruturas (econômicas que são também de poder) capitalistas (nascida por ou a partir do poder político), são logo transformados em objetos ou coisas, perdendo o seu real valor de automação e criação, na hora de tomar decisões. Assim, todo eleitor, necessitado (economicamente) será visto como uma mercadoria – nascendo ou ascendendo, o real interesse do político em comprar votos.

Isto ocorre devido a grande massa trabalhadora, enquanto classe social é facilmente e, rapidamente suprimida aos ditames e caprichos da classe dominante (políticos, empresários e as grandes corporações internacionais).

Como num ciclo vicioso, o poder sempre vai estar nas mãos da classe detentora dos mecanismos políticos e econômicos. E a classe dominada, no máximo que conseguirá ascender, será a falsa impressão ou sensação de que está elevando a sua condição de vida ou nível social. Nasce com isso, a alienação econômica, como uma forma elementar de cooptar, não só a vida social ou política, mas como uma forma singularizada e única de adquirir o trabalho enquanto força criativa e libertadora do explorado.

Portanto, em um mundo onde a Televisão educa, a música vulgar se torna erudita (instruindo os jovens à lenienismo) e o pastor faz curandeirismo escancaradamente (como charlatões em busca obstinada pelo poder), a eliminação da influencia e alienação estatal (por políticos nefastos) e por empresários ávidos por lucros fartos, se tornam imprescindíveis para a construção de um mundo mais justo e digno, e são, a única saída para a eliminação das desigualdades existentes (econômicas, políticas e religiosas).


Autor: Leonildo Dutras De Oliveira


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