Estratégias para captação de doadores voluntários e habituais de sangue



Jessica Pereira Da Silva
Maria Amélia Oliveira da Cunha

INTRODUÇÃO

Um dos ramos mais recente da ciência é a hemoterapia, que através dos avanços da economia, da genética molecular e biotecnológica, da terapia celular e inovações de equipamentos vem possibilitando transformações, no entanto para que essa área de inovação venha a continuar para a melhora da saúde é necessário inovações de estratégias para que a população venha a contribuir através da doação, pois é um ato simples e pode mudar a vida de muitos.

O ato de Doar espontaneamente pode ser considerado conforme (Gonçalves, 2010) como expressão da solidariedade orgânica, porém nos estudos realizados por (Neto, 2006) ele afirma através de suas tabelas que 18% da doação é motivada por influências externas como influências de amigos, campanha nas emissoras de rádio, campanha escolar, campanha nos bairros e exemplo de pessoas públicas, assim fica a indignação de que todos os trabalhos desenvolvidos para melhor captação de doadores é desproporcional quando comparado aos sentimentos particulares de cada cidadão. (Franco, 2008) acredita que a doação de sangue é um ato de solidariedade e de cidadania, [...] Porém, mesmo com vários canais de informação no Brasil, o tema ainda é cercado por mitos e conceitos equivocados em relação à doação de sangue.

O interesse para realização deste trabalho surgiu não apenas pelas aplicações das ações de enfermagem, na qual se inicia a partir da captação, através da sensibilização do doador quanto à importância do ato e esclarecendo duvidas assim minimizando medos e proporcionando segurança aos doadores, mas também pela escassez de trabalhos científicos, abordando estratégias para captação de doadores, que elucida pra a necessidade de uma discussão que venha contribuir para as unidades captadoras, que subsequentemente ajudara a toda a sociedade, de maneira que não reste duvidas quanto aos benefícios da doação, assim este trabalho tem como objetivo identificar as principais estratégias para captação de doadores voluntários e habituais de sangue.

 

JUSTIFICATIVA

Através da comparação de estudos é identificado que a formação de grupos de doadores contribui para aumento do numero de doadores, (Pereira, 2009) afirma que a formação de grupos de doadores informados e conscientizados sobre a importância da doação de sangue foi essencial para aumentar o número de doadores no município de forma responsável e consciente [...]. Para (Neto, 2006) o trabalho educativo realizado continuamente para publico jovem, com o projeto “Doador do Futuro” realizado nas escolas regionais, tem obtido êxito na motivação e captação desse grupo, que responde satisfatoriamente, as ações realizadas.

É evidenciado que para captações bem-sucedidas é resultado de campanhas bem planejadas de marketing e de educação, focadas na cultura, nas atitudes e nas expectativas de cada sociedade. Nas pesquisas de (Gonçalves, 2010) à medida que a captação de doadores do hemocentro foi desenvolvendo projetos com estratégias para conquistar novos doadores e fidelizá-los, as doações foram se tornando, em sua maioria, espontâneas.

Muitas unidades hospitalar utiliza como estratégia a transferência de entes familiares dos pacientes para conseguir doadores, porém não é o indicado, uma vez que os mesmo se encontram em estado de fragilidade.  A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) incentiva as campanhas, auxiliando, por exemplo, na confecção e distribuição de folhetos, cartazes e afins com o slogan das campanhas de doação de sangue, porém essa estratégia é a conscientização da população sobre a importância do ato de doar sangue, o que nem sempre capta os doadores fidedignos.

Frente a doenças infecto contagiosas como a Síndrome da imunodeficiência adquirida faz-se necessário conhecer os motivos pelos quais as pessoas doam sangue, e porque a grande maioria da população não o faz. Segundo (May Rodrigues, 2011) outros motivos para não doar sangue também deveriam ser considerados como o medo, baixa qualificação médica, reações, apatia e inconveniência, para que depois, ações fossem concretizadas a partir das percepções dos diferentes sujeitos.

Para Giacomini, 2010 o uso de recursos como telefone, envio de correspondências ou a realização de eventos especiais possam valer como instrumentos que facilitem o retorno do doador através de um sistema de aviso/convocação porem o mesmo deve afirma explicitamente que é para um ato de doação, pois o Departamento de Atenção Especializada afirma que deve ser desmotivados projetos que conceder benefícios para doação por ferir o principio da doação, o altruísmo.

O Decreto-Lei Nº 229, Art.473 da Consolidação das Leis Trabalhistas incluindo o Inciso IV - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem Prejuízo de salário, por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada. Se o decreto for comparado com o significado do altruísmo conforme Aurélio que afirma ser: Amor desinteressado ao próximo; abnegação; filantropia. (O contr. de egoísmo.), esse decreto pode ser uma estratégia de captação de doadores voluntários, no entanto não segue os principio do Departamento de Atenção Especializada.

Conforme (May Rodrigues, 2011) alguns doadores, mesmo tendo realizado diversas doações, ainda desconhecem a importância da doação regular de sangue e muitos ainda são motivados por benefícios como a dispensa do dia de trabalho, o lanche oferecido após a doação e o resultado dos exames sorológicos. Assim percebe-se a ausência do altruísmo, que é o principio da doação conforme Departamento de Atenção Especializada.

Segundo (Vertchenko, 2005) campanhas sobre doação de sangue podem também comprometer o trabalho de captação, principalmente quando repetitivas, podendo inclusive afastar potenciais novos doadores.

 

MÉTODOS

Foi realizada uma revisão bibliográfica de diversos documentos legais institucionais relacionados a estratégias de captação de doadores nos serviços de hemoterapia do Brasil, como artigos científicos já publicados, material disponível pela Internet, periódicos e dissertações de mestrado para melhor concretizar as evidencias desse estudo. Foram considerados os últimos seis anos como critério para essa revisão bibliográfica.

 

OBJETIVOS

Objetivo geral: Identificar as principais estratégias para captação de doadores voluntários e habituais de sangue.

Objetivos específicos: Comparar as diretrizes do ministério da saúde frente às ações tomada pelas unidades de captação de sangue; Aclarar percepções para captação de doadores.

 

CONCLUSÕES

Conforme elucidado acima se percebe que faz necessário conhecer a população alvo para desenvolver as estratégias para à captação de doadores, uma vez que a percepção dos cidadãos se distingue conforme sua cultura, assim este estudo vem a contribuir para melhor elucidar a importância de uma visão holística frente doação sanguínea.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Departamento de Atenção Especializado, Coordenação geral de Sangue e hemoderivados. Leis Federais, Estaduais e Municipais, para concessão de benefícios a doadores de sangue. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/nota_tecnica_beneficios_doacao.pdf

 

Dicionário do Aurélio, Disponível em: http://www.dicionariodoaurelio.com/Altruismo .html

 

Franco, P., et al., A importância da doação de sangue e formação de novos doadores em Palmitos, SC,  UDESC EM AÇÂO, Vol. 2, No 1 (2008).

 

Giacomini, L. Filho, W. D. L. Estratégias para fidelização de doadores de sangue voluntários e habituais. Print version ISSN 0103-2100.Acta paul. enferm. vol.23 no.1 São Paulo 2010. Disponível: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002010000100011

 

Gonçalves, R. et al. Doação de sangue: solidariedade mecânica versus solidariedade orgânica. Revista Brasileira de Enfermagem, vol. 63, núm. 2, abril, 2010. Disponível em: http://www.redalyc.org/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve =267019594024.

 

May Rodrigues, R. S. et al. Estratégias de captação de doadores de sangue no Brasil: um processo educativo convencional ou liberador? Sau. & Transf. Soc., ISSN 2178-7085, Florianópolis, v.1, n.3, p.166-173, 2011.

 

Neto, J. A. V., et al., Doadores de sangue habitual e fidelizado: Fatores motivacionais de adesão ao programa. Rev. Brasileira de Promoção da Saúde. Vol. 19, 2006.

 

Pereira T. S. et al., Doação de sangue entre estudantes de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina. Arquivos Catarinenses de Medicina Vol. 38, nº. 2, de 2009.

 

Vertchenko, S. B., Doação de sangue: aspectos sócio econômicos, demográficos e culturais na região metropolitana de Belo Horizonte. Belo horizonte, 2005.


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