Usina hidroelétrica no Rio Tapajós. Loucura ou lezeira total?



USINA HIDROELÉTRICA NO RIO TAPAJÓS. LOUCURA OU LEZEIRA TOTAL?

Na surdina como ladrão que age na calada da noite, para roubar algo precioso, sem que ninguém saiba, mesmo pertencendo a um bando de facínoras, o governo brasileiro tenta desesperadamente, uma ação silenciosa, qual câncer que se atinge vários órgãos via metástase, ao planejar a construção de mais uma usina na bacia amazônica.

Desta feita agiu em silêncio e pressionou órgãos ambientais ligados ao governo federal a autorizar estudos iniciais, para a construção da hidroelétrica no rio Tapajós. Vamos entender como estudos iniciais o Plano de Trabalho, que se encarregará da coleta ou do estudo estatístico. No mês de abril o IBAMA autorizou a abertura de uma picada de 33,5 quilômetros para coleta dos elementos da biodiversidade. Como se pode mensurar a biodiversidade em uma área de 33.500 metros lineares por 1,5 metros de largura? Provavelmente com auxílio de cálculos matemáticos.

O governo federal pretende matar o rio Tapajós. Estudos indicam a construção de cinco (5) usinas. As duas primeiras Jatobá e São Luiz do Tapajós.

Usou o governo mão da Medida Provisória 558 de 6 de janeiro e alterou as reservas legais, reduzindo suas áreas para facilitar o escoamento das águas que serão represadas.

Este tipo de ação, que beira o desespero do governo federal, em acelerar todos os procedimentos, cobrando agilidade, pressionando o IBAMA para que libere o mais rápido possível as Licenças Ambientais, para que no encerrar do ano de 2013 promova o leilão da primeira hidroelétrica do Tapajós é algo estranho no ar.

Para os entendidos em política esta é a grande estratégia política do PT, para angariar contribuições aos candidatos a cargos majoritários.

A grande pergunta que a Geologia deverá responder. Esta coleção de água represada, para a construção da usina de São Luiz em uma área de 722,22 quilômetros quadrados irá ou não afetar as camadas inferiores do solo amazônico. Para os ambientalistas a somatória das cinco (5) usinas causará que tipo de dano ambiental. Quais as conseqüências em termos climáticos, uma vez a somatória final será de 2.000 quilômetros quadrados a serem inundados. E a ictio-fauna? Na bacia de influência do rio Tapajós, existem espécies de peixes endêmicas e a construção das cinco (5) represas simplesmente contribuirá para a sua extinção, dando lugar a peixes de águas fundas.

E vem a grande pergunta final.

Será este o preço a ser pago pela Natureza, para que em nome do progresso, faça-se uso desta matriz energética, que em nada irá contribuir para o macro desenvolvimento regional? E mesmo que o fosse com a construção de indústrias na área de influência do complexo Hidroelétrico do Tapajós, quais as matérias primas ou quais os Arranjos Produtivos Locais que existe ou existirão?

É uma forma escamoteada do governo federal instigar empresas nacionais e internacionais a participarem deste leilão no final de 2013, para que as vencedoras, contribuam para o Caixa Dois do partido no poder.

Quanto as Reservas Legais, as etnias, a fauna, a flora, a ictiofauna serão colocados em último plano, pois existe o interesse maior de negar o direito da Natureza sobreviver.

Infelizmente esta é uma situação anômala que cabe a cada cidadã e cidadão deste Brasil tão agredido ambientalmente, tomar uma posição firme, obrigando o governo federal a desistir deste crime ambiental, com resultados duvidosos.

 

 


Autor: Romão Miranda Vidal


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