A importância da amamentação nas primeiras horas de vida do récem-nascido



A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO NAS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA DO RÉCEM-NASCIDO

 

 

Eder Assis Vieira

 

 

INTRODUÇÃO

 

Amamentação é um ato fisiológico e biologicamente determinado, mas que sofre influências emocionais, sociais, políticas e culturais.   A amamentação deve ser iniciada na primeira hora de vida, ainda na sala de parto, se a mãe e o recém-nascido estiverem em boas condições de saúde, favorecendo o contato pele a pele de ambos. O contato precoce entre mãe e filho está associado à maior duração do aleitamento materno exclusivo.

A amamentação é a melhor maneira de proporcionar o alimento ideal para o crescimento saudável e o desenvolvimento dos recém-nascidos, além de ser parte integral do processo reprodutivo, com importantes implicações para a saúde materna (OMS, 2003).

Sendo assim este estudo nos mostra que esse processo deve acontecer nas primeiras horas de vida do neonato.

 

 A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO NAS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA DO RÉCEM-NASCIDO

 

 De acordo UNICEF ( 2007),  no Brasil, do total de mortes de crianças com menos de 1 ano, 65,6% ocorrem no período neonatal e 49,4% na primeira semana de vida. O UNICEF calcula que o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar, anualmente, 1,3 milhão de mortes de crianças menores de 5 anos.

O Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendam o aleitamento materno exclusivo até 6 meses e a continuidade até os dois anos de idade, pois é a estratégia que isoladamente mais previne mortes em crianças menores de cinco anos.

A forma mais segura, eficaz e completa de alcançar crescimento e desenvolvimento adequados de uma criança até o sexto mês de vida pós-natal é garantir o aleitamento materno exclusivo desde a primeira hora de vida extra-uterina, sendo essa prática alimentar o padrão-ouro para lactentes nessa faixa etária.

Sabe-se que a estimulação para o aleitamento materno durante as primeiras horas de vida :

- Mantêm o bebê aquecido, estabiliza a respiração e a freqüência cardíaca;

- Propicia que mãe e filho se conheçam e estabeleça vínculo;

- O bebê aprende a mamar de maneira mais eficiente;

- Beneficia, em especial, o bebê de baixo peso, que corre mais risco de morrer e necessita de mais apoio para realizar uma sucção efetiva;

- Ajuda na prevenção da hemorragia pós-parto;

- Aumenta a duração do aleitamento materno;

- O colostro é a primeira imunização do recém-nascido.   O estímulo ao aleitamento nas primeiras horas de vida, além de aumentar o vínculo afetivo entre mãe e filho e prevenir doenças, proporciona economia para rede pública de saúde, colaborando para a redução de gastos com a aquisição de mamadeiras, leite artificial, entre outros.    Quando a mulher está amamentando, são mobilizados diversos recursos do próprio organismo que aceleram a recuperação pós-parto. O corpo volta mais rapidamente ao normal, já que a amamentação queima mais de 500 calorias por dia. O útero contrai com maior facilidade e, por conseqüência, a mulher perde menos sangue. Isso reduz as chances de se ter anemia. Além disso, a mãe que amamenta tem menos depressão pós-parto, câncer de mama e de ovário e osteoporose.                                                                                    Para o bebê, o leite materno é primordial como já foi citado, mais também protege o bebê de diabetes, da doença celíaca, de infecções respiratórias, alergias, diarréia, infecções urinárias, obesidade, hipertensão, cáries, má oclusão dentária, entre outras. Além disso, ao amamentar, a mãe faz com que o bebê se sinta mais amado e protegido.

A sucção do colostro vai imunizá-lo, protegendo-o contra infecções. O colostro é laxativo e ajuda na prevenção e redução da icterícia fisiológica por estimular movimentos peristálticos com a conseqüente eliminação do mecônio, ocorrendo menor reabsorção da bilirrubina através do circuito êntero-hepático; previne, também, a hipoglicemia que, muitas vezes, é o motivo de se prescrever outro tipo de leite como complemento alimentar ao recém-nascido (UNICEF, OMS 2007. A sucção do mamilo produz a estimulação da hipófise na produção da prolactina e da ocitocina, a produção láctea e faz o útero contrair-se, auxiliando na involução uterina e diminuindo o risco de hemorragia após o parto. Há, também, o fortalecimento do vínculo afetivo.

Ele fornece toda a energia e os nutrientes que o recém-nascido precisa nos primeiros meses de vida e continua a fornecer até metade ou mais das necessidades infantis durante a segunda metade do primeiro ano e até um terço durante o segundo ano de vida.

O leite materno promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança, além de protegê-la contra doenças crônicas e infecciosas, principalmente as respiratórias (bronquiolite). O leite contém linfócitos e imunoglobinas (IgA) em uma concentração 17 vezes mais que no leite maduro, que ajudam o bebê a combater infecções. o contato pele a pele previne a ocorrência de hipotermia. o colostro acelera a maturação do epitélio intestinal e protege contra agentes patogênicos.  O contato pele a pele desencadeia uma série de eventos hormonais importantes para a relação mãe/bebê. O toque, o odor e o calor estimulam o nervo vago e isto, por sua vez, faz com que a mãe libere ocitocina, hormônio responsável, entre outras ações, pela saída e ejeção do leite. Esse hormônio faz com que a temperatura das mamas aumente e aqueça o bebê.

Sabe-se hoje que vários tipos de oligossacarídeos e glicoconjugados presentes no leite materno, conhecidos como agentes pré-bióticos, estimulam a colonização do intestino por microorganismos benéficos. Esses agentes atuam na primeira etapa essencial da patogênese ao impedir que um microorganismo se fixe na parede celular.

A amamentação exclusiva reduz a mortalidade infantil por enfermidades comuns da infância, como diarréia e pneumonia, e ajuda na recuperação de enfermidades. Crianças alimentadas com leite materno normalmente dobram de peso do nascimento até os seis meses.

 

CONCLUSÃO

 

Conclui-se que a mamada na primeira hora após o nascimento é considerada importante para a manutenção do aleitamento materno e desenvolvimento do vínculo afetivo entre mãe e filho. Além de proteção que é necessária para o recém-nascido durante os primeiros anos de vida e para seu desenvolvimento físico e mental, a estimulação da amamentação ajuda na liberação de hormônios que vão ajudar o organismo da mãe quanto ao equilíbrio homeostático fisiológico.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS  E  WEBGRÁFICAS

 

1.    Brasil. Ministério da Saúde. Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno. Disponível em: portal.saude.gov.br

 

2.    MARQUES, M. Amamentação na primeira hora de vida traz benefícios ao bebê e à mãe. 2007. Disponível em: portal.saude.gov.br

 

3.    SANTIAGO, Luciano B, et al. Incentivo ao aleitamento materno: a  importância do pediatra com treinamento específico. Rev. chil. pediatr. v.76 n.4 Santiago ago. 2005. Disponível em: www.scielo.br

 

4.    SILVA, A. P. da; SOUZA, N. de. Prevalência do aleitamento materno. Rev. Nutr. v.18 n.3 Campinas maio/jun. 2005. Disponível em: www.scielo.br

 

5.    TOMA, S.T. REA, M.F.  Benefícios da amamentação para a saúde da mulher e da criança: um ensaio sobre as evidências. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: www.scielo.br

 

6.    UNICEF, OMS 2007. Aleitamento materno na primeira hora depois do parto pode reduzir a mortalidade infantil. Disponível em: www.unicef.org

 


Autor: Eder Assis Vieira


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