O maior de todos os acontecimentos, a Ressurreição de Jesus Cristo



O maior de todos os acontecimentos, a Ressurreição de Jesus Cristo

 

         Ressurreição, Fé, Esperança, Amor, Ódio, Caridade, Justiça, Injustiça, Confiança, Desconfianças, Comprometimento, Certezas, Incertezas, Renúncias, Provações, Coragem, Fraquezas, Disponibilidade, Perdão, Alegrias e Tristezas: Certamente são palavras chaves que farão parte de forma direta ou indireta deste trabalho de estudo e de pesquisa, acerca de um acontecimento que revolucionou e ainda revoluciona o modo de agir, pensar e de viver a vida de centenas de milhões de pessoas, que já viveram e que ainda vivem neste mundo, este acontecimento ou evento é a Ressurreição de Jesus de Nazaré. Conforme está narrado nos Evangelhos, e de acordo também com vários historiadores renomados, Jesus é um homem real[1]. Nasceu em uma aldeia da Galiléia que se chamava Nazaré, na Palestina e viveu entre nós em um determinado período de tempo da nossa história, mais precisamente há dois mil anos atrás, quando Herodes, o Grande, reinava. Sabemos ainda por intermédios dos escritos, que Jesus viveu praticamente sua vida toda neste lugarejo, sendo que os seus últimos três anos de vida, quando já era um homem maduro resolver sair de seu pequeno mundo e conhecer as cidades e os povoados da Palestina, falando coisas que agradava os pobres os miseráveis os desfavorecidos e humildes, mas descontentava os ricos e os poderosos. 

 

          Jesus com sua breve passagem pela Terra mudou conceitos, paradigmas, pensamentos, foi contra os preconceitos e contra os preconceituosos, pregou à paz, a esperança, o perdão, semeou o amor a caridade, a partilha de bens, defendeu a justiça abominando as injustiças, anunciou uma nova vida, uma vida eterna aonde a dor a fome o sofrimento não mais existiriam. Não temos nenhum relato que Jesus tenha feito em algum momento acepção de alguém, muito pelo contrário, sobram testemunhos que Ele estava sempre ao lado dos mais fracos dos desamparados, dos desprotegidos, dos abandonados dos doentes e leprosos. Com esta postura e com seus feitos, inevitavelmente foi de encontro com pessoas poderosos, ambiciosas e famintas de poder e de dinheiro, consequentemente Jesus foi rapidamente se tornando aos olhos dos judeus conservadores, como sendo uma ameaça aos negócios, a ordem pública, a Lei ao Templo etc., por estas e outras prerrogativas, Jesus foi preso e teve um julgamento segundo alguns estudiosos como sendo tendencioso, resultando em sua condenação a morte na cruz, que é narrado nos quatro Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas Paulinas, sabemos ainda que há relatos fora do Novo Testamento, sobre a sua crucificação como por exemplo: Os escritores nascidos no primeiro século d.C.  Flávio Josefo e Tácito[2],  ambos fizeram  em seus escritos, pequenos comentários sobre este acontecimento, atestando integralmente a sua veracidade.

 

        A ressurreição de Jesus é tida como a verdade central da fé Cristã, sem a fé se torna difícil crer na ressurreição, mas para os cristãos é incontestável que Jesus não tenha ressuscitado dos mortos ao terceiro dia, as Escrituras nos confirmam que Jesus ressuscitou dos mortos. “Então o anjo falou às mulheres: Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava” (Cf. Mt  28, 5-6).                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

 

         Os registros bíblicos das aparições de Jesus depois da ressurreição nos apresentam um testemunho unificado, estes registros são de certa forma harmoniosos.  Em ordem cronológica citarei aqui alguns relatos da aparição de Jesus Cristo, a primeira aparição foi para Maria Madalena (Cf. Mc. 16,9; Jo 20,11-18), a segunda para as outras mulheres (Cf. Mt. 28,8-10), a terceira aparição ao apostolo Pedro (Cf. Lc. 24,34 ; 1Cor. 15,5), a quarta aos dois discípulos a caminho de Emaús (Cf. Mc. 16,12 ; Lc 24,13-35), a quinta aos onze apóstolos exceto a Tomé (Cf. Lc. 24,33-49 ; Jo 20,19-24), a sexta aparição aos Doze uma semana depois, estando Tomé presente entre eles ( Cf. Jo. 20,24-29 ; 1Cor. 15,5), a sétima aparição aos sete apóstolos à margem do mar de Tiberíades (Cf. Jo. 21,1-23), a oitava aparição que de certo modo nos chama a atenção, foi para quinhentos seguidores (Cf. 1Cor. 15,6), a nona aparição foi a Tiago (Cf. 1Cor, 15,7) a décima aparição a todos os apóstolos (Cf. At 1,3-12 ) e a décima primeira aparição ao apostolo Paulo, quando estava a caminho de Damasco a capital da Síria (Cf. At. 9,1-9 ;1Cor.15,8).                         

 

          De fato, eu vos transmiti, antes de tudo, o que eu mesmo tinha recebido, a saber, que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras; e apareceu a Cefas e, depois aos Doze. Mais tarde, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez. Destes, a maioria ainda vive e alguns já morreram. Depois, apareceu a Tiago depois, a todos os apóstolos; por último, apareceu também a mim, que sou como um aborto. Pois sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apostolo, pois eu persegui a Igreja de Deus (Cf. 1 Cor 15,3-9). Paulo demonstra muita segurança, para todos nós nesta linda narrativa, acerca da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, fala claramente das centenas de testemunhas da aparição do Cristo Ressuscitado, onde ele mesmo se coloca como testemunha ocular do fato e nem se vangloria por isso, pois se acha pequeno por ter sido um perseguidor da Igreja, mas ele é convicto é seguro da importância de seu testemunho para toda a comunidade.

 

          E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a nossa fé. Se os mortos não ressuscitam, estaríamos testemunhando contra Deus que ele ressuscitou Cristo enquanto, de fato, ele não o teria ressuscitado. Pois, se os mortos não ressuscitam então Cristo também não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados (Cf. 1 Cor 15, 14-17). A nossa ressurreição é certa por causa da ressurreição de Jesus, que foi o primeiro entre os mortos que ressuscitou, nossos corpos ressuscitados serão diferentes dos corpos que temos agora, pois serão incorruptíveis (Cf.1Cor 15,51-53).

 

           A ressurreição de Jesus de Nazaré é sem sombras dúvidas a verdade central da fé Cristã, os escritores e historiadores, ao falarem ou ao se dirigirem a pessoa de Paulo, elas sempre deixaram claro que ele era um homem muito sábio, letrado, conhecedor da palavra de Deus, um doutor da Lei propriamente dito, então seguramente ele não se convenceria facialmente, por coisas simples ou banais, Paulo verdadeiramente creu no Cristo Ressuscitado, isto é mais uma excelente prova da ressurreição de Jesus.

 

          Temos a consciência que nos dias em que estamos vivendo é muito mais difícil falar em fé, pois temos a tecnologia, a ciência, o comodismo, o ateísmo, o consumismo o radicalismo, os próprios meios de comunicações, como a mídia, por exemplo, que em muitos aspectos específicos, nos transmitem valores destorcidos e desencontrados, que nós leva de certo modo a crer em outros valores, nos tirando de certa forma a nossa fé, nos deixando questionadores, céticos com relação às coisas de Deus.

          Porém temos que ter em mente que há nos dias atuais, assim como havia também no passado, novos pensamentos que de certa forma chega a contestar a negar que Jesus tenha verdadeiramente ressurgido dos mortos, e para isso elaboram novas correntes de pensamentos, de interpretação que vão de encontro com a fé dos Cristãos, em alguns casos chegam até de certo modo a fazer duras criticas e acusações, como por exemplo: Para o filósofo Celso, Jesus foi um homem miserável sem origens e sem nobreza, com relação a sua ressurreição, ele diz que foi uma invenção dos discípulos[3]. Podemos verificar também em Mateus uma passagem em que os sumos sacerdotes, também tramaram uma versão para justificar o tumulo vazio, desacreditando na ressurreição. Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos sumos sacerdotes o que tinha acontecido. Reunidos com os anciãos, deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; e instruíram-nos: Contai o seguinte; “Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos dormindo”. “E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranqüilizaremos, para que não vos castigue”. Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia. (Cf. Mt 28, 11-15).  Podemos ainda verificar em João que Maria Madalena, não reconheceu Jesus Cristo Ressuscitado, chegou a confundi-lo com um jardineiro, onde até pensou ter sido ele que removera o corpo de Jesus para fora do túmulo, pois o mesmo se encontrava vazio (Cf. Jo 20,15).

          É sabido que no primeiro século, as mulheres não tinham praticamente nenhuma credibilidade diante da cultura judaica, e seu testemunho não era considerado não tinha nenhum valor, por exemplo, se um homem fosse acusado de ter cometido algum crime, e quem tivesse testemunhado este crime fosse uma mulher ou mulheres, este homem não poderia simplesmente com base nas declarações delas, ser condenado em um tribunal de justiça.  Mas contrariando esta credibilidade, a presença das mulheres no sepulcro é sem duvida uma forte evidência de que o registro bíblico é verdadeiro, caso contrário não seriam elas as primeiras a vê-lo e testemunharem que o sepulcro estava vazio.

          O sepulcro vazio é o ponto de partida para começar uma nova etapa, agora com o Cristo ressuscitado, incendiando os corações de seus seguidores a levar a Boa Noticia a todas as nações, Jesus venceu a morte, sendo Ele o primeiro a ressuscitar verdadeiramente com um corpo glorificado incorruptível, muito diferente do filho da sunamita (Cf. 2RS 4,32-37), do filho da viúva de Naim (Cf. Lc. 7,11-15), da filha de Jairo (Cf. Mt. 9,23-26; Mc. 5,22-24, 35-43 e Lc. 8,41-56)  e finalizando com Lazaro (Cf. Jo. 11,17-44) que foram todos  reavivados, voltaram a viver a vida terrena, porém todos nós sabemos que eles morreram um dia, mas Cristo é o único que vive e está conosco, pois venceu a morte.            

          Falar em ressurreição não é tarefa assim tão fácil, em razão é claro da riqueza de detalhes e a seriedade que particularmente o assunto requer, sabemos claramente que a luz da ciência e as suas conclusões dos dias atuais, nos fazem ter uma fé mais adulta e mais responsável, aonde fé e razão precisam caminhar juntas lado a lado, para nos deixar com os pés firmes ao chão. O evento da ressurreição de Jesus nos faz refletir profundamente em nós mesmos, e de alguma forma nos remete ao passado na presença dos primeiros cristãos, que categoricamente negaram a si mesmo, mas não negaram o Cristo ressuscitado, tinham consigo a certeza a convicção da presença viva do seu mestre ao seu lado, em suas caminhadas levando a Boa Nova para todos os povos, sem distinção de raça ou cor, em todo o canto do mundo.        

         Nós não podemos, não tivemos a chance de pegar ou apalpar Jesus Ressurreto, conforme fez Tomé para crer, mas nós podemos de uma forma profunda, sentir os efeitos os frutos a dimensão da sua gloriosa ressurreição, que seguramente transformou, mudou o rumo de toda a humanidade, por esta razão é notório que existam milhões de pessoas espalhadas no mundo todo, que tiveram de alguma forma uma experiência intima, e muito particular da presença de Deus em suas vidas, sendo testemunhas oculares de seus gloriosos feitos, aonde doentes foram sarados, valentes foram apaziguados, humilhados foram exaltados, perdidos foram encontrados, mortos foram reavivados voltando a viver, cegos voltaram a ter visão, nos deixando, portanto a possibilidade de podermos compenetrar de certa forma, nos exemplos de cada gesto em cada feito dos primeiros seguidores de Cristo, lembrando que os apóstolos e os seus discípulos, eram pessoas humildes, simples pescadores iletrados que se transformaram em homens corajosos desbravadores em verdadeiros poliglotas destemidos, pescadores de homens que souberam como ninguém interpretar o que verdadeiramente o seu mestre queria de cada um deles, sendo exemplo digno para que também nós saibamos o que verdadeiramente queremos de Deus, e o que verdadeiramente Deus quer de cada um de nós.   

José Valdir Emílio (E-MAIL -  [email protected]

Referências Bibliográficas

FRANGIOTTI, Roque. Cristãos, Judeus, Pagãos: Acusações, Criticas e Conflitos no Cristianismo Antigo. Aparecida - SP: Idéias & Letras, 2006. 

JOSEFO, Flávio. Seleções. Autobiografia, Resposta a Ápio, Antiguidades Judaicas, As Guerras Judaicas. Tradução, P. Vicente Pedroso. São Paulo: Ed. Das Américas S.A. EDAMERIS, 1974. 

LINDBERG, Carter. Uma Breve História do Cristianismo. São Paulo:  Edições Loyola, 2008. 

MARTINS RODRIGUEZ, Francisco. Jesus, relato histórico de Deus, cristologia para viver e rezar. São Paulo: Paulinas, 1997..

VERMES, Geza. A Paixão. A verdadeira história do acontecimento que mudou os rumos da humanidade. Rio de Janeiro: Record LTDA, 2005. 

[1] Cf. MARTINS RODRIGUEZ, Francisco. Jesus, relato histórico de Deus, cristologia para viver e rezar. São Paulo: Paulinas, 1997.p.34. 

[2] Cf. VERMES, Geza. A Paixão. A verdadeira história do acontecimento que mudou os rumos da humanidade. p. 19. 

[3] Cf. FRANGIOTTI, Roque. Cristãos, Judeus e Pagãos, acusações, criticas e conflitos no cristianismo antigo. 1ª Ed. Aparecida-São Paulo: Idéias & Letras, 2006, p.  135 e 138.


Autor: José Valdir Emílio


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