Evangelho em cifras



EVANGELHO EM CIFRAS

 2 Reis 12:15 “Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade.”

Nunca se ouviu falar tanto sobre cifras quanto se ouve hoje, quando se trata de coisas relacionadas ao seguimento evangélico. Tanto que hoje há uma verdadeira corrida capitalista e um disputadíssimo mercado na preferencia e na busca pelo cliente gospel em potencial. Chega ser estarrecedor os meios em que os concorrentes se utilizam para obter a preferência entre os fieis. Parece mesmo disputa entre gangster da Camorra Italiana e não entre pessoas que conhecem e desfruta do poder de Deus. Os produtos são variados, vai desde uma simples harpa cristã, a um mega show com uma “estrela do meio gospel”. Em se tratando de Brasil, podemos afirmar que não há sequer uma crise a vista, uma vez que estatisticamente os evangélicos estão em processo de franca expansão, seja pela capacidade de persuasão de lideres alvissareiros, seja pelo simples fato do ser humano reconhecer que sem Deus a vida se torna um fardo.

A proliferação das manchetes sobre o crescimento do seguimento evangélico protestante tem suas consequências no âmbito social, e elas são diária, basta observar o crescimento na mesma proporção dos escândalos e suas consequências desastrosas. A poucos dias li uma matéria em uma revista eletrônica a seguinte manchete: “nós somos os únicos culpados pelo surgimento dos lideres que hoje temos”. Se fizermos uma reflexão mais profunda, vamos nos dar conta de que existem razões de sobra para tal afirmativa. Somos calejado de saber que onde há dinheiro envolvido, a cobiça e suas mazelas é manifesta. É flagrante o cinismo de alguns lideres quando se utilizam dos meios de comunicação ou mesmos das reuniões e eventos para pedir o sacrifício de muitos para manter suas ostentações megalomaníacas. Portanto não estamos inocente de tudo e diante da importante observação, o que mais me causa espanto é o aspecto letárgico dos milhões de liderados, pouco preocupados com oque estão fazendo com os recursos captados.

É fácil detectar o esforço e a pré-disposição dessas pessoas se fazerem notadas. O que não versa com os escritos sagrados, que nos aconselha que quanto maior o anonimato dos filhos maior a glória do Pai. Essa situação acontece quando nos concentramos em grandes eventos para “aplaudir” e na maioria das ocasiões, “adorar” cantores e pregadores de renome. As igrejas que pregam a palavra com o intuito de fazer conhecido de todos a SALVAÇÃO em CRISTO JESUS, estão cada dia mais vazias e só sobrevivem pelo fato de serem proféticas e Deus através delas cumpre as Escrituras que diz que “as portas do inferno não prevalece contra sua igreja”. Porém, na contramão do sacrifício do SENHOR estão aqueles que pouca importância dá ao perigo a que estão expostos. Continuam de modo incansável propalando um evangelho de facilidades, mentiras e eivado de heresias, onde só tem lugar para a vitória, esquecendo de observar um fundamento primordial para a valorização do que recebemos de Deus, “o sacrifício”, inerente a todos que habitam uma terra corrompida e conspurcada pela ação maléfica do pecado e suas consequências. Não observando as advertências contundentes e que se não conhecidas, levará milhares de pessoas a destruição total, continuam a movimentação das cifras astronômicas e os caches milionários pagos a uma minoria privilegiada através dos que monopolizam o setor.

Nada contra alguém ganhar mais um pouquinho e se dar bem no contexto, afinal não estamos aqui para defender a teologia da miséria plena. O problema é o desvio dos objetivos no sentido da aplicabilidade dos recursos angariados, que deveria ser em prol dos que precisam ser assistidos. Pelo que sei as instituições eclesiásticas em seu objetivo estatutário e amparado por Leis especificas, são sem fins lucrativos e servem para minorar os problemas sociais do povo em parceria com os governos Municipais, Estaduais e Federal. Jamais para engordar contas bancárias, construir fortunas, custear ostentações ou manias insólitas de quem quer que seja. Acho que está passando da hora dos crentes justificados pelo sangue de Jesus tomarem uma posição firme e enxotar do nosso meio, esses lideres irresponsáveis, alvissareiros, cafetões da teologia da prosperidade, sob pena de perdermos o direito de gerir nossos caminhos, enquanto instituição eclesiástica, conquistado a duras penas ao longo da história.

Termino este artigo convencido de que Jesus não foi chicoteado, arrastado, cuspido, espetado com uma lança e pregado numa cruz, para que viéssemos aparecer aponto de ofuscar a sua glória. Muito menos para que uma minoria descompromissada com sua obra viesse a possuir jatinhos, fazendas, mansões, haras, ou quaisquer ostentações descabidas, tipo festas de casamentos e passeios ou diversões que custam fortunas. O sacrifício de Cristo foi para nos limpar do pecado e nos beneficiar com a Salvação Eterna. Uma pessoa que se diz servo de Deus e se apropria de recursos advindos das contribuições de fieis para se locupletar, é ladrão e o Espirito de Deus não está nele. Um servo de Deus que utiliza os dons que Deus o adornou, seja ele qual for, para enriquecer e esquecer a causa dos menos favorecidos bem como se deixa levar pelo engano da soberba, também é ladrão e usurpador o Espirito de Deus não está nele. Comer do bom desta terra é mais do que justo, desde que pensemos na causa dos menos favorecidos e abandonados vitimas do pecado e da indiferença humana. Tiago 1:27 “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.

Deus, em Cristo Jesus abençoe a todos!!

 

Rev. Augusto César Campos Mendes > Bacharel em Teologia, Filósofo e Licenciado em Ciência da Religião –

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