MATA ATLÂNTICA: ORIGEM DO BIOMA, CARACTERIZAÇÃO E ÁREAS DE OCORRÊNCIA



 

MATA ATLÂNTICA: ORIGEM DO BIOMA,

CARACTERIZAÇÃO E ÀREAS DE OCORRÊNCIA

LEANDRO CAMERINI NOGUEIRA

[email protected]

CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA FILIPE

[email protected]

Juiz de Fora

2008

RESUMO: A origem da Mata Atlântica está associada à separação dos continentes africano e sul-americano, ocorrida à aproximadamente 80 milhões de anos atrás, marcando um período de agitação geológica que sacudiu a Terra. Vulcões e grandes acomodações na crosta terrestre levantaram inúmeros blocos de montanhas, como a Serra do Mar, que ocupou a faixa litorânea de Santa Catarina ao Espírito Santo e se transformou no cenário ideal para Mata Atlântica. Assim ela apresenta uma variedade de formações, englobando um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas das regiões onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano.

Palavras-chave: Agitação geológica; Crosta terrestre; Ecossistemas; Gondwana;Mata Atlântica.

A ORIGEM DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

A origem da Mata Atlântica está associada à separação dos continentes africano e sul-americano (eles formavam um único continente chamado Gondwana), ocorrida a aproximadamente 80 milhões de anos atrás (AMBIENTE, 2006).

A acomodação de tanta terra e água com a formação do Oceano Atlântico marcou um período de agitação geológica que sacudiu a Terra. Vulcões e grandes acomodações na crosta terrestre levantaram inúmeros blocos de montanhas, como a Serra do Mar, que ocupou a faixa litorânea de Santa Catarina ao Espírito Santo e se transformou no cenário ideal para Mata Atlântica (AMBIENTE, 2006).

Os aparecimentos da Serra do Mar e da Mantiqueira datam da separação entre o continente Americano e Africano. No princípio eram altas montanhas e só com os milhões de anos de erosão conseguiram suavizar essas rochas de formação antiga que sustentam o continente sul-americano. Concomitantemente evoluíram as linhagens de plantas que originaram a Mata Atlântica. Nesta época também se desenvolveram insetos, aves e mamíferos fazendo com que hoje fauna e flora se combinem rica e complexamente (AMBIENTE, 2006).

Os blocos de montanhas formaram uma barreira para os ventos carregados de umidade que vinham do Oceano. Sob a forma de névoa ou chuva, a umidade ajudou a criar as condições necessárias para que as formações atlânticas, que originaram a Mata Atlântica propriamente dita, se instalassem e evoluíssem rapidamente (MARTINS et al, 2006).

As variações climáticas provocadas pela sucessão dos períodos de glaciação, quando se formavam as grandes geleiras (clima mais frio e seco) e períodos entre as glaciações (quando o clima ficava mais quente e chovia mais), contribuíram para a expansão da Mata Atlântica que chegou a ultrapassar os limites da Floresta Amazônica, outra formação florestal presente no Brasil (MARTINS et al, 2006).

Espalhada pela faixa litorânea de Norte a Sul e expandindo suas fronteiras para o interior, em extensões variadas, a Floresta Atlântica ocupou regiões de diferentes relevos, clima e solo (MARTINS et al, 2006)

Ela é formada por vários tipos de vegetação (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional, Manguezais, Restingas e outros).

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E CLIMÁTICA

A Mata Atlântica se encontra tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Ao longo de toda a costa brasileira a sua largura varia entre pequenas faixas e grandes extensões, atingindo em média 200 km de largura. Assim ela apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas das regiões onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano (SOS, 2006).

Esta ocupação explica, pelo menos em parte, a riqueza de sua biodiversidade. Uma árvore de uma dada espécie nascida no nível do mar difere de uma árvore desta mesma espécie no topo da serra. Se uma variação de altitude apenas já exerce influência significativa sobre as espécies, é possível imaginar o que a diferença de pluviosidade, temperatura, fertilidade dos solos, relevo, iluminação, entre muitas outras, gerou em termos de diversidade de flora, fauna, microorganismos, e os ecossistemas que a compõem, ao longo do litoral brasileiro (SOS, 2006).

Este bioma possui camadas de vegetação claramente definidas. As copas das altas árvores formam o dossel e chegam a atingir de 30 a 60 metros de altura. O tronco das árvores, normalmente liso, só se ramifica bem no alto para formar a copa. As copas das árvores mais altas tocam-se umas nas outras, formando uma massa de folhas e galhos que barra a passagem do sol. Numa parte mais baixa, nascem e crescem arbustos e pequenas árvores, que são os bambus, as samambaias gigantes, liquens que toleram menos luz, formando os chamados sub-bosques. Tanto nas árvores mais altas como nas mais baixas encontram-se várias outras espécies, como diversos tipos de cipós, bromélias, orquídeas e gavinhas. O piso da floresta é coberto pelas forrações. Esse chão é protegido pelas folhas e outros vegetais que caem das árvores ao longo do ano, que serve de alimento para muitos insetos, outros animais e principalmente aos fungos, que são os principais responsáveis pelo processo de decomposição da floresta. Assim, a floresta se alimenta dela mesma (SOS, 2006).

O clima, na região compreendida pelas florestas pluviais atlânticas, tem duas estações, definidas principalmente pelo regime de chuvas, embora seja latitudinalmente bastante variável. Enquanto no Nordeste brasileiro as temperaturas médias anuais variam em torno de 24ºC, nas regiões Sudeste e Sul as médias anuais são mais baixas e a temperatura pode ocasionalmente chegar a -6ºC(APREMAVI, 2006).

A fisionomia da paisagem não reflete apenas a junção dos resultados de contínuas e diferentes mudanças climáticas ao longo da história da formação do planeta, mas também representa seus efeitos acumulados no tempo e no espaço, inter-relacionando a história geológica e a paleogeografia, que é a "pré-história" das mudanças dos relevos em relação ao diferentes climas (SOS, 2006).

ÁREAS DE OCORRÊNCIA DA MATA ATLÂNTICA

A mata atlântica originalmente percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta. Ocupava uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Tratava-se da segunda maior floresta tropical úmida do Brasil, só comparável à Floresta Amazônica (MARTINS et al, 2006).

Hoje a maior parte da área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e agricultura. Porém, ainda restam manchas da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no sudeste do Brasil. Atualmente, abrange total ou parcialmente 3.409 municípios em 17 Estados brasileiros (RS, SC, PR, SP, GO, MS, RJ, MG, ES, BA, AL, SE, PB, PE, RN, CE, PI) (AMBIENTEBRASIL, 2006).

Atualmente cerca de 80 milhões de pessoas, mais de 50% da população brasileira, vive nessa área que, além de abrigar a maioria das cidades e regiões metropolitanas do País, sedia também os grandes pólos industriais, químicos, petroleiros e portuários do Brasil, respondendo por 80% do PIB nacional (AMBIENTEBRASIL, 2006).

Apesar de sua história de devastação, a Floresta Atlântica ainda possui remanescentes florestais de extrema beleza e importância que contribuem para que o Brasil seja considerado o país de maior diversidade biológica do planeta (AMBIENTEBRASIL, 2006).

Área total original: aproximadamente 1,3 milhão de km2.

Área total atual: aproximadamente 52.000 Km2.

Todas as informações contidas nesta obra são de responsabilidade do autor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MARTINS, M.S.; RÓZ, A.L.; MACHADO, G.O.. 2006. Mata Atlântica. Disponível em: http//www.educar.sc.usp.br. Acessado em: 07Jul. 2008.

SOS MATA ATLÂNTICA. Projetos SOS - Sustentabilidade. 2006. Disponível em: http://www.sosmatatlantica.org.br. Acesso em: 15 nov. 2006.

www.ambientebrasil.com.br, 2006. Acessado em: 09 Out. 2008.

www.ambiente.sp.gov.br/ppma/mataatl1.htm, 2006. Acessado em: 01 Jul. 2008.

www.apremavi.com.br, 2006. Acessado em: 01 Jul. 2008.


Autor: Carlos Henrique de Oliveira Filipe


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