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Guerreiros de Roma: Fogo no Leste

Século III dC, o Império Romano após anos de hegemonia, mergulha num processo irreversível de decadência e corrupção. Sua autoridade agora frágil é ameaçada por inimigos que almejam invadir suas fronteiras. Entre eles estão os persas sassânidas, liderados por Sapor, vem destruindo cidades e conquistando territórios. Para deter, os imperadores Galiano e Valeriano enviam o general Balista para a Síria, de onde o vulgo “rei dos reis” Sapor planeja iniciar sua invasão. Entretanto, sua missão será difícil, pois conta com a ajuda de um pequeno e desorganizado contingente de soldados.

Na cidade fictícia de Arete, circundada entre ravinas profundas, pelo rio Eufrates e pelo deserto, Balista prepara a cidade como uma casamata do império naquela fronteira insólita. Para cumprir sua missão, Balista precisará da ajuda de seus valiosos criados e amigos: Demétrio, seu secretário, um jovem letrado grego; Máximo, seu guarda-costas, um habilidoso ex-gladiador; e Calgaco, seu criado pessoal de língua afiada. Porém, antes de enfrentar os inimigos, ele deverá vencer um mal invisível: um traidor, que pode custar-lhe a guerra e a vida.

Fogo no Leste (Fire in the East), primeiro volume da série de ficção histórica Guerreiros de Roma (The warrior of Roma), é uma empreitada do escritor inglês Harry Sidebottom em expor a crise do Império Romano durante o século III dC, retratando fatos históricos desconhecidos do grande público.

Dividido em três partes, o livro tem em seu primeiro capítulo, Navigatio, a jornada de Roma a Arete, enfrentando as tempestades marítimas, piratas e o interesse de governadores locais. A segunda parte, Preparatio, narra a preparação contra a invasão, treinamento do exército que despreparado estava imerso na inércia, convocação de civis para cavar um fosso, medidas diversas que causam insatisfação popular e na última, Obcsessio, ocorre o confronto entre os exércitos

Há certo tempo que não lia um bom romance de batalhas, cercos, tática de guerras e ousados guerreiros. Fiquei intrincado com o título e inicialmente o tratei com um pouco de ceticismo, entretanto, o autor, se revelou um bom romancista de história antiga. Embebido nos fatos, Sidebottom escreve solidez e satisfaz um dos critérios da Ficção Histórica: ele atiça a curiosidade, o novo. Tanto que traz explicações e detalhes históricos cuidadosamente especificados no final do livro para os aficionados e curiosos de plantão. No entanto encontramos algumas palavras que não estão adequadas para o ambiente e o período histórico, mas são tão poucas discrepâncias que, felizmente, aparecem poucas vezes e se julgássemos em meio ao argumento completo passa batido.

A leitura é excitante, com uma narrativa envolvente sobre a preparação da cidade para um ataque e do ataque em si. Conseqüentemente há uma semelhança na estrutura narrativa com alguns filmes e livros conhecidos, como The Álamo (1960) de John Wayne ou A Batalha dos Cinco Exércitos, em O Hobbit de Tolkien. Mas, mesmo com esse efeito conhecido, o autor mantém o suspense e a ação em sintonia com o leitor.

A caracterização dos personagens está ideal e reserva surpresa para os próximos dois volumes desta trilogia. Se você é fã de Bernard Cornwell, Simin Scarrow ou Patrick o’Brian, vai gostar de Sidebottom, fico agora no anseio pela seqüência.

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