Lábio Leporino – Revisão Sistematizada da Literatura



Cleft Lip – Sistematic Literature Reiew.

Lábio Leporino – Revisão Sistematizada da Literatura.

Fábio Moreira Azevedo¹. Aluno do curso de Enfermagem/Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). [email protected]

Michele Lopes de Lima Alves². Aluna do curso de Enfermagem/Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). [email protected]          

Nathalia Pereira da Silva³. Aluna do curso de Enfermagem/Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). [email protected]

Edmar Jorge Feijó4. Mestre em Enfermagem. Titular da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). [email protected]

 

Abstract: This study aims to analyze, identify and review the scientific literature for primary healthcare professionals on cleft lip. Computerized literature search, from March 12 to May 18, 2012, the following database site VHL (Virtual Health Library). The consultation of the national and international journals resulted in the selection of 15 articles in the period 2004 to 2012, 10 national articles and 5 international papers in English. Cleft palate are birth defects where there is an opening in the lip and / or palate, which is caused by incomplete development of birth defects during the first 3 months of pregnancy. Most children born with this disease can perform surgery to repair these defects between 12 and 18 months of life.

Keywords: Cleft lip , nursing e neonatology.

Resumo: O presente estudo tem como objetivos analisar, identificar e revisar a produção científica primária de profissionais da saúde sobre Lábio Leporino. Pesquisa bibliográfica computadorizada, no período de 12 de Março a 18 de Maio de 2012, na seguinte base de dados site BVS (Biblioteca Virtual de Saúde).  A consulta dos periódicos nacionais e internacionais resultou na seleção de 15 artigos, no período de2004 a 2012, sendo 10 artigos nacionais e 5 artigos internacionais em língua inglesa. Lábios Leporinos são defeitos congênitos onde existe uma abertura no lábio e / ou palato, que é causada por desenvolvimento incompleto durante a formação fetal nos primeiros 3 meses de gravidez. A maioria das crianças que nascem com esta enfermidade pode realizar a cirurgia para reparar esses defeitos entre 12 e 18 meses de vida.

Palavras-chave: Lábio leporino, enfermagem e neonatologia.

INTRODUÇÃO:

            A fissura labial, popularmente conhecida como lábio leporino, é uma malformação congênita que acometem recém-nascidos. Caracteriza-se por uma abertura que começa sempre na lateral do lábio superior, dividindo-o em dois segmentos, esta falha pode restringir-se ao lábio ou alcançar o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingindo ainda a gengiva, maxilar superior e estendendo-se até o nariz. (Cunha, E.C.M. et al, 2004) 

            A ocorrência desse tipo de anomalia craniofacial requer  reabilitação que vai desde intervenção cirúrgica até orientação nutricional, odontológica, fonoaudiologica e afeta cerca de700 amil nascidos vivos. Essa taxa pode aumentar a 4% para um irmão de um feto anteriormente afetado e até 10% para um irmão de duas crianças afetadas anteriormente. No Brasil, nas regiões Sul e Sudeste, estudos apontam para prevalências de fissuras orais em 0,47 por 1.000 nascidos vivos e de 0,48 por 1.000 nascidos vivos. (Cunha, E.C.M. et al, 2004)

Na população pré-natal, muitos fetos com fissura de lábio e palato ou palato secundário fenda, têm anormalidades cromossômicas ou outras anomalias incompatíveis com a sobrevivência. Como muitos desses fetos anormais morrem no útero ou são extintas, a incidência de fissura de lábio e palato e fissura palato secundário na população pré-natal é maior do que na população pós-natal. (Stroustrup, A. S et  al,  2004).

Fissura de palato isolada raramente é identificado no pré-natal. Além disso, mesmo quando um lábio leporino é visualizada ultra-sonografia, é difícil determinar se o palato alvéolo e secundário também estão envolvidos. Esta determinação é importante porque uma criança com fissura de palato, em oposição à fissura labial, está em risco de otite média crônica, perda de audição, fala anormal, e retrusão média facial. (Stroustrup, A. S et  al,  2004)

            Algumas substâncias ingeridas no período gestacional como medicações a base de fenitoína e o uso de drogas podem aumentar a chance de o feto adquirir essa malformação congênita, além dos casos que ocorrem por hereditariedade (Leite, I.C.G et al, 2002)

Diante disso, o presente estudo tem como objetivos analisar, identificar e revisar a produção científica primária de profissionais da saúde sobre Lábio Leporino, com a finalidade de atualizar informações técnicas relevantes que possam subsidiar os profissionais de enfermagem no cuidar desta malformação congênita.

Metodologia:

            Pesquisa bibliográfica computadorizada, no período de 12 de Março a 18 de Maio de 2012, utilizando as palavras-chave: Lábio leporino, enfermagem e neonatologia / Keywords: Cleft lip, nursing, neonatology, na seguinte base de dados site BVS (Biblioteca Virtual de Saúde).

Foram pesquisados Inicialmente 20 artigos, sendo estabelecidos critérios de exclusão e inclusão, selecionamos 15 artigos no período de2004 a2012, optamos pelas publicações que mais se aproximavam do estudo proposto e com os melhores argumentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A consulta dos periódicos nacionais e internacionais resultou na seleção de 15 artigos, no período de2004 a2012, sendo 10 artigos nacionais e 5 artigos internacionais em língua inglesa.

Lábios Leporinos são defeitos congênitos onde existe uma abertura no lábio e / ou palato, que é causada por desenvolvimento incompleto durante a formação fetal durante os primeiros 3 meses de gravidez. A maioria das crianças que nascem com esta enfermidade pode realizar a cirurgia para reparar esses defeitos entre 12 e 18 meses de vida.

A seguir serão apresentadas quatro categorias temáticas de discussão relacionadas a possíveis causas e fatores de risco que contribuem para o acometimento desta malformação, diagnóstico através de exames, a visão do adulto diante do portador de fissura labial e assistência de enfermagem aos portadores de fissuras labiais.

Categoria 1: Possíveis causas e fatores de risco.

A primeira categoria temática de discussão deste trabalho refere-se às possíveis causas e fatores de risco que contribuem para o acometimento do lábio leporino.

Segundo Cunha  (2004), a fissura labial origina-se da falha da fusão do processo frontal com o processo maxilar por volta do 35° dia de gestação podendo ser causados por distúrbios cromossômicos (trissomia dos 13), exposição a teratógenos (embriopatia da rubéola, talidomida e anticonvulsivantes), ingestão de anti-inflamatório, radiação ionizante, drogas lícitas (álcool e tabaco) ou ilícitas (cocaína), e deficiências nutricionais além da história familiar de defeitos de nascimento e consanguinidade.

CATEGORIA 2:  Diagnóstico através de exames.

A segunda categoria temática de discussão deste trabalho refere-se ao diagnóstico através de exames como ultrassonografia e ressonância magnética.

A precisão da ultrassonografia para o diagnóstico pré-natal do lábio leporino é altamente variável e dependente da experiência do ultrassonografista e o tipo de fissura, mesmo quando um lábio leporino é visualizado por meio de ultrassonografia, é difícil determinar se o palato alvéolo e secundário também estão envolvidos. Esta determinação é importante porque uma criança com fissura de palato, em oposição à fissura labial, está em risco de otite média crônica, perda de audição, fala anormal, e retrusão média facial. A ressonância magnética fetal é menos dependente do que ultrassonografia no volume ideal de líquido amniótico, a posição fetal, e habitus corpo materno. (Stroustrup, A. S, et all, 2004)

CATEGORIA 3: A visão do adulto diante do portador de fissura labial.

A terceira categoria temática de discussão deste trabalho refere-se à visão do adulto diante do portador de fissura labial.

Segundo Vanz, A.P (2011), durante o período gestacional, tanto a mãe quanto o pai idealizam seu bebê e criam expectativas de uma criança perfeita. Após o nascimento do filho se desfaz a lacuna entre o imaginário dos pais com o recém-nascido real. Quando ocorre um desvio do que era esperado, o nascimento de uma criança malformada, os pais sofrem a eclosão de emoções e sentimentos inesperados para aquele momento. O processo de aceitação dos pais é mais difícil, por serem facilmente visualizadas e identificadas como anormalidade.

Entre as atribuições dos profissionais que inicialmente cuidam da criança e da família é lhes proporcionar condições para que ocorra a aproximação e interação entre pais e recém-nascidos para facilitar a adaptação da mãe com seu filho o mais precocemente possível. É indispensável proporcionar um espaço para os pais exporem suas dúvidas, sentimentos, anseios e problemas.

A prioridade para a equipe de saúde deve ser a de possibilitar, logo após a notícia da malformação, que os pais vejam sua criança, pois a ansiedade pode fazê-los imaginar algo muito pior do que a realidade. Essa atitude da equipe de saúde demonstrará aos pais que é sim um bebê desejado não devendo ser motivo de vergonha.

CATEGORIA 4: Assistência de enfermagem aos portadores de fissuras labiais.

A quarta categoria temática de discussão deste trabalho refere-se à assistência aos portadores de fissuras labiais.

A partir do diagnóstico a equipe multidisciplinar pode atuar buscando além da correção das malformações e problemas associados, a reintegração desse paciente à sociedade. Conclui-se que a assistência adequada a ser prestada ao paciente fissurado demanda além de treinamento técnico, habilidade e sensibilidade da equipe multidisciplinar, o que a torna capaz de perceber e intervir na dimensão biopsicossocial e espiritual da criança e família. (Lisbôa P. K, et al, 2010)

Segundo Lisboa, P.K (2010) O primeiro desafio que as crianças têm ao nascer com uma malformação congênita de fissura lábio palatina é de sofrer interferências em seu dia-a-dia, o maior é a dificuldade para alimentar-se, podendo ocasionar desnutrição, anemia, pneumonia aspirativa e infecções de repetição. Com o propósito de melhorar e fazer com que a criança tenha uma vida normal, o tratamento tem como aspectos propiciar nutrição, estimulação neurossensorial e harmonia com a família, por meio de assistência e orientação aos pais.

A cirurgia primária de lábio, também chamada de queiloplastia, é realizada para o fechamento da abertura do lábio, causada pelo defeito de nascimento. Se a fissura é bilateral, o fechamento de ambos os lados poderá ser de uma única vez, ou o cirurgião poderá repará-la em duas etapas. Preconiza–se três meses de vida como idade mínima para a realização da queiloplastia, se o paciente tiver alcançado as condições orgânicas necessárias para ser submetido à anestesia geral, com segurança isto é, peso mínimo de4.500 g, taxa de hemoglobina acima de 9,5g/dl para queiloplastia primária.

 Dentre algumas das complicações estão a hipoxemia, obstrução respiratória, hipovolemia e edema de língua, observadas frequentemente em sala de recuperação pós-anestésica e associadas ao tipo de cirurgia, ao tipo de anomalia e à técnica cirúrgica.

 


CONCLUSÃO:

Com base na literatura e nas observações dos pesquisadores é possível verificar que as causas, podem ser ocasionadas por fatores genéticos ou ambientais, como distúrbios cromossômicos (trissomia dos 13), exposição a teratógenos (embriopatia da rubéola, talidomida e anticonvulsivantes), ingestão de anti-inflamatório, radiação ionizante, drogas lícitas (álcool e tabaco) ou ilícitas (cocaína), e deficiências nutricionais além da história familiar de defeitos de nascimento e consanguinidade.

Verificamos que o diagnóstico é feito através de exames de ultrassonografia e ressonância magnética, sendo de grande importância para a prevenção de complicações ao recém-nato.

Após o momento do nascimento esperado por todos, ao se deparar com a má formação, geralmente a mãe e a família sofrem uma eclosão de emoções e sentimentos inesperados para aquele momento. O processo de aceitação dos pais é mais difícil, por serem facilmente visualizadas e identificadas como anormalidade.

A equipe de enfermagem, tem grande participação na evolução clínica dessas crianças, bem como na orientação aos seus familiares, proporcionando uma boa aceitação em relação a malformação congênita, orientando que existe cirurgia corretiva e que seu filho terá uma vida normal.

 


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