A sociedade é uma gaiola coletiva



A Sociedade é uma Gaiola Coletiva


A sociedade é uma gaiola coletiva. Nós, cidadãos, somos os ratos. As grades invisíveis são construídas com idéias, crenças e paradigmas. Os ratos são condicionados pelas técnicas de manipulação sutil descobertas por Pavlov e Skinner. Como toda prisão, existem os ricos e os pobres. Os ricos estão bem adaptados porque possuem sexo, dinheiro e serviços. Os pobres são a classe marginalizada que mesmo vivendo dentro das mesmas grades, não dispõe de condições dignas para sobreviver.

Existem três classes de ratos: aqueles que tentam melhorar a gaiola (estudam, trabalham, fazem faculdade, se casam e esforçam-se para ser bons cidadãos) aqueles que não se sentem dentro de uma gaiola(divertem-se, comem, dormem, curtem a vida); aqueles que querem sair da gaiola (criticam, tentar acordar a população, são rebeldes e anárquicos).

 

O antropólogo Daniel Quinn diz assim: “A sociedade é uma prisão. Existem os senhores e os escravos. O sonho dos escravos é se tornar senhor, o medo dos senhores é se tornar escravo. Ambos interpretam seu papel com eficiência mas, senhores e escravos, estão na mesma situação. Nenhum deles possui a chave que abre a porta da prisão".

 

A escola treina seus alunos para executarem um ofício dentro da gaiola. O médico usa os remédios para voltar-nos a produzir dentro da gaiola. Os psiquiatras usam o divã para nos convencer quão felizes somos vivendo dentro da gaiola. Dentro desse espaço de cativeiro, existem guloseimas, mulheres bonitas, holofotes e lojas de celular. Tudo para alienar o ser humano. Mantê-lo ocupado consumindo, trabalhando e buscando o sucesso. Tudo para fazê-lo esquecer que vive numa gaiola. Os atrativos são inúmeros. Coloridos, apetitosos e divertidos. Um feitiço lançado sobre a mente das pessoas, sedando-as, entorpecendo sua percepção da realidade.

Cada dia que passa mais gente coloca a cabeça para fora da gaiola e descobre que somos todos ratos manipulados pelo sistema. Mas eles sofrem mais! Impossível acostumar-se, novamente, com a prisão quando se desfrutou da liberdade, por um minuto apenas. Porém, a maioria aceitou a gaiola, luta e defende sua existência. Mesmo, inconscientes, com seu labor e suor diário, sustentam essa prisão. Buscam torná-la mais confortável, prazerosa e equitativa.

Quando um “rato” espreita através das grades, pode sofrer um colapso nervoso com aquilo que vê. Logo é receitado medicamentos para torná-lo “normal”, para convencê-lo da vida feliz dentro da gaiola. O tédio dessas vidas prova que, um dia, enxergaram a liberdade mas se conformaram com seu cativeiro. Desistiram de acreditar. “Ninguém pode escapar dessa gaiola” dizem alguns. “É só uma questão de interpretação” dizem outros.

São esses os argumentos de todos aqueles que esqueceram totalmente o que viram e usam todos os mecanismos possível para viver muito bem nessa prisão invisível e desumana. Eu já vi, para além das grades, e digo que a liberdade existe!

 

 

Para maiores informações:
Ismael – Daniel Quinn
Encontros com o Nagual – Armando Torres
Livros de Carlos Castaneda
A construção social da realidade – Peter Berger e Thomas Luckman
Perspectivas sociológicas – Peter Berger
O segredo da Sombra – Debbie Ford
A bruxa de Portobello – Paulo Coelho
Livros de Krishnamurti
Livros de Osho, Bagwam Rajneesh
O que você diz depois de dizer olá? Eric Bern
Jogos da vida – Eric Berne
Negação da Morte – Ernest Becker

Livros de minha autoria:
Espelhos da vida
A Voz do Espírito
Os Quatro Pilares da Educação
Nos bastidores da Sociedade
Contos Existencialistas


Bel. João Márcio F. Cruz - Palestrante e Escritor


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