Mais uma vez



Mais Uma Vez

Wanderson Vitor Boareto

Graduado em História e Bacharel em Direito; Pós Graduado em História e Construção Social, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora.

Resumo

As questões políticas do Brasil ficam cada dia mais distante da realidade e das necessidades do povo brasileiro que é o mais interessado e o menos valorizado no sentido do respeito. Temos que discutir novas propostas, porem de uma forma ética, sem sair da realidade de nossa população. O Brasil só será uma grande nação o dia em que tiver uma política pública que venha ressaltar as necessidades de todas as camadas sociais, como uma só.

Palavras chaves

Política, Ética, Sociedade, Necessidade, Partidos Políticos.

 

Este ano de 2012 voltamos ao cenário político brasileiro, com isso os partidos estão através da mídia expondo seus candidatos e suas propostas aos eleitores, que estarão indo as urnas para exercerem seus direitos e confirmarem o sistema democrata do Brasil.

Esta proposta seria fantástica se fosse real, como falar em candidatura em um país que os escândalos de corrupção acontecem praticamente semanais. Como falar em democracia em uma sociedade divida em classes, onde a pobreza é uma realidade em grande parte dos estados brasileiros.

“A consciência individual é a esfera em que se operam as decisões de caráter moral, mas, por estar condicionada socialmente, não pode deixar de refletir uma situação social concreta e, por conseguinte, diferentes indivíduos que, numa mesma época, pertencem ao mesmo grupo social, reagem de maneira análoga”, (VÁZQUES, Pág. 73).

No entanto, a “peça teatral”, da política brasileira vem com o mesmo cenário e com o mesmo elenco apresentando propostas milagrosas que vão resolver todos os problemas sociais e políticos em nosso país. Todas as propostas de tentativa de melhora no campo da ética foram derrotadas pelos legisladores e pelos senhores do poder, já que uma proposta de melhoria e transparência poderia por em risco sua vida política, isso se confirma na conduta da maioria dos políticos de nosso país.

Na verdade, em um país onde o ministro do Supremo Tribunal Federal é uma indicação do presidente da República fica impossível de se falar em divisão dos poderes proposto por Montesquieu no século XVIII. O pensamento da visão dos poderes seria a legitimação de uma política seria onde uma casa (poder) fiscalizaria a outra de uma forma madura, visando à proposta que deveria ser de todos os políticos o bem coletivo.

A obra de Alexandre Morais Direito Constitucional traz o seguinte ensinamento: “A manifestação do pensamento é livre e garantida em nível constitucional, não aludindo à censura prévia em diversões e espetáculos públicos. Os abusos, por ventura, ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensamento são possíveis de exame e apreciação pelo poder judiciário com a consequente responsabilidade civil e penal de seus autores, decorrentes inclusive de publicações injuriosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle da matéria que divulga.” (MORAIS, Pág. 39).

Por que o coletivo não ser prioridade? Talvez devido aos interesses dos “políticos” não serem o mesmo da população de massa. Esta análise é fundamentada através das alianças entre partidos que é fundamental em vantagem e troca de favores entre os seus dirigentes. Segundo o ilustre Professor Doutor Aristides Ribas de Andrade Filho “A ética partidária não é a mesma ética coletiva, devido a diferentes propostas e de representatividade defendida pelos partidos políticos”. Em um seminário no Salão Nobre da Faculdade de Direito de Varginha – MG (FADIVA), o professor Ribas defendia a obrigatoriedade da política coletiva, em sua fala dizia: “Filho da terra é tatu e minhoca”, ou seja, grande parte dos políticos, hoje em dia, se preocupa apenas com seus “currais eleitorais”, e não pensa nas camadas de base de todo o país.

A grande pergunta é quem são nossos políticos? Ou melhor, Quem são os partidos que deveriam fundamentar as necessidades do povo brasileiro? Existem hoje em dia partidos da esquerda e da direita? Ou será que a ideologia partidária se perde perante os interesses de poder dos partidos. Estas perguntas deveriam ser temas de estudo dentro e fora dos centros educacionais, porém, isso não acontece devido à limitação dos interesses dos dirigentes do poder e das ideologias pregadas em nossa sociedade.

Se as realidades são diferenciadas, as necessidades também são. Esta lógica está muito distante do povo brasileiro. A própria distribuição dos horários eleitorais é injusto, já que há partido que se dispõe de um tempo exorbitante e outros apenas segundos para tentar convencer a população de suas propostas. Temos financiamento de campanha de formas duvidosas, como por exemplo, o escândalo exposto na mídia, do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Porém, está na hora de repensar o poder político brasileiro não no sentido revolucionário através das armas, mas sim de uma maneira mais justa da representatividade do povo em seus interesses, através de um Estado de Direito, que todos os cidadãos deveriam ter no Brasil.

“Não nós é possível – quer pela consciência crítica, quer pela ordem das coisas – tratar das questões de direito e justiça que nos envolvem sem termos por substrato o processo histórico que nos dá base. É por meio dele que o pensamento e a prática do direito começam a se nos conformar como um pulsar de dor e injustiça, de clamor de direito, de direito e justiça enfim”. (MÁSCARO, Pág. 113)

Bibliografia

MORAIS, Alexandre de, Direito Constitucional, Ed Atlas, 2006, São Paulo, SP:

VÁZQUEZ, Adolfo Sanches, Ética, Ed Civilização Brasileira, 2005, Rio de Janeiro, RJ;

MASCARO, Alysson Leandro, Filosofia do Direito e Filosofia Política, Ed Atlas, 2003, São Paulo, SP;


Autor: Wanderson Boareto


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