A saga de severino



 

A saga do Severino

 

Azar, acaso ou destino? Não se sabe, apenas conta-se que nos recônditos de algum lugar inóspito do interior do Brasil nasceu Severino, detalhe, em uma fila da parteira mais próxima. Até ai, tudo bem, mas a sina do nosso Severino realmente eram as filas. Quando criança era o décimo terceiro entre os filhos de dona Neuza, isso implicava em uma fila pra comer, outra pra tomar banho e outras incontáveis.

Na escola não foi diferente, a hora que pra Severino era a mais atraente, era também a mais torturante, depois de uma longa jornada de casa pra escola o que mais ansiava era a merenda, e consequentemente para obter o objeto de seu desejo teria que enfrentar sua fila sinuosa.

O nosso herói cresceu, sem contar que isso infligia em novas filas. Agora era um pai de família, e na época em que o sonho dos nordestinos era viajar para São Paulo, logo Severino o fez. Nem irei contar as inúmeras filas que pegou pra comprar passagem e entrar no ônibus e tantas outras.

Triste Severino viu São Paulo, ficou confuso, ficou tonto e sem esperança queria apenas se livrar das filas e o que viu foi gente vivendo nela e morrendo também. Não demorou pra que estivesse preso à espera, à espera de uma chance, à espera de viver, adiar a morte, como se essa pudesse esperar.

Algum tempo depois, em um jornal qualquer, em forma de manchete sem muito destaque, dizia: “Mas um cidadão morreu na fila do Hospital”. Amanhã ninguém mais lembraria, seus filhos e sua mulher ficariam esperando por ele. O Brasil é uma imensa fila de desesperados, mas tudo bem, a gente espera.

 

Triste Severino!

  

Autora: Juliana dos Santos

Jaguaripe-Ba

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Autor: Juliana Dos Santos


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