Graves erros de conceitos em livros didáticos de ciência.



BIZZO, Nélio. Graves erros de conceitos em livros didáticos de Ciência. Ciência Hoje, V.21, N.121, p.26-35, 1996.

 

 A resenha que ora propamos apresentam na visão de autores, alguns conceitos encontrados considerados gravemente nos livros didáticos destinados as primeiras séries do primeiro grau, tais erros e preconceitos levaram a esses autores há se questionarem á respeito da displicência na pesquisa, na busca e na veiculação de informação correta. Isso mostra que existe por parte de alguns autores certa imprudência e falta de responsabilidade, no que diz respeito ao conteúdo trabalhado nos livros didáticos, destinados as nossas escolas.

 As críticas dirigidas aos livros didáticos, infelizmente, têm sido pouco efetivas para a melhoria do ensino, em especial quando se leva em conta o tratamento já tradicional dedicado pela imprensa ao assunto, essas apontam contradições e inconsistências. Mais que apontar erros, exageros e maus gostos identificados me publicações didáticas, a crítica deve se voltar para a compreensão das precariedades da realidade educacional brasileira, e dos fatores que contribuem para sua manutenção. O autor chama atenção para três características básicas, cuja manutenção pode ser incentivada decisivamente pelos livros didáticos usados pelo professor:

- A opinião do aluno sobre os fenômenos naturais é considerada irrelevante no contexto da sala de aula.

- A forma de enunciar determinado princípio (modelo explicativo) é considerada mais importante que o conhecimento dos fenômenos aos quais ele se aplica.

- As contradições entre conhecimento científico e o universo cultural do aluno são mediadas através da hierarquização do conhecimento, colocando o científico acima do cultural. Essas características nos levam a crer que existe certo distanciamento, do que está escrito nos livros didáticos e o que realmente os alunos precisam ter como conhecimento, trazendo para seu mundo e fazendo assim uma possível uma relação.

 Esses erros que parecem estar despercebidos nos livros didáticos, carregados de ideologias e padrões estabelecidos pela Sociedade Capitalista, são capazes de comprometer o desenvolvimento intelectual do aluno e mais ainda, o professor acaba se tornando preso e ligado a tais situações que fica "cego" ao ponto de não fazer um reflexão crítica contrária do que está sendo posto, porque o livro didático é importante, mas deve servi ao professor como suporte pedagógico e não como único meio de atingir aos alunos em uma aprendizagem significativa no ambiente de sala de aula.

Falando-se sobre os conteúdos de ciências, esses têm sido tratados de maneira lateral na escola elementar. São raros os professores que realmente desenvolvem conteúdos significativos na área de ciências nas primeiras séries do primeiro grau e os livros didáticos pouco tem contribuído para superar essa realidade. O livro didático deve ser concebido para os alunos aos quais se destina que devem compreendê-lo em sua totalidade, percebendo a ligação que deve existir entre suas partes, ou seja, o livro didático deve está mais próximo da realidade dos alunos, pois o conhecimento que o aluno traz para sala de aula é normalmente desprezado, como se fosse errado, e os alunos não são desprovidos de conhecimentos e devemos enfatizar que vivemos em uma Sociedade plural e diferenciada.

O autor ainda chama atenção de que uma publicação didática deve expor de forma franca e transparente as fontes utilizadas, citando origem de informações que possam, de alguma forma, parecer que não é estranha, habitual ou mesmo inéditas para o professor e o aluno. A análise dos livros didáticos de ciências trouxe resultados que não podem, de modo algum, ser considerados surpreendentes. Estudos anteriores já sinalizavam um quadro preocupante.

Tal análise, por outro lado, revelou a existência de pequeno, mas sólido segmento editorial comprometido com a superação das precariedades apontadas, velhas conhecidas de todos os educadores. Portanto, se temos a lamentar a gravidade dos erros encontrados, podemos também nos confortar com a existência de obras de boa qualidade, disponíveis e acessíveis para o professor comum.

 Em suma, os resultados encontrados nessa pesquisa foram preocupantes, porque mostra certo desleixo ao sistema educacional, e também ao desenvolvimento e a formação de milhares de alunos que estão sendo engessados em sala de aula com uma aprendizagem mecanizada, baseadas somente em livros didáticos padronizados.

O ensino de ciências das áreas analisadas foi a que teve problemas mais sérios dentre as quatro áreas. Isso mostra que os livros centrais nesse segmento sempre foram os de língua materna e matemática. Por fim, seria pertinente refletir sobre os resultados e seus efeitos futuros, porque mais que apontar erros, exageros e maus gostos identificados em publicações didáticas, a crítica deve se voltar para a compreensão das precariedades da realidade educacional brasileiras e dos fatores que contribuem para sua manutenção.


Autor: Ludimila Souza Almeida


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