Ética na religião



Resumo

MIRANDA, Froyd Ferreira, SILVÉRIO, Janaina Machado, SILVA Ines Maria.

Artigo referente a Ética na religião

O sagrado sempre fez parte do homem, cuja existência era explicada por ele . Desde a antiguidade, as sociedades arcaicas, tinham como alicerce a religião. Na Grécia antiga, a exemplo do Ocidente, utilizava-se um ritual especifico para cada ação da vida pública. No Ocidente, essa atmosfera se manteve durante vários séculos com o cristianismo, que ganhou forças após a oficialização em Roma, e as conquistas de terras na Idade Media. Diante de grande poder exercido pela religião nas sociedades, vale questionar qual seu comportamento diante dessa situação. Marx encara de forma negativa essa influencia exercida pela crença. Segundo ele, a religião não passa de uma ideologia alienante, Hegel considera essa submissão humilhante para o homem, e Kant, desnecessária na formação do caráter humano, que é um ser racional e independente.

Palavras-chave: Religião. Ética. Sociedade. Influencia. Alienação. Poder 

Abstract 

The sacred has always been part of man, whose existence was explained by him. Since antiquity, the ancient societies had religion as a foundation. In ancient Greece, like the West, used to a specific ritual for each share of public life. In the West, this atmosphere was maintained over several centuries with Christianity, which gained strength after the official in Rome, and the achievements of land in the Middle Ages. Given the great power exercised by religion in societies, it is worth questioning what their behavior in this situation. Marx sees a negative influence exerted by this belief. According to him, religion is nothing more than an alienating ideology; Hegel considers this humiliating submission to man, and Kant, unnecessary in the formation of human character, which is a rational and independent.

Key words: Religion. Ethics. Company. Influence. Alienation. Power

 

Introdução

Esse artigo tem como objetivo estudar a ética religiosa na atualidade, abordando suas influências sociais através de características contemporâneas e históricas, formando um panorama entre essas realidades. Devido a grande influencia que a religião exerce na sociedade, se faz necessários uma analise a respeito de como a mesma lida com essa influencia.

Religião e Ética 

     A religião representa grande poder nas sociedades contemporâneas. Em algumas culturas dita leis, estilos de vida, e essa influencia vem de séculos. A historia dos povos arcaicos é marcada por esse poder exercido pela crença em todas as esferas sociais. Tanto a política quanto a organização familiar eram frutos da tradição religiosa, e as cidades nada mais eram que o agrupamento de pessoas que tinham as mesmas crenças. Em todos os atos da vida publica Greco – latina, a modelo do Ocidente, via-se uma atmosfera religiosa, por exemplo, o jovem grego ao completar os dezoito anos e conquistar a cidadania, passava por um ritual místico. Era assim em todas as etapas da vida social. Mas essa forte influencia se mantém viva durante muitos séculos na Europa com o cristianismo, que conquista grande espaço alicerçado sob um poderio acumulado desde os primórdios de sua oficialização em Roma.  

  O apogeu da cristandade se da partir das dominações territoriais, com o objetivo de expandir-se dentro e fora da Europa. Poloneses e húngaros tornaram-se católicos, enquanto os prussianos foram exterminados e seu território ocupado por povos católicos. Em 1212, os árabes, que invadiram parte das terras espanholas, sofreram nelas uma grande derrota. Cruzadas foram organizadas em 1200 sob ordens do Papa Inocêncio III, para estender seus domínios sobre o império bizantino. Lutavam não só contra hereges, mas também entre cristãos.

  A Europa Ocidental da Idade Media era regida pela Igreja, que possuía um caráter controlador. A reforma protestante veio de encontro a esse caráter. Em suas primeiras manifestações visavam três objetivos: assegurar a independência da igreja em relação ao poder temporal dos bispos e abades, e na própria eleição do papa; abolir a pratica da simonia, isto é, a venda de serviços religiosos; e por cobro à incontinência sexual dos clérigos.

    O efeito dessas mudanças institucionais se refletiu principalmente no surgimento de movimentos leigos que visavam retomar costumes dos primeiros cristãos. Estavam entre suas  reivindicações o acesso a bíblia sagrada em língua vulgar e o direito a pregação publica, todavia, essas reivindicações não só propunham independência entre leigos e clérigos, mas também diminuíam o privilegio destes em relação ao domínio intelectual dos assuntos sagrados.

    A resposta da administração da igreja foi rápida. O papa Lucio III excomungou os membros dos movimentos, mas Inocêncio III, abrandou as punições de seu antecessor, propondo que os leigos regulamentassem seus movimentos transformando-os em ordens religiosas, permitiu também a pregação publica mas somente com a autorização do bispo local.    

     A vida social da idade media européia foi manipulada pela igreja dessa forma durante vários séculos, dada ao grau de prestigio que possuía, pois até os reis temiam a autoridade divina. Falar de ética dentro da religião é justamente discutir seu comportamento diante de tanto prestigio. Vale lembrar que as três maiores religiões monoteístas do mundo, e também de destaque global, tem em suas origens princípios éticos.

     No judaísmo, Deus é referencia, é ele quem indica o caminho, aponta a direção, é o conhecimento, é o sentido de entrega – corpo,  alma , coração e mente.

      No centro do fundamento ético bíblico, Deus está acima de tudo que existe no mundo ( por ele criado) e foi dado ao homem. Quando provou da arvore do conhecimento do bem e do mal, o homem preferiu o mal, e é por isso que deve buscar esse máximo modelo ético, estando em contato com aquilo que pertence à esfera divina,  e, a nação de excelência ou perfeição moral, seguindo as leis prescritas por Moisés, vivendo de modo justo e digno é venerável é íntegra de Deus.

    Para o cristianismo, Jesus é quem fundamenta esses princípios denunciando a hipocrisia dos cultos religiosos, envoltos em formalismos desligados da retidão.  Defende a supremacia da santidade pessoal, sobre a sacralidade ritual. “Antes de entregar a oferenda no altar, é mais valioso reconciliar-te com teu irmão”. Jesus faz uma critica à tradição religiosa repleta de aparências e de falsidade mantida em sua época, prega então o oposto à esse comportamento. Pronunciava que o homem deveria sempre proceder com intenções puras, e que a salvação não vem do cumprimento  das normas das escrituras e  da participação dos rituais, pois o homem não pode ocultar seu profundo egoísmo, isso é, a negação do profundo principio ético.

   Jesus Cristo representou uma das maiores revoluções éticas (que contrapõe à hierarquia tradicional dos valores) o qual o pobre é moralmente superior ao rico. Assim, antes de ser o modelo de justiça, é um exemplo de amor um modelo excepcional de perfeição humana.

   No islamismo, Deus é a perfeição, é supremamente justo e bom, clemente e misericordioso. Nas três maiores religiões monoteístas, a figura de Deus é visto como um modelo para o ser humano. Essa concepção foi decisiva para a elaboração histórica do conceito de pessoa humana, o padrão ético. Para Tomás de Aquino toda a vida ética submete-se à lei divina, por intermédio das prescrições constantes das leis naturais e humana.

    Mas, o distanciamento desses ideais éticos ao longo do tempo, levou a uma reflexão negativa de sua influencia na sociedade.   A crença sempre esteve ligada a todo homem, que necessita dar sentido à vida. Para isso, ele constrói seu universo simbólico. Segundo Marx, Durkheim e weber, a religião não passa de uma ideologia alienante, cujo erro consiste na simples incompreensão de sua autentica natureza.

   A crise da fé é um fator positivo, segundo Marx, uma reflexão sobre a realidade em que a sociedade se encontra. Com a globalização, houve um impacto inverso de uma teologia que surge a partir da necessidade de libertação de uma sociedade profundamente injusta (teoria da libertação). No Brasil, irá ocorrer a perca dos privilégios que a igreja possuía dentro da esfera política, até a construção do Estado laico.    

  Perante um olhar filosófico, a critica à fé pode ser encarada como algo negativo, pois o mesmo dissolve qualquer ilusão acerca da crença, ma a mesma propõe a valorização da verdade. A critica sugere reflexão sobre uma determinada formação social, para redescobrir a dimensão religiosa do homem nela reprimida, e reativar a sua função nessa mesma sociedade.

    Segundo Kant, o homem é o único ser dotado de autonomia, e, portanto capaz de submeter-se às suas próprias leis, sem intervenção divina. Admite, porém, que a religião, embora dispensável como fundamento das máximas individuais de vida ética, teria, em razão das suas conseqüências uma ligação com a finalidade ultima da existência humana. Para ele, o cumprimento da lei moral, sob-regência, ou conceitos divinos, é o que levam à religião.  Hegel concidera a religião como a forma mais cruel de servidão humana, pois, outrora, quando diante de uma tirania, procurava-se consolar os oprimidos com a esperança no além.

     Esse tema tem sido debatido constantemente, pois a religião pode ser canal de ideologias, e políticas associadas a interesses alheios. Assim como na idade média a qual a religião controlava os governos impondo seus interesses, hoje em algumas culturas o que se vê, é o poder tirano  usando-a como fonte inesgotável de poder e controle. 

Considerações finais 

    A ética é de suma importância no âmbito religioso, cuja influencia é grande na estrutura da sociedade. Diante de tanto mérito, seu uso é fundamental, pois é por meio dela que o fiel se orienta, também é por ela que são transmitidos os valores que caracterizam as sociedades e por consequência o individuo.

Referencias bibliográficas.

COMPARATO, Fabio Konder. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. 2. Ed. rev. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2010. 716 p ISBN 9788535908237 (broch.) 

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