Da paz e da guerra. sobre os vencedores e vencidos



    Certa vez Mussoline disse que "mais vale um dia de leão do que cem dias de cordeiro". Não se pode negar que o general italiano teve não só um dia de leão, mas sim, alguns.
    Émile Durkheim ao analisar as sociedades, via que ela necessitava dos crimes como uma forma de unir seus cidadãos em torno de um objetivo comum, de modo a relembrar os ideais sobre os quais fora construída a comunidade cívica.
    Os fomentadores da guerra, talvez devessem ler mais Durkheim a Sun Tzun. Porque, vejamos, leões se alimentam de cordeiros, ao passo que há uma interdependência do mais forte (leão) pelo mais fraco (cordeiro). Mudando apenas as palavras, podemos dizer que o amigo precisa tanto do inimigo, como o ultimo do primeiro.
    A propaganda nazista, logo após internacionalizar o bigode de seu líder, se deu ao trabalho de encontrar um culpado para as mazelas do mundo: os judeus. Estes, logo após sofrerem o holocausto fizeram uso dela para terem o direito estatal de sua Canaã.
    É lógico que não se espera que as casa judaicas tenham ao lado da Torá um retrato de Hitler. Assim como, não é cogitada a ideia de que os milhares de torturados em Awchivtrz estivessem disposto a dar suas vidas em libação para que o seu povo alcançasse a Terra Prometida.
    Portanto, o que difere o perdedor do ganhador? Se for apenas o fato de que o vitorioso tenha alcançado seus objetivos entramos em um impasse: a Alemanha claramente não os alcançou com o término da Segunda Grande Guerra, mas se reconstruiu, tornou-se a maior economia da Europa, sendo vangloriada, atualmente, por seu poder regenerativo. Ou seja, a derrota fê-la um exemplo a ser seguido, um exemplo de volta por cima.
    Mas antes que isso tudo seja considerado um programa antissemita, vamos ao ponto propriamente dito:
    Os ganhadores necessitam tanto dos derrotados, quanto os derrotados dos ganhadores, nem que seja para fazer uso de sua própria derrota (os judeus jamais teriam conseguido Israel, se não fosse pelo o que passaram).
    Onde chegamos com tudo isso? Simples, que tanto os pacifistas quanto os belicosos estão errados, assim como são dependentes um do outro.
    A história não cria vencedores e vencidos, o que ela faz é mostrar a utilidade da derrota e da vitória, assim foi com os EUA engrandecidos no passado por demonstrar seu poder e ter posto fim a guerra com suas bombas atômicas, e hoje execrado por elas.
    Logo ao invés de ficarmos protestando pela paz ou pela guerra, nos conscientizemos de que a humanidade necessita de ambas, de modo igual aos leões que necessitam dos cordeiros, e que podem mudar de papel no momento exato que for mais conveniente.


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