Pai, o desepero



Beijei minha esposa e filho e sai de casa, a situação estava muito difícil no país devido a muitos protestos contra as Forças Internacionais, tudo por causa do ocorrido que matou muita gente inocente, em que tinha Forças Internacionais no comando da operação. Chego ao Quartel e o Comandante Geral me da a noticia:

-                            O governo quer que as Forças Internacionais se retirem, ele diz que há muita pressão por parte de todos e acha que pode acontecer o pior contra as Forças Internacionais.

-                            Por mim tudo bem.

-                            Mas, você sempre foi defensor de que as Forças Internacionais tinham que ficar e ajudar esse país a sair dessa crise? – Pergunta surpreso.

-                            Depois de ontem, foi uma amostra clara que não somos bem vindos aqui, se ele quer dominar o país, que domine.

-                            E o povo que você queria proteger?

-                            Tem coisas que esta além de nosso poder para fazer, infelizmente aqui já fizemos o que poderíamos fazer, sinto muito pelo povo que é maravilhoso, mas neste momento nós estamos em perigo, ontem o governo massacrou o seu próprio povo para nos expulsar daqui, e amanhã o que ele vai fazer?

-                            Você acha que o massacre foi planejado para nos expulsar? – pergunta indignado.

-                            Claro que sim, os insurgentes são uma pedra no sapato do governo, e ele quer arrancar e triturar até virarem pó, só que com a gente aqui ele não pode fazer isso, porque não vamos deixá-lo execução sem um julgamento justo? E te digo mais se não sairmos quem vai ser a próximos massacrados seremos nós.

-                            Então, você acha sensato sairmos?

-                            Sim, não só é sensato como é o mais seguro para os nossos homens.

Somos interrompidos para uma reunião com o presidente no seu Palácio, saímos e chegamos lá indo direto para o seu gabinete:

-                                 Queremos a retirada das forças internacionais, hoje. – disse o Presidente sem nos cumprimentar.

-                                 Mas, agora que as coisas estão piorando o senhor quer a nossa retirada. – contesta o Comandante Geral.

-                                 A operação de ontem foi um fiasco, nos trouxe muito descrédito perante o povo, e muitos acham que as Força Internacionais tiveram grande influencia em nós agirmos como agimos.

Fico indignado não me contenho:

-                                 Como assim, vocês foram influenciados por nós?

-                                 Muitos acham que se estivéssemos sem as Forças Internacionais, teríamos agido com mais complacência e teríamos poupado mais vidas. – responde o presidente.

-                                 Mas, quem abriu fogo contra os inocentes foram as suas tropas e não as nossas, e muito pelo contrario demos ordens para pararem, porque nós vimos que queriam se entregar, ainda assim executaram aquelas pessoas. – Tentei defender as Forças Internacionais.

-                                 Não estamos dizendo que vocês foram culpados, sabemos do grande stress de nossas tropas, mas eu estou dizendo que o meu povo não gosta e nunca gostou de soldados estrangeiros em nosso país, e eles acham, entendam, a vocês se retirem de nosso país, somos muitos gratos pelo que fizeram, agora já podemos tomar conta sozinhos de nosso país, obrigado. – Finaliza o Presidente e sai da sala, sem deixar contra-argumento.

Ficamos pasmados, o Comandante Geral da a ordem para que todos se arrumem e comecem a sair do país como pedido. Chega uma noticia que me deixa apavorado, nos informam que os insurgentes começaram um grande tumulto perto do condomínio fechado onde estava minha esposa e filhos, fui até o Comandante Geral e solicitei:

-                                 Senhor, posso ir até a minha casa ver se meu filho e mulher estão bem?

-                                 Fique tranqüilo, eles estão muito bem guardados pelas tropas do governo, e lá é quase uma fortaleza. – me tranqüiliza.

Volto para os meus afazeres meio desconfiado e preocupado, mas todos tentam me consolar, fui o primeiro a trazer a família para este país, e confiava que poderia dar-lhes proteção e fazer com que os outros também trouxessem as suas. Mas, ai uma noticia me deixou enlouquecido, as tropas que ficavam no condomínio foi retirada para conter um tumulto do outro lado da cidade, imediatamente tentei ligar para minha esposa e os telefones estavam mudos. Conversei rápido com o Comandante Geral e expus a situação, e me ordenou que pegasse homens e levasse até o condomínio para ver como estava a situação. Saímos com dois carros e dez homens, o caminho estava bem difícil tinha muita bagunça na rua, realmente as pessoas não mais simpatizavam conosco, aonde passávamos éramos hostilizados, jogavam o que tinham nas mãos.

Quando estávamos perto do condomínio tinha uma barricada de carros queimados e os nossos carros teriam de dar a volta, então deixei dois soldados em cada carro e peguei cinco homens para irmos a pé. Quando chegamos ao condomínio, o sentimento de desespero tomou conta de mim, a preocupação com a minha esposa e filho cresceram grandemente, o condomínio estava sem proteção nenhuma do exercito nacional e os portões estavam totalmente abertos.

Meu desespero ia aumentando ao passo que caminhávamos e víamos os horrores que tinham feito, com pessoas mortas pelas ruas a casas pegando fogo. Até que a certo ponto encontramos um grupo tentando fugir, meus homens saíram em perseguição, mas minha preocupação era a minha família e dei ordens para pararem e voltarem e continuarmos a caminhar.

Quando cheguei na rua em que eu morava e pude avistar a minha casa, era desolador ela estava em chamas, me desesperei, sai correndo o mais rápido que pude, quando olhei no jardim em frente de casa avistei a minha mulher deitada, fui até ela e estava muito machucada, o seu rosto estava completamente desfigurado, chamei imediatamente o médico que estava conosco, ele a examinou,  e disse:

-                                 Ela esta viva, mas os seus sinais vitais estão muito fracos, precisa urgente de um hospital.

Neste momento chegaram os dois carros, ela foi imobilizada e colocada no carro que saiu para levá-la ao hospital. Meu desespero era grande corri para perto da casa, mas era impossível entrar, as chamas eram muito fortes, tinha vontade de gritar, o peito parecia de iria explodir, não podia imaginar que meu filho poderia estar dentro daquela casaem chamas. Comalgumas esperança, dei ordens para procurarem em todo o condomínio, mas sem sucesso, todos olharam para mim como se dissessem que não havia mais nada a fazer, até que me lembrei dos homens que eles tinham começado a perseguir:

-                                 Vamos a trás daqueles homens que estavam fugindo do condomínio, Sargento você vai com dois homens no carro e eu com mais dois a pé.

Saímos na busca de meu filho, mas já era impossível acha-lo, então decidimos voltar, apesar de minha relutância em prosseguir, não tinha como fazer uma busca mais minuciosa a violência estava aumentando especialmente contra nós. Não tinha a menor noção do que tinha acontecido com meu filho, se estava vivo, morto. Minha vida estava destruída sem minha esposa e filho.

 

 

PRÓXIMO TEXTO: PRESENTE DE DEUS

 

 

 


Autor: Antoni Di Vanella


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