Literatura latina: Personagem da obra de Petrônio - Satíricon



Literatura Latina:  Personagem da Obra de Petrônio- Satíricon.

 

Adriana Cristina Dias Marinho 1

 

Graduada em Licenciatura em Letras-Português/Literatura pela Universidade Castelo Branco-Pólo Japerí, Rio de Janeiro-Brasil

 

RESUMO

Os estudos sobre a obra do primeiro romance latino Satíricon apontam a importância de Petrônio que inova a literatura latina ao dirigir seus olhares para os mais diversos extratos da sociedade do período do principado romano, por meio do referencial da fonética latina, isto é, do “latim vulgar”.

 

 Palavras-chave: Satíricon,  Petrônio, personagem Eumolpo.

 

 

 

ABSTRACT

 

Studies on the work of the first Latin romance pointed the importance of Petronius Satyricon that inova Latin literature while driving their looks for the most diverse strata of society in the period of the Principate, through the Latin Phonetics reference, i.e. the "vulgar Latin". 

 

 Keywords: Satyricon, Petronius, Eumolpus character.

 

 

 

Como se interagiram os personagens Encópio, Ascilto e Gitão na Obra do primeiro romance latino, escrito por Petrônio? Qual a importância da obra Satíricon na literatura latina? Quais são as vertentes do romance latino Satiricon? Como se deu a Obra latina de Petrônio? Como era o autor Petrônio?

 

 

 

 

1 – Endereço: Rua Quati, nº 665, Vila Tinguá, Queimados-Rio de Janeiro, CEP 26.385-130, email: [email protected]

Satíricon (63 d.C.), de Petrônio, é uma obra da literatura latina  que descreve as aventuras e desventuras do narrador, Encólpio, do seu amante Ascilto, e o jovem Gitão, que se intromete entre os dois amantes provocando ciúme e discussão. Juntamente com o poeta Eumolpo, embarcam em aventuras  acabando naufragados nas mãos de Circe, uma sacerdotisa do deus Príapo.

 

Petrônio foi vítima das intrigas políticas e acusado de participar na conspiração do ano 65 contra o Imperador. Foi condenado ao suicídio e teria passado suas últimas horas em uma festa. No ano de 66, após ter catalogado em uma lista os vícios de Nero e lhe ter enviado, cortou os pulsos.

 

Eumolpo é uma das principais personagens do livro. É um homem idoso, culto e experiente, que no decorrer da leitura aborda vários aspectos ligados à sociedade. Um dos aspectos abordados por ele é a questão de que os costumes praticados na época eram destituídos de moralismos, e que a sociedade só reconhecia aqueles que praticavam os costumes do século, desprezando aqueles que tinham hábitos divergentes da mesma. Era uma época em que o que mais se valorizava era o amor à riqueza. Os valores haviam sofrido uma grande transformação, e as coisas simples da vida perderam a importância.

 

Como um amante das letras, entendia que o objeto de seu amor não era valorizado pela sociedade da época, totalmente materialista. Ele dizia que, por conseguirem escrever apenas um verso algumas pessoas se consideravam poetas. Para a personagem não era assim, pois embora o escritor tenha toda a liberdade de expressar sua criatividade ao compor um poema, não deve fazê-lo de qualquer forma, mas há a necessidade de longos estudos e precisa ter profundo conhecimento do assunto a ser abordado, não tratando de forma banal, aplicando uma linguagem erudita, evitando toda expressão vulgar.

 

Um aspecto importante ressaltado pela personagem é uma crítica que faz a acontecimentos da época que também são muito comuns em nossos dias: a política praticada sem consciência, onde o cidadão vota de acordo com seu próprio interesse e favorecimentos em troca de votos.

 

A personagem aponta uma sociedade muito parecida com a nossa, em que as pessoas desejam o poder acima de tudo, não importando o que precisa ser feito para alcançar seu objetivo, porque o “fim justifica os meios”, e onde há também grande desvalorização da educação e da parte humilde da população. A cultura da época era semelhante a dos dias atuais, porque também hoje a sociedade é, na sua maioria, destituída de moralismos. Esses foram os principais pontos abordados pela personagem no decorrer da obra.

 

Igualmente, é fácil entender na obra que os episódios narrados estão em sintonia híbrida, ou seja, passagens cômicas são intercaladas com outras trágicas de forma natural e harmônica. O narrador parte do retrato puramente zombeteiro da cena para narrar uma desgraça, articulando-se por meio de expressões solenes, artifícios retóricos, da mesma forma que se apresentam palavras do idioma popular. 2  

Satíricon é uma obra da literatura latina de autoria do prosador romano Petrônio, escrita provavelmente próximo do ano 60 d.C.[1], que descreve as aventuras e desventuras do narrador, Encólpio, do seu amante Ascilto e do belíssimo servo, o jovem Gitão, que se intromete entre os dois amantes provocando ciúme e discussão. Juntamente com o poeta Eumolpo, embarcam em aventuras diversas acabando naufragados nas mão de Circe, uma sacerdotisa do deus Príapo.

Dessa sátira notável dos tempos do imperador Nero sobrevivem apenas fragmentos, dos quais o mais significativo é o afamado Banquete de Trimalquião, onde se fazem descrições detalhadas dum jantar luxuoso, extravagante e decadente oferecido pelo que se poderia chamar um "novo-rico" romano[1].

Satíricon é um dos mais antigos romances conhecidos[2]. Pode-se considerar Satíricon uma sátira — uma grande crítica aos costumes e à política da Roma antiga. Os episódios narrados estão em sintonia híbrida, ou seja, passagens cômicas são intercaladas com outras trágicas de forma natural e harmônica. O narrador parte do retrato puramente zombeteiro da cena para narrar uma desgraça, articulando-se por meio de expressões solenes, artifícios retóricos, da mesma forma que se apresentam palavras do idioma popular, às vezes vulgares demais. Passagens maliciosas, baixas, descritas e acobertadas por um fantástico domínio da arte retórica por parte de Encólpio, o narrador-personagem, que se mantém ao mesmo tempo fiel e avesso à retórica.

 

2 – A enciclopédia virtual serve de parâmetro para a definição da obra daliteratura de autoria do prosador Romão Petrônio (http://pt.wikipedia.org/wiki/Satíricon).

 

 

 

Enfim, Satíricon é um romance de protesto altamente esclarecedor, considerado uma obra-prima da literatura latina, foi traduzida e publicada em quase todas as línguas. Serviu de inspiração ao filme "Satíricon", do cineasta italiano Federico Fellini e é uma crônica do cotidiano da Roma Imperial à época de seu maior fausto econômico, que coincide com excessos de liberalidade nos costumes e decadência cultural e política. Eumolpo é uma personagem que se destaca em Satíricon. Nele se encontram o domínio da arte poética e da arte retórica, a erudição, e a ironia. Petrônio escreve de modo simples, claro, vivo, natural, maleável, atraente, digno dos melhores escritores de Roma; e também quando parodia as expressões solenes e épicas, mostra a sutileza de linguagem empregada pelos melhores humoristas.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo,

Coleção a obra-prima de cada autor Satíricon – Petrônio – Editora Martin Claret - 2005

 

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