Importância da Valorização do Vernáculo em Nossas Escolas.



Importância da Valorização do Vernáculo em Nossas Escolas.

            A linguagem humana é um conjunto de símbolos e códigos que usamos para nos comunicar, sua variação a torna interdisciplinar dependendo de como e onde esta sendo expressa. Desde muito cedo na história ocidental às pessoas perceberam a existência da variação linguística, porém os primeiros intelectuais dedicados ao estabelecimento e fixação das regras gramaticais e os filósofos de Alexandria, entenderam esta variação como um “problema”, um “defeito” da língua a ser corrigido. Este fato se perpetuou por mais de dois mil anos e só começou a ser criticado no final do século XIX e inicio do século XX. Aqui trataremos da variedade vernácula que é definida como estilo de língua em que se presta o mínimo de atenção ao monitoramento da fala, EX: “Hoje vou trabaia na roça”, ou “To com fome, vo come pão”. Esta pronuncia causa reações negativas por parte dos falantes escolarizados, que a tratam com discriminação e preconceito. O vernáculo não surgiu por ignorância de seus falantes, esta variedade muitas vezes representa uma sobrevivência de fases anteriores da língua.  Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou cientifica para continuar condenando esta variedade que cada vez mais se firma no português brasileiro, inclusive na fala e na escrita dos cidadãos privilegiados. Em nossas escolas o preconceito em relação a esta variedade deve ser enfrentado como parte do objetivo educacional de respeitar as diferenças, o que se deve buscar é a valorização dos vernáculos existentes, reconhecendo neles a riqueza de nossa língua, nossa cultura e nossa vida pessoal. Os professores da língua portuguesa tem a tarefa de trabalhar a reeducação sociolinguística, não no sentido de fazer correções ou substituir um modo de falar pelo outro, mas no sentido de respeitar o que já se sabe.  Devemos fazer com que os alunos/as reconheçam que são possuidores de uma língua que lhes serve como instrumento eficaz de interação social, mostrar que todas as maneiras de falar são lógicas, corretas e bonitas, ressaltando que “o “certo” e “errado” são resultantes de visões de mundo, de juízo de valor, de crenças culturais, de ideologias e exatamente por isso, estamos sujeitos a mudar com o tempo”.Portanto cabe aos professores a responsabilidade de despertar nos alunos a vontade de ampliar seu repertorio comunicativo e adquirir novas práticas de letramento.

 Referencias bibliográficas: 

BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso; por uma pedagogia da variação sociolinguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

              Eloísa A. C. Lima, graduanda do Curso de Licenciatura em Educação do Campo – Área de Linguagens – UnB (Universidade de Brasília).

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Autor: Eloisa A. Cerino Lima


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