Escola e família no processo educacional



 

ESCOLA E FAMÍLIA NO PROCESSO EDUCACIONAL

 

Artigo Científico apresentado à Faculdade do Vale do Jaguaribe como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão e Coordenação Escolar.

ESCOLA E FAMÍLIA NO PROCESSO EDUCACIONAL

 

Diana Evaristo Evangelista1

1 Aluna do Curso de Especialização em Gestão e Coordenação Escolar da Faculdade do Vale do Jaguaribe.

2 Professor Orientador da Faculdade do Vale do Jaguaribe. Doutorando em Engenharia Agrícola pela UFC. Mestre em Avaliação de Políticas Públicas pela UFC. Especialista no Ensino de Matemática pela UECE. Licenciado Pleno em Matemática pela UECE. Engenheiro Agrônomo pela UFRPE.

José Alfredo de Albuquerque2

 

RESUMO

A escola é uma instituição de aprendizagem e troca de conhecimentos, que investe na formação de cidadão mais participativo e criativo e sobre tudo complementa a ação da família no Processo Educacional. Há uma necessidade da Escola está em uma perfeita sintonia com a família. Hoje a base de vida de uma família bem estruturada influência na formação da personalidade da criança e do adolescente, refletindo na sua vida escolar e pessoal. Essas junções de interesses coletivos propiciam o crescimento educativo, cultural e social de todos os envolvidos nesse processo educacional de aprendizagem e desenvolvimento. O objetivo geral deste trabalho foi estabelecer uma conexão entre a família e a escola, de forma a encontrar suas obrigações, similitudes e limitações. O método utilizado nesta pesquisa foi do tipo descritivo-analítico, através de um estudo bibliográfico feito por meio de livros, fascículos, revistas, leis e artigos divulgados na internet. Constatamos que a riqueza da sociedade está associada ao conhecimento dos valores, dando inicio a uma sociedade mais humana e cidadã. Associando a teoria com a prática possivelmente encontraremos uma solução para as desigualdades e o descaso na educação.

 

Palavras-Chave:

 

Escola. Família. Aprendizagem. 3

 

1 INTRODUÇÃO

 

O acesso à educação é um direito subjetivo e deverá ter todas as suas fases complementadas por iniciativas governamentais, de modo a assegurar a universalização e desenvolvimento do ensino. A educação é um direito de todos e um dever do estado e da família.

Diante desta realidade a escola se manifesta sensibilizando a família sobre a importância do acompanhamento escolar de seus filhos, com o objetivo de promover a interação entre escola e família no contexto escolar, pois a família é uma forte aliada da escola, sobretudo no processo educacional, servindo como um complemento eficiente e eficaz para as iniciativas governamentais.

O elo de interação entre família e escola gera mudanças no comportamento dos educandos facilitando também a atuação dos educadores no processo educativo. Fica evidente que a escola e a família são ferramentas essenciais na construção do processo educacional.

Diante das perspectivas de interação entre Escola e Família acredita-se que somente no processo educacional será possível a superação das dificuldades geradas com a ausência da família, facilitando assim, mecanismos de criação e formação de um ambiente de trabalho seguro e pacifico.

A justificativa deste trabalho está na importância do questionamento principal que é a escola e a família no processo educacional em nosso país, de forma a definir seus agentes principais, causas, prejuízos causados e os meios eficientes para a construção de uma participação colaborativa entre ambas, como resultado para o desenvolvimento de um processo educacional.

O objetivo geral deste trabalho foi estabelecer uma conexão entre a família e a escola, de forma a encontrar suas obrigações, similitudes e limitações. Já o objetivo específico foi à exposição dos motivos que levam ao método de progresso do processo educacional de forma a identificar os agentes atuantes e as formas eficazes e produtivas, apresentando soluções passíveis ao decurso do processo educacional.

O método utilizado nesta pesquisa foi do tipo descritivo-analítico, através de um estudo bibliográfico feito por meio de livros, fascículos, revistas, leis e artigos divulgados na internet. A utilização e abordagem dos resultados foi a Pura que trata de ampliar o conhecimentos sobre o tema principal deste trabalho e Qualitativa que busca identificar a verdadeira realidade e aplicação do tema nos métodos educacionais. O objetivo foi Descritivo, procurando através do estudo do tema identificar, caracterizar e descrever sobre o problema

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principal do tema e a Exploratória que tem o objetivo de permitir o aprimoramento através de informações.

 

2 A PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA

 

A educação é um direito de todos e compete ao Estado e a família a sua valorização e desenvolvimento como método eficiente e eficaz para o pleno desenvolvimento do aprendiz, na defesa de uma gestão democrática de ensino e do cumprimento das normas gerais da educação nacional, de forma a garantir a equalização de oportunidades educacionais e um padrão nacional de qualidade do ensino.

O acesso à educação é um direito público subjetivo e deverá ter todas as suas fases complementadas por iniciativas governamentais de colaboração e apoio de modo a assegurar a universalização e desenvolvimento do ensino.

Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser formam a base de um preparo intelectual, tidos como pilares necessários para a educação

, tornando-se essenciais no desenvolvimento de um conhecimento profícuo e fundamentais para o processo educativo.

Os referidos pilares da educação fortalecem os vínculos de aprendizagem, preparando os educandos para um mundo desconforme ao escolar e familiar. Em virtude desta possibilidade no processo de construção do conhecimento, a escola desempenha, indubitavelmente, o seu dever educativo e exerce o seu papel pacificante de mediadora, que é de fundamental importância, pois configura uma dinâmica de troca, de ação e interação. A realidade mostra que todos dependem da educação.

Antes de intelectuais a sociedade precisa de pessoas que sejam capazes de conviver entre si respeitando e sendo respeitadas, e isso a escola pode e deve ensinar (SILVA, 2011, p.08).

Os espaços educativos, principalmente aqueles de formação de educadores devem orientar para a necessidade da relação subjetividade-objetividade, buscando compreender as relações, uma vez que, os homens se constroem na convivência, na troca de experiências. É função daqueles que educam levar os alunos a romperem com a superficialidade de uma relação onde muitos se relacionam protegidos por máscaras sociais, rótulos.

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2.1 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

A Escola é uma instituição que investe na formação social, individual e pedagógica de seus educandos, conscientes de seus direitos e obrigações como membros efetivos de um estado democrático de direito que prevê o garantismo do desenvolvimento nacional como um de seus objetivos fundamentais.

De acordo com a professora Costa (2011, p. 07):

A escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes, e valores) que, aliás, deve acontecer de maneira contextualizada desenvolvendo nos discentes a capacidade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que vivem.

Diante desta realidade a escola se manifesta sensibilizando a família sobre a importância do acompanhamento escolar de seus filhos, com o objetivo de promover a interação entre Escola e Família no contexto escolar, pois a família é uma forte aliada da escola, sobretudo no processo educacional.

A parceria entre Escola e Família no processo escolar fortalece o aluno em sua identidade como membro efetivo em uma sociedade, melhorando sua autoestima e consequentemente a vida escolar.

Estamos no momento de abrir possibilidades para a participação da família no contexto escolar. Plantar sementes é um exercício de cidadania (COLÉGIO ALMEIDA SANTOS, 2011b).

Plantar sementes e colher bons frutos na educação. Nesta ótica o grau de probabilidade ainda é insuficiente para atingir as expectativas que se geram ao longo dos anos. Mesmo reconhecendo a gravidade desse problema, os gestores, os educadores em geral embora pouco reconhecidos como profissionais, continuam pedagogicamente semeando sementes com a esperança de serem brotadas. O que se almeja formar nessa relação escola-família é implantar estilos e modos de vidas ligados ao bem estar das novas e futuras gerações.

A humanidade está se dispersando dos valores éticos e influenciando-se aos valores materiais, obscenos e mafiosos. Esse consumo desenfreado que vem acontecendo nas famílias acaba afetando de certa forma a educação, sendo gerado por indisciplinas e evasões escolares. Esse tipo de ocorrência afeta e dificulta a relação entre professor, aluno e escola, causando um desligamento entre ambas. Sabemos que é na boa relação que se chega às transformações.

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O grande desafio da escola neste momento é educar as crianças e adolescentes, não apenas fundamentado no saber, mas na essência do ser, desenvolvendo o aprendizado de maneira significativa, construindo novos conhecimentos, estimulando e consequentemente desenvolvendo sua autonomia, para que o educando futuramente possa nortear o seu destino .

A ideia central desta relação (escola-família) é melhorar o convívio familiar, fortalecendo os laços afetivos e propondo-os a viverem em um ambiente saudável, fazendo a diferença na vida dos filhos. Esclarecendo que os valores trabalhados em casa tem o mesmo valor na escola.

A proposta de aprendizagem é significativa e está comprometida principalmente com a cidadania e com a construção de valores que ajuda na construção de uma sociedade justa e fraterna. Esta relação deverá ser construída e reconstruída anualmente no processo escolar.

 

2.1.1 Função social da família

 

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei 9.394 (BRASIL, 1996) art. 6º, "é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matricula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental".

A lei é clara, sobretudo determina a obrigatoriedade da matrícula, mas não estabelece que além da matrícula a família também deva arcar com a responsabilidade de acompanhar e participar da vida escolar de seus filhos, estruturando-os com uma base de vida educacional, afetiva, moral e ética. Ocorre que no caso prático a grande maioria não consegue exercer sua função de família, infelizmente, não há o comprometimento em assegurar a seus dependentes, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à moradia, à dignidade, ao respeito, à convivência, e principalmente à educação.

No entendimento de Tedesco apud Lage (2011a, p.55) "família é a instituição responsável por desenvolver a educação das crianças em primeira instância e ficando em segunda instância a instituição escolar". É certo afirmar que esse elo de interação entre família e escola gera mudanças no comportamento dos educandos facilitando também a atuação dos educadores no processo educativo. Baseado nesse entendimento podemos assegurar que a Família e a Escola são as principais agências educativas.

Afirma o filósofo e pesquisador francês radicado no Brasil, Bernardo Charlot apud Lage (2011b, p.06) que:

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"Um aluno não é apenas uma criança de tal família, mas é apenas o membro de um grupo sociocultural". Ele é também sujeito com uma história pessoal e escolar [...]. É uma criança cujos pais disseram que o que se aprende na escola é muito importante para a vida ou, ao contrário, que não serve para nada [...].

Certamente o aluno é a peça fundamental neste quebra cabeça, podemos afirmar que o mundo gira em torno do crescimento, do progresso e da superação das pessoas, por isso há necessidade da família ser presente e ser atuante na história pessoal e escolar do aluno. Sem duvida ele representa o futuro.

Os "pais democráticos", por sua vez, parecem conseguir um maior equilíbrio entre a necessidade de controlar e dirigir as ações infantis, de exigir o seu amadurecimento e independência, e o respeito às necessidades, capacidades e sentimentos de seus filhos. São pais que apresentam níveis altos de comunicação e afetividade e que normalmente estimulam as crianças para que expressem suas opiniões sobre determinados aspectos que as afetam [...] ( AQUINO, 1996, p.97).

É importante frisar que o convívio familiar influência no comportamento dos filhos, através de estilos e modos de vida, quer seja para o bem ou para o mal. A vida de uma família bem estruturada é referência para a formação da personalidade dos filhos, refletindo na vida pessoal e escolar. Porém não absolutamente restrito a sua educação; a escola também se direciona em diferentes contextos socializadores e educativos.

À medida que a criança vai tendo discernimento do certo e do errado, ela tende a copiar as atitudes dos pais ou responsáveis, tornando-se as referências a serem tomadas como regra. Transmitir valores sem dá bons exemplos desperta o lado negativo, isto é, não se pode cobrar do filho a negação de um vício se o pai não der o exemplo.

As boas ou más condutas de comportamento da família refletem no comportamento dos filhos e tornando-se uma regra a ser copiada.

2.2 AUSÊNCIAS DA FAMÍLIA NA ESCOLA

"Toda casa funciona com base em um conjunto de vários acordos específicos e gerais que facilitam o ritmo da vida diária em família" (NOLTE, 2009, p. 89). Se olharmos um pouco para o nosso passado, veremos que a família dividia a formação moral com a igreja. Na Família e na igreja aprendiam-se os valores morais e éticos. A escola figurava apenas em terceiro plano.

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Fica evidente que a Escola e a Família são as ferramentas essenciais na construção do conhecimento, ficando visível também que o envolvimento entre escola-família deverá ser compartilhado somente com assuntos curriculares e não obrigações maternais. É verídico que hoje as escolas são vistas por algumas famílias como depósito de crianças, que são deixadas e esquecidas, sobrecarregando de responsabilidades gestores, educadores e funcionários.

A relação escola e família deve ser limitada somente a assuntos curriculares, sociais e psicopedagógicos, excluindo da competência do professor e da escola as obrigações familiares.

Hoje por meio de iniciativas governamentais de caráter nacional as famílias estão participando um pouco mais das rotinas escolares e extraescolares, participando ativamente do processo pedagógico, tornando-se amigas ou parceiras das escolas. Ainda há uma maioria que não frequenta e muito menos toma conhecimento dos projetos, reuniões e eventos na escola. Esta maioria só comparece para fazer cobranças e muitas são surpreendidas por não terem conhecimentos da gravidade dos problemas que a escola tem enfrentado com seus filhos.

Atualmente um dos fatores que contribuem com a ausência da família na escola é o desmembramento das mesmas. Hoje novos modelos de famílias estão surgindo, deixamos de ter apenas um modelo nuclear (pai, mãe e filhos) para termos novos arranjos domésticos familiares (nuclear, monoparentais, homoafetivos, divorciados, separados, concubinato, alternativos, comunitários, entre outras tipologias e classificações). Em consequência disso os filhos são agregados em casas de parentes paternos ou maternos, desfazendo e rompendo os laços de afetividade que une pais e filhos. É lamentável, este problema afeta também a escola no sentido de deixar a desejar o comprometimento, escolar da família.

Toda mudança ou alteração familiar traz consequências e quando são repentinas afetam o psicológico, os hábitos familiares e torna-se um transtorno na vida principalmente dos que estão ingressando na vida escolar. O problema sempre existiu, mas não com tanto impacto refletindo na história da educação dos alunos e atingindo a escola de certa forma. É por esta e muitas outras razões que há uma grande necessidade da escola atrair a família e responsáveis para o convívio escolar dos alunos.

Hoje a base de vida de uma família bem estruturada influencia na formação da personalidade da criança e do adolescente, refletindo na sua vida escolar e pessoal. A falta de estrutura compromete a formação do caráter dos educandos. Esses exemplos são vistos com frequência em todas as classes sociais. Logo percebemos que atualmente estão se rompendo os laços de afetividade, respeito, valores morais e éticos que servem de base para a estrutura

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familiar. Entretanto a família é a raiz, e é em família que se definem os fundamentos de uma vida.

Ressalta Nolte (2009, p.96):

Quando as crianças são um pouco mais velhas, estabelecer e atingir objetivos faz com que desenvolvam autoconfiança e uma atitude de eu consigo’. Nossa função de pais nesse processo é ajuda-las a definir com clareza os objetivos e certificar-nos de que são atingíveis, realistas ajudando-as a equilibrar os voos da imaginação com conselhos para que mantenham os pés no chão. E, quando trabalham para alcançar suas metas, devemos estar presente com nosso estímulo e apoio.

A autoconfiança impulsiona o individuo a seguir os seus objetivos embora indecisos sobre os rumos a serem seguidos, mas somente com o apoio da família superará sua fragilidade e insegurança. Compreenderá as dificuldades com mais naturalidade encorajando-se a participar de um mundo mais amplo, isto é, conviver com pessoas de diversas crenças, etnia e costumes. Eles crescem como pessoas conscientes dos valores e da dignidade individual. Percebe-se que quando são tratos com carinho, respeito e dedicação, esses valores são absolvidos rapidamente e se estendem ao longo das gerações.

Para Freire (2009, p. 3),

o ser humano excluído é sempre convidado a "reintegrar-se", como individualidade apenas: pelo consumo, pela tv, pela assistência paternalista , pelo fatalismo religioso, pelo apadrinhamento da promessa de políticos...pela ilegalidade... etc. "Reintegrando-se" desse modo (COMO INDIVIDUO, APENAS), esse ser humano até pode conseguir "tirar o pé da lama " mas não se emancipa, emancipar é algo coletivo. Individualmente não se reescreve o mundo.

Fazendo um comparativo das citações anteriores, da escritora Nolte (2009) com a do escritor Freire (2009), logo percebemos a diferença apresentada por ambos ao contexto, interpretação diferenciada ao comportamento e desenvolvimento intelectual, cultural e social do indivíduo excluído e não excluído.

O tempo que estamos vivendo requer cuidados especiais com os cidadãos que estamos formando. Temos uma perspectiva muito ampla em relação a sua educação, pois estão inteiramente agregados ao futuro do mundo.

A Educação foca a formação dos valores humanos, priorizando ensinamentos em direitos e deveres como cidadãos, formando-os com um sentimento ético e participativo na

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sociedade. Por isso, para surgir efeito a escola compartilha com a família essa responsabilidade.

A atuação da família nesse processo educativo é fundamentalmente importante, facilita muito o processo de ensino-aprendizagem garantindo uma base sólida de conhecimentos.

A escola está aberta a desafios e faz-se entender que articular com a família é a primeira missão dos docentes.

 

3 O PROCESSO EDUCACIONAL NO CONTEXTO SOCIAL

 

Há uma necessidade da Escola está em uma perfeita sintonia com a família, isso é fato, pois frequentemente a ausência dela muito tem contribuído com o descaso da educação, gerando inclusive desmotivação e falta de compromisso a um grande número de educadores.

É possível formar um acordo de corresponsabilidade entre educadores e familiares com o proposito de compartilhar os compromissos, as responsabilidades, os direitos e obrigações. Vale ressaltar que quando a família vivencia ou participa da educação dos alunos, o aproveitamento aumenta consideravelmente, e obviamente todos são beneficiados.

Diante das desigualdades sociais e educacionais a escola permanece construindo e reconstruindo os pilares da Educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, transparecendo uma autoimagem positiva, preparando o individuo para a vida, formando personalidades, ampliando conhecimentos, semeando frutos de sabedoria para as gerações futuras.

A Educação para um autêntico "Aprender a ser" não pode ser restrita a outra disciplina em algum momento do planejamento docente, mas um pensamento constante de se formar alunos autônomos e capazes de estabelecer relações interpessoais, de se comunicarem plenamente e de intervirem de forma consciente e proativa na sociedade. (ANTUNES, 2010, p. 71)

É necessário multiplicar e reafirmar as parcerias feitas com as famílias, conscientizando-as de que o sucesso escolar de seus filhos dependerá do seu envolvimento, pois a sua presença estimula , ampara , transmite segurança , incentiva-os a serem disciplinados e consequentemente abre caminhos para a formação de futuros cidadãos.

As junções de interesses coletivos propiciam o crescimento educativo, cultural e social de todos os envolvidos nesse processo, não só os educandos e educadores, mas de toda a comunidade escolar participativa e ativa. Para caminhar nessa direção é preciso juntar

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alianças e parcerias, no momento as políticas implementadas e as mudanças efetivas são poucas.

3.1 OS MECANISMOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA PARA ATRAIR AS FAMÍLIAS

Criar programas e mecanismos para estimular a convivência com a família, engajando e dividindo responsabilidades. Diante disso em primeiro plano, à instituição escolar deverá diagnosticar a vida socioeconômica e cultural da comunidade escolar, dentro da sua realidade e do seu cotidiano, concluído e diagnosticado deverá promover projetos, oficinas, cursos, ações básicas de prevenção e promoção à saúde e novos benefícios que sejam atrativos para a comunidade em geral, tendo em vista o objetivo principal que é o do envolvimento de todos no processo educacional.

A abertura para a troca de ideias aproxima e promove mudança nos hábitos da comunidade escolar, melhorando a autoestima. É necessário visar não só o bem estar das famílias, mas reivindicar os deveres e dividir responsabilidades no processo pedagógico. Convém esclarecer as famílias e responsáveis dos alunos os direitos e deveres que os aproximam da escola.

A troca de experiência entre ambos ajuda na busca de soluções para os problemas comuns.

E fundamental a escola criar alternativas, que estimule e atraia a presença da Família, ampliando a visão do conhecimento educacional, com o intuito de superar as dificuldades do convívio escolar.

O engajamento das famílias no processo educativo contribui com o conhecimento construído a partir da vivência do estudante. Assim, a relação entre escola e família ajuda a traçar um paralelo entre os meios de comunicação e o contexto escolar.

Educação é o conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na relação ativa com o ambiente natural e social num determinado contexto de relações entre grupos e classes (LIBÂNEO et al., 2000).

São grandes as dificuldades para ser desempenhado esse trabalho, mas com muita luta dedicação e com o envolvimento dos educadores neste processo de formação, será possível ver em curto prazo uma escola diferente e uma família mais participativa.

Compete ao estado, a família e a escola os esforços para formar bons cidadãos, apesar do desencontro de interação entre Escola e Família, gerando uma parceria essencial para a

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formação completa do educando, possibilitando que, cada um possa estruturar o seu próprio projeto de vida. Unindo esforços, elaborando projetos quantitativos e qualitativos, a parceria fará a diferença entre os demais. Porque o aluno não pode ser considerado um repositório de informações e conhecimentos voláteis e sim um depósito de conhecimentos validos e necessários para a sua vida futura.

Vendo essa realidade Prazeres (2011c, p.7) descreve que:

A escola "[...] não pode se ocupar apenas com os conteúdos acadêmicos, deixando de lado a formação humana e cidadã, pois não adianta termos profissionais competentes naquilo que fazem, mas desumanos e sem formação cidadã. [...]. Se fossemos mais humanos, mais cidadãos ao desenvolver nossas ciências e nossas tecnologias, não teríamos tantos problemas no mundo.

Esses momentos de interação, convívio e troca de valores é compreensivo fortalece e engrandece a comunidade escolar. Sabemos que esta trajetória eleva o conhecimento tanto dos gestores, educadores, educandos quanto da família. Direto ou indiretamente todos são construtores do conhecimento. É possível promover uma aprendizagem prazerosa e significativa seguindo um trabalho satisfatório estabelecendo regras e padrões de comportamento, tornando-os ativos e participativos.

Essa junção propicia a exploração das riquezas e origens da comunidade escolar por meio de choque de comportamentos, de diferenças sociais, culturais, religiosas, tradições familiares, ressaltados em trabalhos que salientam problemas e aspectos do grupo, para somente então implantar regras de convívio no espaço escolar. ( LAGE, 2011a,p.9)

A difícil tarefa de atrair as famílias ao ambiente escolar dos alunos não diz respeito só aos educadores, mas toda a uma politica pública, que garanta um ambiente de ensino de qualidade com uma boa infraestrutura de trabalho, segurança e subsídios para projetar e concluir novos objetivos.

A escola deve ser favorável às decisões, a interdisciplinaridades e a conscientização de seus alunos como cidadãos, educando-os para lidarem com diferentes influências externas, como fruto de uma concepção progressista da educação. A instituição escolar deve buscar a interação entre o aluno e a família como uma forma de socialização prazerosa que proporciona a troca de conhecimento de modo espontâneo e necessário no processo de ensino, fazendo com que a o aluno possa externalizar o que as incomoda, quebrando as barreiras de forma espontâneo, refletindo em uma prática de resultados positivos.

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A Educação é um desafio da sociedade, todos são corresponsáveis por sua qualidade. Não podemos esquecer que o professor além de ser transmissor do conhecimento ele transforma personalidades, sendo de fundamental importância o seu reconhecimento e valorização. É preciso refletir sobre sua atuação como educador, valorizando a sua integração na instituição escolar

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4 CONSIDERACÕES FINAIS

 

Este trabalho teve a intenção de chamar atenção para a ausência da família na construção, junto com a escola, de um processo educacional mais eficiente e eficaz para o pleno desenvolvimento da pessoa (educando).

Diante das perspectivas de interação entre Escola e Família acredita-se que no Processo Educacional sejam superadas todas as dificuldades geradas com a ausência da família.

A escola é uma instituição de aprendizagem e troca de conhecimentos, que investe na formação de cidadão mais participativo e criativo e sobre tudo complementa a ação da família no Processo Educacional.

O ponto mais relevante desta proposta é a conscientização familiar sobre a importância da colaboração na vida escolar dos seus filhos, trilhando caminhos propícios para o desenvolvimento intelectual de cada educando. Com base neste discurso, afirmo a necessidade da comparticipação entre a escola e a família, formando um dever entre educadores, alunos e responsáveis. Com o objetivo de articular um sistema em regime de colaboração, definindo metas, objetivos e estratégias de implementação de um padrão de qualidade e equidade do ensino.

A base da sociedade (família) tem passado, ao longo dos anos, por inúmeras transformações, consideradas pelos educadores como uma das grandes causas do falecimento da entidade familiar e do distanciamento da família ao leito escolar, e por isso a escola deverá promover a adequação e a interação entre a escola e as novas famílias que se formam, sensibilizando-as sobre a importância de sua participação no contexto escolar.

É dever da família, do estado, da sociedade e da comunidade escolar assegurar à criança e ao adolescente, de forma absoluta e prioritária, o direito a uma educação de qualidade, visando o pleno desenvolvimento do educando como método eficaz para o preparo da cidadania do leccionando.

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As iniciativas e afirmações governamentais de educação não são suficientes comparadas ao alto grau de complexidade do problema. Aguarda-se a aprovação de novos recursos públicos destinados a educação, por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas, com o objetivo de articular um regime de participação e colaboração, em função de um processo educacional notável.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ANTUNES

, Celso. A prática dos quatro pilares da educação na sala de aula. Fascículo 17. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2010.

AQUINO, Julio Groppa.

Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

BRASIL.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei nº. 9.394. Brasília: MEC, 1996.

COSTA, Vera Lúcia Pereira.

Função Social da escola. Disponível em: . Acesso em 21 dez. 2011.

LAGE, Nildo. Afeto não paga imposto.

Construir Notícias, Ano 10, n°58. Recife, PE: Editora construir, 2011a.

COLÉGIO ALMEIDA SANTOS. Escola & Família: união perfeita!.

Construir Notícias, Ano11, n°60. Recife, PE: Editora construir, 2011b.

PRAZERES, Marcos Ferreira dos. A urgência de uma educação mais humana e cidadã.

Construir Notícias, Ano11, n°61. Recife, PE: Editora Construir, 2011c.

FREIRE, Paulo.

Que fazer: teoria e prática em educação popular. 10 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

LIBÂNIO. J.C. et al.

Educação Escolar: políticas estrutura e organização. Coleção docência em formação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2005.

NOLTE, Dorothy.

As crianças aprendem o que vivenciam. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

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Autor: Diana Evaristo Evangelista


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