"Pecadinho, pecadão"



Muitos são os clichês evangélicos espalhados por aí em forma de verdade, mas quando mergulhados à luz da Palavra, os observamos de forma cristalina, e percebemos o quanto temos de mitos populares em nosso meio. Diz-se que “Não existe pecadinho nem pecadão”. Mas será isso mesmo? O pecado não é mensurável? Um crime do tipo hediondo pode se equiparar a não cumprir com a palavra, ou furar uma fila?  “A voz do povo é a voz de Deus”, perigoso isso.

Quando ouço esse jargão, “Não existe pecadinho nem pecadão”, tento considerar o que se quer dizer: Independente do tipo de pecado, pecado é pecado; uma transgressão da lei; algo que afasta o homem de Deus e o conduz a perdição... Dá até para relevar se o espírito for esse mesmo. O problema é que essa coisa distorcida nos leva a um erro teológico perigoso. Não podemos achar que não existe diferença entre pecados quanto sua gravidade, consequência, e punição.

No próprio Direito, o pecado, que significa transgredir leis (1 Jo 3: 4), crime, ato infracional, tem diferenciação. Os crimes hediondos são os mais graves, e com repercussão social extrema, e tem que ser julgados e penalizados com o maior rigor lei. Da mesma forma também existe crimes mais brandos, com consequência menores, mas que não deixam de ser infração do mesmo jeito. A Bíblia é um livro de Direito.

Na ocasião de seu julgamento (Jo 19), Jesus falou para Pilatos que Judas tinha maior pecado do que ele por o haver traído. Pilatos, como o juiz, tinha que ter soltado Jesus por que viu que era tudo uma armação invejosa dos judeus. Ele acovardou-se diante da pressão e o sentenciou a crucificação. O pecado de Judas era então maior: “Aquele que me entregou a ti maior pecado tem.” Fica evidente que existe diferença entre pecado, e a Lei Mosaica sistematiza o assunto também.

Pecado é sempre pecado, mas tem o que poderia ser chamado ‘hediondo’ na esfera espiritual: A blasfêmia contra o Espírito Santo. Esse não há perdão. “Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoarão aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada.” Mt 12: 31. Apesar da controvérsia, em via de regra, creio que só quem pode pecar dessa forma é o próprio crente, por que é ele quem se relaciona com o Espirito Santo, e só assim pode fazê-lo. Por isso é tão séria essa blasfêmia.

Como conclusão, vale relembrar: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana. E fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” 1 Co 10: 12,13.


Autor: Albanìsioribeiro


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