Deus não se envergonha de ser chamado nosso Deus



DEUS NÃO SE ENVERGONHA DE SER CHAMADO NOSSO DEUS

Equivoca-se quem pensa que um deus não sente vergonha. Sente, sim. E muita! Envergonha-se a ponto de não saber onde enfiar a cara. Ou, com a cara já enfiada em algum lugar, sente vergonha sobre vergonha!

Por serem os deuses fictícios, não obstante serem engendrados pelas mãos humanas a partir de qualquer substância palpável, no que tange à essência pessoal são tão ocos quanto o tronco condenado de uma árvore morta; e, por não possuírem o fôlego da vida, consequentemente são destituídos de quaisquer sentimentos. Mas vamos tratá-los, aqui, como se possuíssem ao menos um sentimento: o da vergonha.

Quem não se lembra de Dagom, o deus dos filisteus? “Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.”, disseram, jactanciosos, os chefes dos filisteus. E, ato contínuo, reprisou a plebe: “Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, aquele que destruía a nossa terra, e multiplicava os nossos mortos.” (Jz.16:23,24)

E o que aconteceu com Dagom? “E bradando (Sansão): Morra eu com os filisteus! Inclinou-se com toda a sua força, e a casa caiu sobre os chefes e sobre todo o povo que nela havia. Assim foram mais os que matou ao morrer, do que os que matara em vida.” (id.v.30). Que vergonha sofreu Dagom! Não pôde livrar os seus três mil adoradores, ali presentes, da força miraculosa de um só homem! E não entregara ele a Sansão nas mãos dos filisteus? Mas essa vergonha foi pouca para Dagom, visto que mais tarde ele se enxovalhou de nova vergonha. Saíra Israel à batalha contra os filisteus, e estes, tendo infligido amarga derrota aos israelitas, tomaram-lhes a arca do pacto do Senhor, levando-a de Ebenézer a Asdode. Lá, introduziram-na na casa de Dagom, junto dele...

E o que aconteceu com Dagom? “Levantando-se, porém, de madrugada no dia seguinte os de Asdode, EIS QUE DAGOM ESTAVA CAÍDO COM O ROSTO EM TERRA diante da arca do Senhor; e tomaram a Dagom, e tornaram a pô-lo no seu lugar.” (1Sm.5:3). No dia seguinte, a vergonha foi ainda pior, porque, além de sovar a cara no chão, a cabeça e ambas as mãos de Dagom estavam cortadas sobre o limiar. Ficou-lhe somente o tronco; ou seja, jazia ali um deus sem cabeça (id.v.4). E como é grotesco um deus sem cabeça!

Baal é outro deus envergonhado. Envergonhado porque derrotado. Derrotado e para sempre extinto!

Quatrocentos e cinquenta homens serviam como profetas desse deus caquético. E Elias, ele somente, servia como Profeta do Deus Vivo e Todo-Poderoso. Então o tisbita, sabendo da inevitável vergonha que iriam passar Baal e seus inúteis profetas, manda-os invocar o nome do seu deus; e eles, “tomando o novilho que se lhes dera, prepararam-no e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah, Baal, responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do altar que tinham feito. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessita de que o acordem.” (1Rs.18:26,27). Elias, vendo toda a esterilidade do clamor patético, invoca então ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que respondeu imediatamente à oração do seu servo, e “Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.” (id.v.38)

Ah, quão inútil é a invocação a um falso deus! É mais inútil que procurar sovacos em cobra!

Quanto aos numerosos profetas de Baal, eles encerraram ali mesmo as suas “profetadas”, pois foram todos mortos, visto que o seu envergonhado deus nada pôde fazer por eles. Quiçá estivesse mesmo dormindo...

Golias, o filisteu gigante, tinha mais de um deus (1Sm.17:43), e mesmo assim foram envergonhados com a derrota desse seu guerreiro-mor (id.vv.49-51).

Não pouca vergonha sentiram os deuses de Labão. É que Raquel sentou-se em cima deles (Gn.31:34), e depois Jacó os escondeu debaixo do carvalho junto a Siquém (id.35:4).

Maacá, mãe do reto rei Asa, também tinha lá o seu deus, mas o rei o desfez e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom (1Rs.15:13). Que vergonha experimentaram a mãe do monarca e o seu deus!

O reto rei Jeú, por sua vez, submeteu o deus Baal à maior vergonha de toda a sua vergonhosa história. Além de matar todos os profetas, sacerdotes, servos e adoradores de Baal, ele derrubou a casa desse deus e fez dela uma latrina. Isto mesmo! Uma casa de adoração reduzida a uma nojenta privada! Quanta vergonha para Baal (2Rs.10:15-28)!

Noutra ocasião o povo de Deus, sob as lideranças do reto rei Joás e do sacerdote Jeoiada, entrou em outra casa de Baal e a derrubou, e matou a Matã, sacerdote desse deus (id.11:18). Mais vergonha para Baal!

Vergonha pouca, e para um deus só, é café pequeno, por isso às vezes eles passam vergonha em grupo. Assim sendo, o reto rei Josias destituiu os sacerdotes idólatras que queimavam incenso a Baal; profanou também os altos edificados aos deuses Astarote, Quemós e Milcom, e encheu os lugares desses deuses de ossos de homens (id.23:5-14). Vergonha em quádruplo para esses deuses!

Senaqueribe, o blasfemo rei da Assíria, que também tinha lá o seu deus, disse, ao mesmo tempo, uma verdade e uma mentira: “Qual é, de todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, o que pôde livrar o seu povo da minha mão, para que o vosso Deus vos possa livrar da minha mão? (…) Ele também escreveu cartas para blasfemar do Senhor Deus de Israel, dizendo contra Ele: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo da minha mão, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo da minha mão.” (2Cr.32:14,17). A verdade, é que os deuses das nações foram mesmo destruídos pelos seus pais; e a mentira foi dizer que o Senhor Deus não livraria o povo de Israel da sua mão. Vejamos como terminou a História: “Então o Senhor enviou um anjo que destruiu no arraial do rei da Assíria todos os guerreiros valentes, e os príncipes, e os chefes. Ele, pois, ENVERGONHADO voltou para a sua terra; e, quando entrou na casa de seu deus, alguns dos seus próprios filhos o mataram ali à espada. Assim o Senhor salvou Ezequias, e os moradores de Jerusalém, da mão de Senaqueribe, rei da Assíria, e da mão de todos; e lhes deu descanso de todos os lados.” (id.vv.21,22). Essa vergonha de Senaqueribe é a vergonha do seu deus que, impotente, não pôde salvá-lo, e diante de quem ele morreu pelas mãos dos próprios filhos...

Num tumulto instalado na cidade dos efésios, os idólatras locais perguntavam, ufanados: “Varões efésios, que homem há que não saiba que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que CAIU de Júpiter?” (At.19:35). Pois bem, essa “imagem que caiu de Júpiter”, a “grande” deusa Diana, foi incapaz de impedir que o Apóstolo Paulo pregasse o Evangelho do Reino de Deus, ali, diante do seu nariz (em antagonismo à idolatria predominante, por ela encetada); um trabalho frutífero, pois “Durou isto por dois anos; de maneira que todos os que habitavam na Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram a Palavra do Senhor.” (id.v.10). Eu destaquei o verbo CAIR, porque esse negócio de um deus cair das alturas é coisa do diabo. Sim, o deus-mor, real, desses deuses fictícios – o diabo – caiu do céu. Disse o Senhor Jesus Cristo: “Eu via satanás, como raio, CAIR do céu.” (Lc.10:18). Ora, que a imagem de Diana caiu de Júpiter, como criam os idólatras efésios, sabemos que é uma mentira escancarada; mas que ela, a deusa Diana, caiu na vergonha da extinção, sabemos que é a mais pura verdade!

O diabo é “o deus deste século” (2Co.4:4); e, como todos os deuses efêmeros, ele também será vergonhosamente esmagado: “E o Deus de paz em breve esmagará a satanás debaixo dos vossos pés.” (Rm.16:20). Aleluia!

Sim, os deuses – todos os deuses – são grandemente envergonhados, porque passíveis de derrota e destruição. Eles são obras das mãos dos homens, por isso são mudos, cegos e surdos. E a Palavra de Deus diz que semelhantes a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam: “Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens; têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca. SEMELHANTES A ELES SE TORNARÃO OS QUE OS FAZEM, E TODOS OS QUE NELES CONFIAM.” (Sl.135:15-18)

Consoante os textos sobreditos, todos os deuses, indubitavelmente, se envergonham de serem chamados deuses dessa gente igualmente muda, cega e surda. E eu anelo aplicar aqui o bom alvitre de não mencionar os deuses extra Bíblia, incluindo os hodiernos, visto que somam mais de cem mil, e porque eles têm como protótipos os deuses supracitados; portanto, todos já tiveram ou terão, inevitavelmente, sua culminância nas veredas da vergonha.

Porém, a vergonha é um sentimento jamais experimentado por YAHWEH DEUS, Vivo e Todo-Poderoso, Criador dos céus e da Terra. Com gozo completo eu extraí o título deste artigo do seguinte texto: “Mas agora desejam uma Pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também DEUS NÃO SE ENVERGONHA DELES, DE SER CHAMADO SEU DEUS, porque já lhes preparou uma Cidade.” (Hb.11:16)

Ao ler este texto, vieram-me à retina as Regras de Fé da Igreja dos Mórmons, também conhecida como “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Assim reza a 10ª regra dessa Igreja: “Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das Dez Tribos; que Sião (a Nova Jerusalém) será construída no continente americano; que Cristo reinará pessoalmente na Terra; e que a Terra será renovada e receberá sua glória paradisíaca.” (Fonte: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Site Oficial, Internet).

Vejo, nesta 10ª regra, alguns pontos que destoam completamente das Escrituras Sagradas: O vocábulo constante dos Textos Sagrados referentes à Nova Jerusalém, em Jo.14:1-3; Hb.11:16, é PREPARAR, e não CONSTRUIR. Construção dá uma ideia de obra humana, e nenhum mortal será capaz de construir a Nova Jerusalém. Destarte, a Nova Jerusalém NÃO SERÁ construída, e muito menos no continente americano, consoante o anelo mórmon. Ela FOI preparada, ela JÁ ESTÁ plenamente preparada, e dista consideravelmente da Terra; portanto, mui longe do continente americano.

Quando esteve fisicamente conosco, o Senhor Jesus Cristo prometeu-nos essa Pátria Eterna, celestial: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (Jo.14:1-3). Promessa feita, promessa cumprida! Cumprida porque feita pelo Senhor Jesus Cristo, e Ele não mente (Hb.4:15; 1Pd.2:22). Ele é a própria Verdade (Jo.8:32; 14:6). Ele é Fiel e Verdadeiro (Ap.19:11).

Preparada que foi a Nova Jerusalém, o Senhor Jesus Cristo arrebatou o Apóstolo João (Ap.1:10) para mostrar-lhe a Santa Cidade: “E MOSTROU-ME a Santa Cidade de Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus.” (Ap.21:10). E João descreve, para o nosso mais completo gozo e esperança, a inexcedível formosura dessa Cidade, em Ap.21:9-27. Ora, se João a viu e a descreveu, é porque ela, de fato, JÁ ESTÁ preparada. Ninguém vê e descreve algo inexistente. O Senhor Jesus Cristo não arrebatou João às alturas imensuráveis para mostrar-lhe algo fictício. E o Apóstolo Paulo confirma o que João viu e registrou: “Mas a nossa Pátria ESTÁ NOS CÉUS, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Fl.3:20). Paulo disse que a Pátria (ou Cidade) ESTÁ (no presente do indicativo) NOS CÉUS, e não ESTARÁ (no futuro do presente do indicativo) NO CONTINENTE AMERICANO, como querem os mórmons. E Hb.11:16, o texto áureo deste nosso estudo, suprime quaisquer dúvidas: “Mas agora desejam uma PÁTRIA melhor, isto é, a CELESTIAL. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque JÁ LHES PREPAROU UMA CIDADE”. PREPAROU, que é pretérito do verbo transitivo direto, PREPARAR, está postado depois do advérbio JÁ (= neste momento; agora), o que contribui ainda mais para desmanchar completamente o desejo mórmon de ver construída, no continente americano, e no futuro, a Nova Jerusalém.

Eis a prova incontestável de que o nosso Deus, Vivo e Todo-Poderoso, não se envergonha de nós, de ser chamado nosso Deus; nem nos deixa envergonhados, porque JÁ NOS PREPAROU uma Cidade, a Nova Jerusalém, que desceu do céu da parte dEle, tendo a glória de Deus, “e a ela trarão a glória e a honra das nações. E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira; mas somente os que estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.” (Ap.21:27). Aleluia!

E, enquanto nós, os remidos, peregrinamos neste mundo aquém, já tendo a certeza absoluta da nossa inscrição no Livro da Vida do Cordeiro, inscrição feita tão-somente pela Graça do Senhor Jesus Cristo, podemos destarte entoar esta belíssima e saudosa canção: “Da linda pátria estou mui longe / Triste eu estou; / Eu tenho de Jesus saudade; / Quando será que vou? / Passarinhos, belas flores / Querem me encantar. / Oh, vãos terrestres esplendores, / Não quero aqui ficar!” (Título: SAUDADE, Hino nº 484 do Cantor Cristão, Hinário das Igrejas Batistas da Convenção Batista Brasileira).

Lázaro Justo Jacinto


Autor: Lázaro Justo Jacinto


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