Adeus sem lagrimas



 

Suave como  a brisa, e fria como o bronze

Foram seus gestos me dizendo não

Embasbacado  ouvia  o que as palavras não diziam

 Pois as senti clara, nas entre linhas

Sem ação fiz-me em desespero

Que  sem apelo me partia o coração

E em aflição botou  minha vida à deriva

Quando lhe vi fugitiva a correr de mim

Não mais me olhavam seus olhos castanhos

Que como estranhos fitavam o meu fim

Sem rumo me vi lhe olhando em lamento, sim

Com  meu todo a chorar em soluços contidos

Não ouvi seu pranto e em seu canto me banhei

Bebi seus encantos, em vão, pois não estavas pra mim

Aquele homem atrevido caiu combalido

Viu-se perdido, sem tino procurando consolo

Banhado num choro, lamentando o seu fim

Numa rua sem nome onde a amada sumia

Ele triste assistia,  aquela  imagem que um dia

Povoou-lhe as esperanças, hoje sem adeus, nem beijos

Nem abraço, ela saiu, e sabia da minha agonia

Partindo  sem deixar endereço pra não mais voltar,

Levando meus sonhos, minhas ilusões, meu tudo

Sem olhar para traz, alheia a minha comiseração

Desaparecia naquela rua de sombras, quem um dia me fizera homem

Quem aquecia os meus desejos, quem me saciava a fome

Fome de amor, fome de fantasias, fome de anseios

O calor de seus seios ainda fluía no meu peito

Derramado em gotas nutrindo meus desejos

A volúpia de suas caricias, cingiram o meu ego

Nesta hora me entrego às lembranças que me castigam

Ruiu o meu abrigo, meu palio, minha guarida

Pedaços de vida se derramam nas calçadas do passado

Vivo uma ilusão acabada, de referências cegas

Um sonho gastado, num mundo de quimeras.

Com as ilusões fenecidas, no amparo do desengano

Durmo o sono dos infaustos, dos esquecidos

 

Por: Francisco Sobreira Filho


Autor: Francisco Sobreira


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