Trapos humanos



 

 Quando o dia adormece

Sob o véu da noite fria

Acordam da cidade as vielas

Asilos dos farroupas

 

Nos recantos malditos

Amontoam-se miseráveis  

A catar abrigo pra suas dores

Fugindo da friúra que lhe corrói

 

São indigentes anônimos

Carregando carcaças humanas

Infelizes almas agonizantes

Nômades, sem um amanhã

 

Os  proscritos da sociedade

Restos de gente, malograda

Banidas de seus direitos 

Criam-se como enteados da vida

 

Afogados em amarguras

Deglutem a seco suas dores

Na agonia dum existir vazio

Refutando seu vão viver

 

São seres mal nascidos

De pais imprudentes

Criados no viés do acaso

Instituído na desgraça

 

Por: Francisco Sobreira


Autor: Francisco Sobreira


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