Concepção política tolerante e omissiva



    Diante de comentários aos quais venho presenciando nos últimos dias, resolvi escrever esse texto a fim de organizar minha opinião a respeito do assunto e também divulgá-la em prol de um país melhor. Obviamente que esta é apenas a minha opinião.

    Inúmeros fatores levam a população a desacreditar cada vez mais na política e na justiça brasileira. Hoje, diante da televisão, infelizmente, o maior meio de comunicação do mundo, nos deparamos com centenas de notícias ruins sobre homicídios, latrocínios, denúncias de corrupção, ou até flagras de corrupção, greves em diversos setores, insatisfações populares, etc. Além de que raramente exibe-se aspectos positivos, também sabe-se da falta de legitimidade que muitas dessas notícias apresentam, e o pior, sabe-se da impunidade da qual os meios de comunicação gozam. Assiduamente, os proprietários das redes de televisão, revistas e jornais publicam, pois, informações espúrias a seu favor, ou seja, ufanando a sua opinião individual e prejudicando pessoas inocentes. Os objetivos dessas falcatruas se baseiam em interesses políticos e poder, mas tudo se sintetiza nesta frívola palavra: dinheiro.

    É essencial realçar que não estou promovendo uma conspiração sem nexo. Claro que os meios de comunicação também expõem informações verídicas e às vezes prospectivas que devem ser aplaudidas, todavia o lado obscuro da manipulação sobrepõe qualquer particularidade positiva e é o que interessa nessa dissertação.

    Posto isso, vou pontuar algumas questões. Uma grave consequência desse bombardeamento de desgraças que a TV nos passa todos os dias é a desanimadora falácia da generalização. É comum nos depararmos com frases como "Todo policial é corrupto" e principalmente a famosa "Todo político é ladrão". É aí que começa o erro. Como acreditar e apoiar uma mudança se os poucos políticos que se esforçam pra isso são taxados de corruptos pela própria população? Claro que existem muitos políticos calhordas, contudo generalizar é sempre um erro. Deve-se procurar identificar os patifes e sempre rejeitá-los nas urnas, dando credibilidade a quem acreditamos que irá fazer o bem. Nunca teremos certeza se o canditado é mesmo coerente, mas o mínimo que devemos fazer é perscrutar sobre as nossas opções de voto. Entretanto, nessa questão encontramos outro entrave que abala ainda mais a confiança do eleitor, porquanto este recorre exatamente aos meio de comunicação para se informar e corre o risco de ser manipulado.

    Formado tal ciclo de manipulação, é indispensável que o eleitor tenha um senso crítico para saber, primeiramente, diferenciar uma denúncia de um fato, pois é comum concorrentes políticos, ordinariamente, tentarem acriminar um ao outro, mesmo sem provas cabais, apenas para formar escândalos sensacionalistas promovidos pela imprensa, principalmente em ano de eleição. Nesse caso, procurar provas que realmente validam as denúncias é a melhor opção. Uma alternativa muito eficaz é pesquisar na internet blogs que aprensentam diferentes posicionamentos e inclusive mostram o que os grandes sites e emissoras omitem. Em âmbito municipal, a imprensa ainda é muito controlada e sem credibilidade, porém não devemos nos conformar.

    Em muitas pequenas cidades brasileiras, inúmeras irregularidades, fraudes e até desvios de dinheiro público são de conhecimento de muitos populares e estes não se empenham em buscar formas de denunciar os responsáveis. Já ouvi frases assustadoras e conformistas como "Tem é que roubar mesmo, besta é quem não rouba". Se resignar com a falta de ética e caráter dos representantes políticos é triste e vergonhoso. Essa inércia tem que acabar! Candidatos como Paulo Maluf ou Fernando Collor, mesmo depois do festival de calhordice que propocionaram, voltam para política. É aí que o povo tem que agir. Porém, falta vontade de saber, de pesquisar, de acreditar que pode mudar. Ou seja, falta investir na formação desse senso crítico, que é investir em educação. Lutemos por isso da maneira que for preciso, mas tolerar e se conformar com fraudes, roubos, trapaças e espertezas de má fé, nunca!


Autor: Tarcísio Cotrim


Artigos Relacionados


O País Da Impunidade

Pleito Eleitoral 2010

A Crise ética Não é Apenas Problema De Nossos Políticos

O EspÍrito Da PolÍtca E A Ética Eleitoral

AmnÉsia PolÍtica De Cada Dia

Crise Ética

A Política, O Apartheid E A Mídia No Brasil.