Ser feliz em um só dia?



SER FELIZ EM UM DIA?
É quase meia noite. Estamos em 24 de dezembro de 2011. Sozinho e inquieto em meu quarto, assim como em meu espírito, ouço um coral vindo do som da TV da sala. O que me chama atenção é o fato de ser um coral formado por pessoas comuns. Cantavam assim: “Um mundo feliz vem, soprado do bom senso para quem quer”. Nesse instante não hesitei e pensei: “o que seria um mundo feliz?” Fora de frases feitas, que só mostrariam a limitação de um pensamento original, ou mesmo fora de grandes teorias, o que poderia complicar mais ainda uma análise, fiz aqui uma humilde reflexão:


O ano estava acabando e vi que neste ano, no trato do relacionamento com as pessoas a minha volta, investi no compromisso de dar mais atenção ao sorriso que eu podia exalar, assim como de mostrar um pouco menos a tristeza que eu podia expressar, pois dos momentos de alegria eu teria a possível paz desejada e compartilhada, ao passo que das minhas tristezas, só lamento ou a pífia e hipócrita piedade das pessoas (ou o sentimento de “pena”, o que é pior, muito pior mesmo!), especialmente dos que me toleram, mas não aceitam a minha alegria total. Tudo era uma questão de foco, claro. Contudo, não levei isso numa esfera metódica e seca, apesar de parecer.
Procurei olhar menos para o pessimismo das pessoas e até de mim mesmo, especialmente quando não conseguimos logo o que desejamos. Frases como “não vai dá”, ditas por muitos frustrados, tentei trocar por “pode dar certo”; outras frases como “eu não consigo” troquei definitivamente por “nós podemos fazer”, o que incluiria mais gente pelo menos construindo comigo as ideias e projetos na vida. Essa última troca só me deu ânimo e força; combustível para obtermos otimismo em tudo, e de repente descobri de forma muito mais saborosa que o meu crescimento pessoal e coletivo aumentou extraordinariamente. Por causa disso, tive muito menos inimigo do que em anos anteriores. Acredito que cresci mais no quesito relacionamento e percebi que ser “azedo” não faz bem a ninguém. Saúdo o salto desse saldo positivo. Eis aqui o primeiro passo para “ser feliz”.

Assim, pensei no que seria “ser feliz”. Seria estar bem consigo e com todos a nossa volta, mas com sinceridade. Nesse sentido, a hipocrisia viria quando possivelmente disfarçamos, diante da realidade, nossas ações e comportamento Ou seja, quando sorrimos sem realmente estarmos de fato alegres, quando elogiamos sem a menor vontade de elogiar ou reconhecer alguém para um comentário realmente verdadeiro. Quando nos abraçamos sem qualquer fidelidade ao ato amigável, carinhoso e desejável de fazer um ato tão nobre como esse. Enfim, parece que a cada dia vivemos uma esfera do “politicamente correto”, e isso traz uma desgraça de infelicidade acumulada principalmente ao fato de que não seremos completos, apenas amedrontados quanto ao fato de ser talvez criticados ou deixados de lado, numa insegurança terrível, por algum grupo para não dizer “panela” maldita e funcionalmente separatista do bom senso. E inventamos algo dessa natureza completamente abstrato em nosso meio. Por exemplo, dizemos “bom dia” sem o devido efeito de bom dia, de fato. Tudo funcionando como mera formalidade, mera burocracia, e menos originalidade. Há até os que apertam a mão de alguém sem ao menos olhar em seu rosto. Isso é ser podre, incomum e por que não, infeliz!


Desejamos, enfim, um “feliz natal” sem ao menos percebermos que perdemos a chance de realmente desejar uma felicidade possível, concreta e totalmente construída por nós com otimismo. A nossa intenção causa uma impressão! A impressão que desejamos causar de um “bom moço” é, assim, derrubada, e com justiça, quando a nossa intenção é reveladora em nossas atitudes que sempre vão dizer a verdade do que somos. Daí o fruto inevitável da felicidade ou infelicidade que nós merecidamente colhemos. A mera formalidade abandona, assim, a realidade de nossos atos e do que podemos fazer sem ilusão.


Ser feliz, então, é ser original, tendo a fé de que tudo pode dá certo e que as coisas, mesmo tendo como frustração do passado uma dose de pessimismo, ainda assim possam nos servir como uma solução para crescer, inovar e, mais importante, conduzir um sorriso a quem está desanimado a nossa volta. E tudo isso não é em apenas um dia do ano. O maior dom é deixar um homem esperançoso e feliz a cada dia, sem “politicagem”, sem ilusões e sem disfarces, pois do fruto que nós plantamos, é o que somos e é o que colheremos na prática do destino. Agora sim desejo, para todos nós, um feliz 2012, 2013, 2014 ... !
Wallas Cabral de Souza – dez de 2011 e jul de 2012


Autor: Wallas Cabral De Souza


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