Contextualização Social do EJA



Contextualização Social do Programa de Educação de Jovens e Adultos - EJA frente à diminuição da taxa de analfabetismo e a evasão escolar no Brasil

OLIVEIRA, Maria das dores Pereira*

RESUMO

 Este estudo tem por objetivo observar como se dá o programa de educação de jovens e adultos – EJA, no contexto social. A metodologia adotada, foi de caráter qualitativo, onde pode-se perceber que apesar do programa adotar varias medidas tais como: discussão de princípios, de reflexões voltadas para um compromisso de garantia da Educação Básica de qualidade, o programa perde quando não respeita os valores culturais dos alunos, bem como seus anseios de acesso ao mercado de trabalho e a condições mais dignas de vida, já que por estes motivos, deixam de ir à escola, contribuído para a evasão escolar, uma vez que um dos princípios do EJA é justamente o contrario, visa diminuir o abandono escolar.

 PALAVRAS-CHAVE : Educação, EJA, Professor.

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*Professora graduada em ciências biológicas e pós-graduadas em gestão ambiental


 I-INTRODUÇÃO

Atualmente houve um acréscimo de alfabetizados no Brasil, segundo o IBGE cerca de 2.995.960 de brasileiros em 2011 se encontram nesse perfil¹, nesse contexto o EJA programa de escolarização de jovens e adultos contribuiu significativamente para este aumento, este programa teve origem no governo de Fernando Collor (1990) o qual buscava uma redução de 70% do analfabetismo no país². Esse programa se desenvolveu com o passar dos anos, contando com novas formulações e reparos, uma vez que as metas e objetivos deste programa foram mudando com o passar dos anos.

No mesmo patamar, a evasão escolar (que ocorre quando o aluno deixa de frequentar a escola, se caracterizando como abandono escolar), ou infreqüência do aluno é constatada quando a sua ausência pode comprometer o ano letivo3, também aumentou.

O artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece a carga horária mínima anual, nos níveis fundamental e médio, que será de oitocentas horas. Estabelece ainda a frequência mínima de setenta e cinco por cento (75%) do total de horas letivas para aprovação4.

Segundo o Ministério da Educação o programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA) é uma forma de ensino da rede pública no Brasil, com o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade, para as pessoas que não possuem idade escolar e oportunidade5.

 Portanto, este estudo se justifica por tratar de uma ambivalência em relação à queda do analfabetismo em nosso pais em contraposição a igualdade ou aumento do numero de alunos do EJA que praticam a evasão escolar.

II- REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

No Brasil, a evasão escolar é um grande desafio segundo dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), quase um milhão e meio de alunos pararam de estudar6.  Mesmo que esses alunos retornem à escola, a condição pode ser incomoda por uma serie de fatores entre eles: as condições socioeconômicas, culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos didáticos – pedagógicos e a baixa qualidade do ensino das escolas podem ser apontadas como causas possíveis para a evasão escolar no Brasil.

Nesse contexto o EJA seria uma oportunidade para esses indivíduos uma vez que este programa trabalha com o desafio da participação, da inclusão e da equidade: como colocar em prática o conceito da inclusão, que prevê o atendimento das demandas de aprendizagem da vasta diversidade de grupos7.

Essa aprendizagem contínua contempla o processo em três dimensões: a individual, a profissional e a social. A primeira considera a pessoa como um ser incompleto, que tem a capacidade de buscar seu potencial pleno e se desenvolver, aprendendo sobre si mesmo e sobre o mundo. Na profissional, está incluída a necessidade de todas as pessoas se atualizarem em sua profissão. Um médico, um engenheiro, um físico, todos os profissionais precisam se requalificar. Em momentos de crise, como o atual, isso fica ainda mais necessário. É comum o trabalhador ter de aprender um novo ofício para se inserir no mercado. Na social (que é a capacidade de viver em grupo), um cidadão, para ser ativo e participativo, necessita ter acesso a informações e saber avaliar criticamente o que acontece.

III- CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo tem por base destacar alguns elementos das políticas do EJA no Brasil que se colocaram presentes no cenário nacional.

Apesar da existência de uma tentativa de organização das políticas para EJA, pautada pela discussão de princípios, com iniciativas que buscam manter as reflexões voltadas para um compromisso de garantia da Educação Básica de qualidade, o programa perde quando não respeita os valores culturais dos alunos, bem como seus anseios de acesso ao mercado de trabalho e a condições mais dignas de vida, já que por estes motivos, deixam de ir à escola. Não possibilitando assim a identificação nessa modalidade de ensino uma arma para a luta em favor da efetivação de seus direitos, pois alunos instruídos, autônomos são capazes de desenvolver a sua cidadania.

Uma vez que educação, segundo estabelece a Constituição (arts. 205 e 227), é um direito público subjetivo4 que deve ser assegurada a todos, através de ações desenvolvidas pelo Estado e pela família, com a colaboração da sociedade.

Dada a importância crucial desses temas que lhe atribuem as diferentes partes envolvidas o fracasso tem sido do individuo que sofre com as desigualdades sociais face à escola.

 

IV- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

  1. INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas: ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Educacao_e_Trabalho; ACESSADO EM 10/07/2012 AS 18:48
  2. ABREU, Haroldo, A Trajetória e o significado das políticas públicas: um desafio democrático. In.: PROPOSTAS, Nº 59, dezembro de 1993, pag. 5-15.

 

  1. Dicionário Aurélio: http://www.aureliopositivo.com.br/; ACESSADO EM 10/07/2012 AS 18:48

 

  1. LOPES, Maurício Antonio Ribeiro. Comentários à Lei de Diretrizes e Bases da educação. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999.

 

  1. Ministério da educação: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12814&Itemid=872; ACESSADO EM 10/07/2012 AS 18:48.
  2. BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Básica 2007. Acesso em 14 set. 2009. Disponível em:
  3. BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República.

Autor: Maria Das Dores Perreira De Oliveira


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